Intelectual, que vivia em Paris, era professor emérito da USP e autor de livros como 'Caminhos da Esquerda'
SÃO PAULO
Morreu aos 85 anos o filósofo Ruy Fausto, um dos principais teóricos brasileiros do marxismo.
O corpo de Ruy foi encontrado pela ex-esposa na manhã desta sexta-feira (1º) no apartamento dele em Paris, onde morava sozinho.
Segundo o sobrinho e sociólogo Sergio Fausto, Ruy teria sofrido um infarto entre a noite desta quinta (30) e a manhã desta sexta.
Professor emérito da USP e doutor em filosofia pela Universidade Paris 1, Ruy Fausto escreveu uma dezena de livros, entre eles "Caminhos da Esquerda", publicado em 2017, no qual analisa os erros da esquerda no Brasil e propõe um novo trajeto para a vertente política.
Ruy dedicou grande parte de sua obra ao estudo das ideias do filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), com destaque para os três tomos da série "Marx: Lógica e Política".
Também publicou "A Esquerda Difícil: Em Torno do Paradigma e do Destino das Revoluções do Sécuo 20 e Alguns Outros Temas" e "O Ciclo do Totalitarismo", entre outros.
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Nascido em São Paulo em 22 de janeiro de 1935, Ruy era irmão do historiador Boris Fausto. Deixa a ex-esposa e a filha Luisa.
De acordo com Sergio, o sobrinho, o corpo foi encontrado recostado no piano —Ruy era um grande apreciador de jazz e tocava frequentemente.
Em seu último texto publicado na Folha, no caderno Ilustríssima, em julho de 2019, Ruy argumenta que a desmoralização do ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro não inocentava o PT de seus erros.
Também na Ilustríssima, Ruy escreveu em novembro de 2018, pouco após a vitória de Jair Bolsonaro na eleição, que a única coisa rigorosa no discurso do guru bolsonarista Olavo de Carvalho eram os palavrões.
Em ensaio publicado ainda durante a campanha, Ruy expõs que o então candidato do PT à Presidência Fernando Haddad precisava mudar para evitar a catástrofe.
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