Se a vacina chegar rapidamente, estratégia da neo-zelandese terá sido a melhor
São dois países avançados, com governos funcionais e éticos, mas as estratégias adotadas por cada um deles para enfrentar a Covid-19 não poderiam ser mais diferentes.
A Nova Zelândia foi agressiva. Não tergiversou em impor lockdowns em todo o país. No início de maio já praticamente eliminara o vírus de seu território, com apenas 21 mortes (0,43 óbito por 100 mil habitantes).
Já a Suécia escolheu um caminho mais liberal. Não determinou nenhum tipo de isolamento obrigatório, e quase todas as atividades foram mantidas. Apenas recomendou que a população agisse com responsabilidade. Foi capaz de evitar que os hospitais superlotassem, mas apresenta muito mais óbitos que seus vizinhos nórdicos. Foram até aqui 3.040 mortes (29,85 por 100 mil, contra 4,08 na Noruega e 4,62 na Finlândia).
Já a Suécia escolheu um caminho mais liberal. Não determinou nenhum tipo de isolamento obrigatório, e quase todas as atividades foram mantidas. Apenas recomendou que a população agisse com responsabilidade. Foi capaz de evitar que os hospitais superlotassem, mas apresenta muito mais óbitos que seus vizinhos nórdicos. Foram até aqui 3.040 mortes (29,85 por 100 mil, contra 4,08 na Noruega e 4,62 na Finlândia).
À primeira vista, a Nova Zelândia se saiu melhor do que a Suécia, mas é sempre arriscado cantar vitória antes do fim da partida. E a crise está longe de ter acabado. A Nova Zelândia está livre do vírus, mas, para permanecer assim, precisa fechar-se para o mundo. Os suecos pouco mudaram seu estilo de vida. Juízos mais definitivos dependem do que acontecerá a seguir.
Se uma vacina chegar rapidamente, a estratégia da Nova Zelândia terá sido de longe a melhor, e o governo sueco precisará lidar com o fato de ter deixado muitos morrerem talvez desnecessariamente. Mas, se a vacina não vier tão cedo, e a epidemia acabar sendo controlada do jeito antigo, isto é, através da exposição da população ao vírus e da criação da imunidade de rebanho, aí é a Suécia quem está na frente. Estima-se que 25% da população de Estocolmo já tenham anticorpos contra o Sars-CoV-2, contra quase nada na Nova Zelândia.
Não acho que buscar a imunidade de rebanho seja uma boa estratégia de enfrentamento da Covid-19, especialmente para populações não suecas, mas isso não significa que a natureza não vá impô-la a nós.
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