quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Novo Plano Diretor pode tornar apartamentos mais disputados, FSP 30, ago 2015

 O Plano Diretor Estratégico de São Paulo, aprovado no ano passado, já provoca mudanças profundas nos empreendimentos em construção na cidade e merece a atenção de quem quer comprar um imóvel na planta.

Uma das principais mudanças para quem busca um apartamento é que os projetos aprovados após o Plano têm limite de altura ou de garagem, dependendo do local onde estiverem. No miolo dos bairros, por exemplo, os prédios devem ter no máximo oito andares mais o térreo.

Já no raio de até 600 metros ao redor das estações de metrô e até 300 metros a partir dos eixos de corredores de ônibus, como a vaga passa a contar como área construída, apartamentos com mais de uma garagem se tornam muito mais caros. Também há incentivo para comércio na porta e moradia e serviços na mesma edificação.

Se por um lado essas regras limitam a possibilidade de novas construções terem mais de uma vaga, por outro, essas restrições também fazem com que os empreendimentos aprovados antes do Plano Diretor se tornem mais raros e uma boa oportunidade para o comprador.

O edifício Oka, por exemplo, fica na rua Girassol, a cerca de 600 metros da estação Vila Madalena (linha 2-Verde) do metrô e tem cinco vagas. O Medley, na rua Cayowaa, no Sumaré, está ainda mais perto: a 250 metros da mesma estação e tem até três vagas para cada unidade-padrão.

Para Denis Fernandez, da incorporadora Brookfield, um dos atrativos desses bairros da zona oeste é justamente a facilidade de transporte. "A mobilidade acaba se impondo para o consumidor na hora de buscar um imóvel."

"Com o novo modelo, as pessoas teoricamente estarão próximas do trabalho ou terão acesso mais fácil por transporte público, e em tese usarão menos o carro", explica o presidente do Secovi-SP (sindicato do setor imobiliário), Claudio Bernardes.

Para Bernardes, porém, vai haver grande impacto tanto para os moradores que não estão acostumados com edifícios mistos, por exemplo, quanto para o construtor, que arcará com custos maiores.

MAIS VERTICALIZADOS

A viabilidade de muitos desses modelos ainda é discutida, considerando as características de cada bairro. Mas alguns moradores temem que eles gerem uma verticalização desordenada em trechos ainda tranquilos de Perdizes, Sumaré, Lapa, Pompeia e Alto da Lapa.

Nas imediações da estação Vila Madalena do metrô (linha 2 - Verde), no Sumarezinho, a construção de prédios no lugar de casas tende a gerar impacto direto no bairro e nos vizinhos Sumaré e Vila Madalena -ainda majoritariamente ocupados por casas.

Moradores de Perdizes, que já sofreram uma forte verticalização nas últimas décadas, também temem um novo surto de construções ao longo dos corredores das avenidas Sumaré e Francisco Matarazzo. "O que precisamos agora é de incentivo para infraestrutura", defende Eutálio Rodrigues da Silva, da Sociedade Amigos de Perdizes.

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