terça-feira, 18 de junho de 2024

O desequilíbrio de Eduardo Leite, Elio Gáspari, FSP

 Em maio, durante uma entrevista, os repórteres Paula Soprana e Matheus Teixeira perguntaram ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite:

"Estudos já apontavam a possibilidade de aumento significativo nas chuvas no Rio Grande do Sul. O governo do estado se preparou mal para lidar com as enchentes?"

Ele respondeu:

"Bom, você tem esses estudos, eles de alguma forma alertam, mas o governo também vive outras pautas e agendas. (...) A agenda que se impunha ao estado era aquela especialmente vinculada ao restabelecimento da capacidade fiscal do estado para poder trabalhar nas pautas básicas de prestação de serviços à sociedade gaúcha."

homem branco de barba, bigode e cabelo castanho curto, gesticula com uma mão para cima e outra para baixo, dando a entender que está dando uma explicação. ele usa camisa branca e blazer escuro
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, em entrevista Palácio Piratini - Pedro Ladeira - 19.mai.2024/Folhapress

Tinha sua lógica. Um ano antes, durante outra enchente, Leite aborreceu-se no ar quando o repórter André Trigueiro cobrou-lhe as falhas do sistema de prevenção. Se os estudos não alertam, a enchente o fazia.

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Passou-se menos de um mês da aula de gestão de Leite, e outra repórter, Priscila Mengue, revela que a Prefeitura de Porto Alegre estima seu prejuízo com a enchente deste ano em até R$ 8 bilhões.

Noves fora 175 mortos, meio milhão de desabrigados, outras prefeituras e centenas de milhares de casas alagadas. Só em Porto Alegre foram 95 mil. Ficando-se no caso da capital, o custo com os reparos no sistema de bombeamento, que deveria ter funcionado, foi estimado em R$ 400 milhões (5% do prejuízo para os cofres do município).

Tudo é uma questão de "pautas e agendas". As do governador e de muitos prefeitos estavam erradas. Foi espantoso ouvi-lo dar uma aula de gestão quando o estrago já estava feito, como se Eduardo Leite fosse capaz de fazer de novo. (Dias depois ele pediu o adiamento da eleição, entende-se.)

O paraíso fiscal de Leite não é exclusivo nem recente. No século 19, a escravidão e o contrabando de africanos eram defendidos na ponta do lápis. Acabando o contrabando, quebraria a lavoura. Em 1850, ele se tornou ilegal (graças às canhoneiras inglesas) e ninguém quebrou, nem os grandes traficantes, pois eles foram para outros negócios. Trinta anos depois, dizia-se que a Abolição quebraria os fazendeiros. Abalou alguns, porque muitos já haviam corrido para a taxa Selic da época. A ponta do lápis foi uma bola de ferro presa ao pé da economia brasileira. Nessa bola de ferro havia outra conta, que os çábios do Império não faziam.

Na ponta do lápis, em 1940 Winston Churchill teria negociado uma paz com a Alemanha e em 1962 John Kennedy não diria que um americano pisaria na Lua antes do fim da década. Neil Armstrong foi lá e voltou em 1969. Seu governo também não investiria em startups daquilo que se chamava de cérebros eletrônicos. Churchill desprezou a conta da ponta do lápis para uma situação do presente, Kennedy, para o futuro.

Em tudo o que se relaciona com o meio ambiente, a conta do lápis engana e o que aconteceu no Rio Grande do Sul é muito mais que um aviso. É a exposição do compromisso com o atraso. Ao responder à pergunta de maio, Eduardo Leite falava em nome do que presume ser uma ciência econômica, mas era uma exibição de um compromisso com o atraso, que não é só dele e muito menos coisa nova.

47% dos brasileiros evitam consumir notícias, diz “Reuters”, Poder 360

 

A quantidade de brasileiros que evitam consumir notícias alcançou a 47% da população do país em 2024, diz o Relatório de Mídia Digital do Instituto Reuters. O estudo, divulgado nesta 2ª feira (17.jun.2024), mostra um aumento de 6 pontos percentuais no quesito com relação ao ano passado, que registrou 41%.

Segundo o estudo, o Brasil ainda usa as redes sociais como a principal fonte para se manter informado, apesar de o número ter caído com relação a 2023. Cerca de 51% da população que acompanha notícias dizem fazê-lo por meio de mídias sociais como WhatsApp e Instagram, contra 57% no último ano.

Enquanto isso, a TV se manteve relativamente estável, caindo de 51% para 50% no mesmo período de tempo. A mídia impressa mantém a menor taxa de consumo: foi de 12% para 11% de 2023 para 2024.

Para Rodrigo Carro, autor do capítulo que apresenta os dados do Brasil, as notícias sobre o 8 de Janeiro e seus desdobramentos, assim como as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia, podem ter contribuído para que os brasileiros evitassem o noticiário.

