Quando o apito
Da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você
Mas, você anda
Sem dúvida, bem zangada
E está interessada
Em fingir que não me vê
Sem dúvida, bem zangada
E está interessada
Em fingir que não me vê
Você que atende ao apito
De uma chaminé de barro
Por quê não atende ao grito, tão aflito
Da buzina do meu carro?
De uma chaminé de barro
Por quê não atende ao grito, tão aflito
Da buzina do meu carro?
Você, no inverno
Sem meias, vai pro trabalho
Não faz fé com agasalho
Nem no frio você crê
Sem meias, vai pro trabalho
Não faz fé com agasalho
Nem no frio você crê
Mas, você é mesmo
Artigo que não se imita
Quando a fábrica apita
Faz reclame de você
Artigo que não se imita
Quando a fábrica apita
Faz reclame de você
Nos meus olhos você vê
Que eu sofro cruelmente
Com ciúmes do gerente, impertinente
Que dá ordens a você
Que eu sofro cruelmente
Com ciúmes do gerente, impertinente
Que dá ordens a você
Sou do sereno
Poeta muito soturno
Vou virar guarda noturno
E você sabe porque
Poeta muito soturno
Vou virar guarda noturno
E você sabe porque
Mas, você não sabe
Que enquanto você faz planos
Faço junto do piano
Estes versos pra você
Que enquanto você faz planos
Faço junto do piano
Estes versos pra você
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