Vídeo mostra EUA minimizando a pandemia e ironiza reações de Washington
SÃO PAULO
A agência de notícias Xinhua, ligada ao regime chinês, divulgou no último dia 30 um vídeo que zomba da forma como o governo americano vem lidando com a crise do novo coronavírus.
Chamada de "Era uma vez um vírus", a animação, em inglês, mostra figuras do tipo Lego representando chineses e americanos. O vídeo resume, de forma irônica, os principais acontecimentos da emergência sanitária, as medidas adotadas pela China e as reações do governo dos Estados Unidos.
"Descobrimos um novo vírus", diz o boneco chinês. "E daí?", responde uma figura da estátua da liberdade.
"É perigoso."
"É apenas uma gripe", diz o lado americano na abertura da gravação.
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Quando os primeiros casos da Covid-19 foram registrados, na cidade chinesa de Wuhan, o governo de Donald Trump minimizou os efeitos do vírus e afirmou que o país não seria atingido. Pequim e Washington travam uma guerra de narrativas sobre a doença.
"Fique em casa", continua o personagem chinês.
"Isso viola os direitos humanos", responde o boneco da estátua.
"Estamos construindo hospitais de campanha."
"São campos de concentração."
Trump tem repetidamente acusado os chineses de serem responsáveis pela pandemia e chegou a afirmar que o vírus foi criado em laboratório pelo regime chinês.
No vídeo, os americanos classificam como violação de direitos humanos as medidas de confinamento adotadas pela China e criticam a imposição do uso de máscaras.
Eles também são retratados questionando a atuação da Organização Mundial da Saúde e os dados registrados pelo país asiático, que é apresentado como transparente e cooperativo com a entidade.
"Dissemos que o vírus era perigoso", diz o lado chinês na parte final do vídeo.
"O vírus não é perigoso, mas milhões de chineses estão mortos, apesar de o vírus não ser perigoso. Nós estamos certos, apesar de nos contradizermos", responde o americano.
"É isso o que eu mais gosto nos americanos: sua coerência."
Desde a publicação no canal oficial da Xinhua no YouTube, New China TV, o vídeo foi visto mais de 1,6 milhão de vezes e foi retuitado por alguns diplomatas chineses.
O YouTube e o Twitter são bloqueados na China, embora os diplomatas do país venham adotando cada vez mais as plataformas globais de mídia social para transmitir suas mensagens.
Além dos clipes de notícias da Xinhua em inglês, a New China TV já havia publicado vídeos publicitários, como um de crianças de diferentes etnias, elogiando o programa chinês Nova Rota da Seda —iniciativa de investimento em infraestrutrura na Ásia, Oriente Médio, Europa e África.
Com Reuters
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