“O ex-presidente e muitos de seus aliados, incluindo ex-ministros e oficiais militares de alto escalão, estão sendo investigados pela Polícia Federal por supostamente planejar um golpe militar. Desde o início de 2023, as prisões e o inquérito legal em andamento dominaram as manchetes políticas. Combinado com o conflito no Oriente Médio e na Ucrânia, a agenda de notícias pesadas pode ter sido a causa de um aumento acentuado na prevenção de notícias”, diz Carro.

O levantamento diz também que o Brasil é o país com a maior taxa de confiança em notícias entre a população dos 6 países da América Latina pesquisados (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru). O índice atingiu 43%, o mesmo de 2023, depois de quedas sucessivas registradas desde 2021.

O WhatsApp e o YouTube são as principais plataformas digitais utilizadas para o consumo de notícias, cada uma com a adesão de 38% da população que se informa regularmente. Na sequência, estão o Instagram (36%), Facebook (29%), TikTok (14%) e Twitter (9%). A novidade no ranking, com relação a 2023, é o avanço da plataforma chinesa de vídeos sob a mídia social de Elon Musk.

A pesquisa ouviu 94.943 pessoas em 47 países, por meio de um questionário on-line aplicado entre o fim de janeiro e o início de fevereiro de 2024. No Brasil, foram 2.022 participantes. Segundo o instituto, não é possível calcular uma margem de erro provável por uma escolha metodológica. Leia mais sobre a metodologia do estudo aqui.

Como nazistas procurados tiveram uma ‘nova vida’ na América do Sul, OESP

 


Atualização: 
Josef Mengele ingressou no partido nazista em 1937 . Na foto Richard Baer, Josef Mengele e Rudolf Höss, respectivamente, em 1944.
Josef Mengele ingressou no partido nazista em 1937 . Na foto Richard Baer, Josef Mengele e Rudolf Höss, respectivamente, em 1944. Foto: United States Holocaust Memorial Museum

Nos anos 1970, na divisa entre São Paulo e Diadema, um homem chamado Peter - ou Seu Pedro - mudou-se para uma casa à beira da Represa Billings. Lá, revezava-se entre consertar o telhado, dar ordens ao jardineiro para aparar as plantas no quintal, escrever cartas e ler livros em uma vida discreta e reclusa.

Cerca de uma década antes, um conterrâneo de Pedro se mudou para a Bolívia e vivia uma rotina oposta. Don Klaus Altmann foi catapultado a um quadro estratégico para a diplomacia e economia bolivianas. Os caminhos dos dois não se cruzaram por aqui, mas tinham um laço violento em comum: eram nazistas disfarçados na América do Sul.

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Após a Segunda Guerra Mundial, a fuga de nazistas para nosso continente gerou incontáveis teorias da conspiração, séries, filmes e livros que retratavam, por exemplo, o mito de Adolf Hitler ter sobrevivido ao escapar para a Argentina.

Na Europa, se propagava a ideia da Odessa: uma suposta rota de fuga oficial criada para livrar os nazistas de serem presos e condenados. A lenda há muito foi descartada, mas uma pequena parte dessa história é verdadeira.

No Brasil, a vida de oficiais nazistas já foi retratada em livros como Nazistas entre nós: a trajetória dos oficiais de Hitler depois da guerra (Contexto), do historiador Marcos Guterman. Premiado com um Jabuti em 2017, o livro denuncia o acobertamento de vizinhos e amigos e a vida pacata desfrutada por carrascos nazistas em vários cantos do mundo. Muitos deles, sob disfarces, novos nomes e documentos falsificados.

Em La Paz, Don Klaus Altmann, por exemplo era, na realidade, o torturador nazista Klaus Barbie. Já Pedro, que fazia consultas médicas, recebia visitas do filho e de amigos, era a identidade falsa do pseudocientista Josef Mengele, autor de experimentos brutais contra judeus e ciganos nos campos de concentração de Auschwitz.

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No livro Surazo (Manjuba), lançado em maio, a austríaca Karin Harrasser descreve como Klaus Barbie se infiltrou na Bolívia, orquestrou assassinatos, torturas e concedeu serviços paramilitares aos primeiros carteis de drogas da região.

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Com passaporte diplomático, geria negócios como a companhia de transporte “Transmaritima” desde o fim da década de 1960. O negócio se aproveitava da campanha nacionalista para abastecer os desejos autoritários dos ditadores bolivianos, como Hugo Banzer, em restabelecer a saída boliviana para o mar, perdida para o Chile, em 1884.

