O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) lançou sua pré-candidatura à Presidência da República nesta sexta-feira (21), em Brasília, disparando críticas aos três principais adversários na disputa: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos).
Incorporando o slogan de sua campanha, Ciro apresentou-se como o nome "da rebeldia e da esperança" e elencou uma série de propostas, que vão de planos econômicos de combate à corrupção até propostas como parcelar smartphones em 36 vezes sem juros para a população mais pobre.
"Tão pensando o quê, isso é para valer!", disse o pedetista, antes de começar a discursar.
O recado de Ciro é direcionado a parlamentares do PDT e a setores da esquerda para os quais ele pode desistir de seguir na disputa pelo Palácio do Planalto caso não melhore nas pesquisas.
Correligionários do pedetista, inclusive, chegaram a pressioná-lo, há cerca de dois meses, a abrir mão da candidatura caso não alcance 15% nas pesquisas eleitorais até março.
Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada em dezembro, Ciro tem 7%, empatado tecnicamente no terceiro lugar com o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), com 9%.
De acordo com o levantamento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera a corrida, com 48% dos votos, contra 22% de Bolsonaro.
A decisão da cúpula do PDT de lançar agora o nome do pedetista também teve como objetivo marcar posição de que ele não abrirá mão da corrida.
Antes do início da fala de Ciro, foi veiculado um vídeo de campanha acompanhado do jingle que traz as palavras do slogan do pré-candidato: "A rebeldia da esperança".
O tema foi criado pelo marqueteiro João Santana, que participou do evento de lançamento, durante convenção do PDT. "Quero ser o presidente da rebeldia e da esperança", afirmou.
Buscando espaço na chamada terceira via, Ciro disse que Bolsonaro é responsável por uma "política genocida", afirmou que Lula privilegiou os ricos em políticas econômicas e se referiu a Moro como "inimigo da República" e com currículo de "rosário de vergonhas".
"Todos esses presidentes repetiram e querem continuar repetindo a mesma história, com modelo político apoiado no conchavo e na corrupção", discursou Ciro, ao tentar equiparar políticas de governos petistas e de Bolsonaro.
O pré-candidato voltou a afirmar que acabará com o teto de gastos se for eleito e que taxará grandes fortunas. "Podem tremer de medo, famílias de banqueiros", disse.
Esta é a quarta vez que Ciro se lança candidato à Presidência da República.
A primeira vez foi em 1998. Em 2002, também foi derrotado no primeiro turno e decidiu apoiar na rodada seguinte o petista Luiz Inácio Lula da Silva, que acabou eleito. Ciro então se tornou ministro da Integração Nacional. Em 2018, disputou mais uma vez e terminou em terceiro lugar.
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