Em sua primeira declaração após ser colocada em liberdade por decisão da Justiça de São Paulo, Elize Matsunaga, 40, disse que pede em suas orações o perdão do marido, o empresário Marcos Matsunaga, que ela matou e esquartejou em maio de 2012, no apartamento do casal, em São Paulo.
"Acredito na espiritualidade que ele já tenha me perdoado", afirmou após sair da Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, onde cumpria pena.
A bacharel em direito e ex-garota de programa foi condenada por matar o marido em 2012 e saiu da prisão nesta segunda-feira (30) após a Justiça conceder livramento condicional.
Elize não pode dar entrevistas, mas gravou vídeos ao lado do advogado criminalista Luciano de Freitas Santoro, que a defende. Ela disse estar muito feliz, agradeceu a Deus, aos advogados, à família e aos amigos que a apoiaram.
"Infelizmente eu não posso consertar o que passou, o erro que cometi. Estou tendo uma segunda chance, infelizmente o Marcos não", disse.
Ela estava presa desde a morte do empresário, há dez anos. A decisão de soltar Elize foi tomada pelo Departamento Estadual de Execução Criminal da 9ª Região Administrativa Judiciária.
A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) informou que Elize foi solta às 17h35 desta segunda. Ela deverá seguir uma série de exigências, como obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apta para o trabalho, comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação e não mudar do território da comarca do juízo da execução sem prévia autorização.
"Sei que haverá uma nova etapa agora, com obrigações diferentes. Mas estou muito feliz por ter vencido, pelas pessoas que me apoiaram, pelas pessoas que compreenderam", disse, ao lado do advogado.
A bacharel em direito afirmou também que não vai mais errar e que terá mais uma faculdade para cursar e um livro para escrever.
Para o advogado, Elize vive a partir de agora um recomeço. "O sol nasce de novo todos os dias. E todo dia há um novo caminho para a gente, uma nova oportunidade", afirmou Santoro.
Segundo ele, o livramento condicional é uma etapa correta do cumprimento da pena, o próximo passo de quem cumpre as obrigações impostas pelo estado.
Elize foi condenada em 2016 pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A pena chegou a quase 19 anos de prisão por ter matado e esquartejado o marido.
Em maio de 2019, ela obteve na Justiça a redução da pena em dois anos e seis meses. Na época, a Quinta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) deferiu um pedido da defesa.
Também em 2019 ela passou para o regime semiaberto.
No vídeo com o advogado, Elize prometeu cumprir com todas as obrigações legais para não voltar à prisão. "Sem esquecer que a gente pode alimentar a fé mesmo na escuridão", disse.