Era o cinegrafista Hans Ertl, um montanhista considerado talentoso, que se mudou da Alemanha para criar gado nos “recônditos da floresta tropical”. Hans também havia sido um oficial nazista e continuava a frequentar os círculos da colônia alemã no novo país. Entre os amigos no novo país, eKlaus Barbie.

A investigação da autora começou com interesse em missões jesuíticas alemãs na Bolívia, mas durante a pesquisa se surpreendeu com um vídeo encontrado no YouTube: um homem com barbas e cabelos brancos, um jeito excêntrico e um “ar oculto”.

Era o cinegrafista Hans Ertl, um montanhista considerado talentoso, que se mudou da Alemanha para criar gado nos “recônditos da floresta tropical”. Hans também havia sido um oficial nazista e continuava a frequentar os círculos da colônia alemã no novo país. Entre os amigos no novo país, estava Klaus Barbie.

Capa do livro Surazo, que narra a história de nazistas na Bolívia

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Apesar de ter precisado responder e depor frente a uma comissão, Hans Ertl saiu da Alemanha, foi proibido de trabalhar no pós-guerra, mas manteve-se por meio de fotorreportagens para uma revista. Em 12 de maio de 1973, Hans saiu do sossego com a informação de que a filha, Monika Ertl, havia sido executada aos 35 anos em La Paz.

A execução foi ordenada por Banzer, a quem Barbie seguia fervorosamente, após Monika participar da guerrilha armada Ejército de Liberácion Nacional (ELN) ser acusada de matar a tiros o funcionário do consulado boliviano em Hamburgo, Roberto Quintanilla, em Hamburgo, na Alemanha, em 1971. Ironicamente, Hans era vizinho de Banzer na província boliviana de Chiquitania.

Entre 2017 e 2020 foi instaurada uma comissão da verdade que documentou, em seu último relatório preliminar, 130 casos comprovados de assassinatos políticos, torturas e desaparecimentos. A maioria desses casos é atribuída ao primeiro governo de Banzer (1971–1978), quando Barbie intensificou as execuções de combate às insurgências comunistas.

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As vítimas da ditadura não eram apenas insurgentes armados e membros da guerrilha boliviana como Monika, mas também oposicionistas, estudantes, professores e religiosos de esquerda. Segundo a autora, a radicalização dos grupos armados foi resultado da presença dos nazistas na região, dos regimes autoritários na América Latina e também com a morte de líderes comunistas do continente sul-americano, como Che Guevara, executado na própria Bolívia em 1967.

Segundo a autora, as mulheres guerrilheiras, como Monika, eram tratadas com ainda mais brutalidade pelo regime. “Os filhos delas eram usados para pressioná-las durante interrogatórios. Era comum que guerrilheiras abandonassem os filhos com os avós e amigos”, diz Harrasser.

O ‘anjo da morte’ no Brasil

Enquanto isso, no Brasil, Josef Mengele se manteve ”sempre um passo à frente” dos serviços de inteligência que tentavam capturar nazistas e levá-los aos tribunais do recém-criado estado de Israel, afirma a jornalista Betina Anton.

A autora de Baviera Tropical (Todavia), lançado em novembro de 2023, mostra como Mengele deixou o bigode crescer para despistar suspeitas, frequentava uma livraria alemã no bairro do Santo Amaro e fazia pequenas compras até morrer afogado - e impune - em uma praia de Bertioga, em 1979.

A história começa quando Betina descobre que uma insuspeita professora do colégio alemão onde estudava, também em Santo Amaro, havia acobertado e escondido a verdadeira identidade de Mengele até a verdade vir à tona.

Sob o nome falso de Wolfgang Gerhard, o corpo de Mengele foi sepultado em um cemitério de Embu das Artes. Em 1985, a polícia alemã suspeitou e interceptou uma carta enviada pelo casal austríaco Wolfram e Lisellote Bossert, que acobertou o carrasco no Brasil, para um ex-funcionário da família de Mengele.

A Polícia Federal em São Paulo, então, passou a auxiliar as investigações e descobriu que os Bossert havia acobertado a identidade de Mengele e, inclusive, o abrigado em uma casa no Brooklin, zona sul de São Paulo, e auxiliando-o a se manter recluso em Eldorado, à beira da represa.

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Em 1985, o corpo de Mengele foi exumado. Sete anos depois, um teste de DNA confirmou o laudo médico, feito pelo Instituto Médico Legal de São Paulo (IML), de que a ossada realmente era do nazista apelidado de “anjo da morte”.

Segundo as autoras, a liberdade de nazistas como Mengele e Barbie na América do Sul foi proporcionada tanto pelos governos ditatoriais da época quanto pela hospitalidade de migrantes europeus, como austríacos, húngaros e alemães que já estavam aqui.

Alguns conterrâneos sentiam-se lisonjeados por recepcionar um oficial dos tempos de guerra em novas terras. “Em resumo, algumas dessas pessoas passavam pano”, resume Betina.

Segundo a jornalista, Mengele minimizava os próprios crimes. Entre eles, o de submeter gêmeos a condições extremas de tortura para ver a distinção entre as reações físicas de cada um, ou a tentativa colorir a íris de vítimas com a injeção de produtos químicos nos olhos para “decifrar” a perpetuação de características para aprimoramento da raça ariana.

A brutalidade de Mengele e Barbie criou uma mitologia a partir da produção de livros, filmes e documentários. No caso de Mengele, a “fama” passou a gerar incontáveis pistas falsas sobre as supostas aparições que dificultaram a vida dos investigadores.

Os regimes da América do Sul também viam vantagem nos quadros nazistas. “Havia um interesse na ‘fuga de cérebros’ da Alemanha nazista pelos governos autoritários à época, tanto na América do Sul quanto nos Estados Unidos, de cientistas a militares e fabricantes de bombas”, afirma Betina.

Surazo, por exemplo, também narra brevemente a trajetória de Hans-Ulrich Rudel. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o condecorado piloto de caça auxiliou na fuga de Mengele, assessorou a presença de empresas alemãs na América do Sul e transportou armas para Augusto Pinochet, no Chile, Alfredo Stroessner, no Paraguai e, por fim, para o ditador boliviano Hugo Banzer.

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Em sentido horário: Legista Wilmes Teixeira e delegado Romeu Tuma monstram restos mortais de Josef Mengele para a imprensa em 1985;  foto do criminoso de guerra no Brasil; crânio de Mengele na Escola de Medicina da USP, em 2017
Em sentido horário: Legista Wilmes Teixeira e delegado Romeu Tuma monstram restos mortais de Josef Mengele para a imprensa em 1985; foto do criminoso de guerra no Brasil; crânio de Mengele na Escola de Medicina da USP, em 2017 Foto: Reginaldo Mantente/Estadão; Oswaldo Jurno/Estadão; Leonardo Benassatto/Reuters

“Os antigos oficiais nazistas estavam interessados em oferecer serviços de inteligência durante a Guerra Fria. O apoio dos governos autoritários de extrema-direita como bastiões contra a esquerda e uma suposta ameaça comunista protegeu pessoas como Barbie, ou até a remunerar como consultantes para a chamada ‘contra insurgência comunista”, explica a autora austríaca.

A verdadeira identidade de Barbie foi revelada em 1971 pela dupla Serge e Beate Klarsfeld, que tiveram parentes assassinados na Segunda Guerra e que bancaram do próprio bolso uma investigação para encontrá-lo e levá-lo a julgamento a partir de uma dica de Monika, guerrilheira morta sob o comando da ditadura boliviana.

A descoberta ganhou repercussão mundial. Pressionada, a ditadura prendeu Barbie em La Paz por “problemas fiscais” no início dos anos 80.

A prisão tentava impedir um sequestro por guerrilheiros para levá-lo ao Chile, então comandado pelo esquerdista Salvador Allende, ou uma extradição para o julgamento na França - durante a invasão nazista em território francês, Barbie ganhou o apelido de “Açougueiro de Lyon” devido à tortura imposta contra judeus e membros da resistência francesa.

O nazista só foi extraditado após a retomada da democracia na Bolívia e condenadoem 1987 à prisão perpétua por crimes contra a humanidade em um tribunal na França. Em 1991, Barbie morreu vítima de câncer em Lyon.

De acordo o Museu do Holocausto, mais de seis milhões de judeus foram mortos pelo nazismo de 1933 até o fim da guerra, em 1945. Apesar disso, a autora de Surazo afirma escrever para demonstrar que os efeitos do antissemitismo e do racismo perduraram com o baixar das armas.

“O conhecimento dessas histórias entre o grande público faz diferença para nossa memória e cultura: nós, europeus, temos que saber que o nacional-socialismo não acabou em 45 e que devemos estender nossa responsabilidade sobre o tempo e os lugares por onde ele se espalhou”, conclui.

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Surazo - Hans e Monika Ertl: Uma História Alemã na Bolívia

  • Autora: Karin Harrasser
  • Trad.: Daniel Martineschen
  • Editora: Manjuba, 288 págs.; R$ 86)

Baviera Tropical - A História de Josef Mengele, O Médico Nazista Mais Procurado do Mundo, Que Viveu Quase 20 Anos no Brasil Sem Nunca Ser Pego

  • Autora: Betina Anton
  • Editora: Todavia (384 págs.; R$ 89,90)

Nazistas entre nós: a trajetória dos oficiais de Hilter depois da guerra

  • Autor: Marcos Guterman
  • Editora: Contexto (192 págs.; R$ 59,90)