terça-feira, 4 de maio de 2021

Investigação conclui que Filipe Martins, assessor de Bolsonaro, fez gesto com conotação racista no Senado, FSP

 O Ministério Público Federal recebeu o relatório final da investigação envolvendo o assessor para assuntos internacionais da Presidência, Filipe Martins.

O auxiliar do governo Jair Bolsonaro foi indiciado pela Polícia do Senado e, agora, o MPF terá que decidir se denuncia Martins ou se opina pelo arquivamento.

A apuração concluiu que os gestos feitos às costas do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em 24 de março, tinham conotação racista.

Martins foi indiciado com base no artigo 20 da lei 7.716/1989, que fala em pena de reclusão de um a três anos e multa para quem "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional."

O inciso 2º do artigo 20 diz que a pena de reclusão passa a ser de dois a cinco anos caso os crimes sejam cometidos por intermédio de meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza.​

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Em países que vivenciam o crescimento de movimentos de extrema direita, o gesto feito por Martins é associado ao movimento supremacista branco. Os três dedos esticados simbolizam a letra "w", que seria uma referência à palavra em inglês "white" (branco). O círculo formado representa a letra "p", para a palavra "power" (poder). Ou seja, o símbolo é apontado como simbolizando "poder branco".

Pesquisadores que estudam as simbologias da extrema direita alegam que o gesto vem sendo utilizado como uma mensagem codificada com o intuito de que membros de grupos racistas possam identificar uns aos outros.

A obscenidade também associada ao gesto vem de seu uso no Brasil como uma forma de dizer "vai tomar no c.".

No Twitter, Martins afirmou que estava ajeitando a lapela do terno e negou que tenha feito um gesto racista.

Gesto de Filipe Martins durante sessão no Senado, às costas de Rodrigo Pacheco, presidente da Casa
Gesto de Filipe Martins durante sessão no Senado, às costas de Rodrigo Pacheco, presidente da Casa - Reprodução

PT ganhou quatro eleições 'merecidamente' por criar Bolsa Família, diz Paulo Guedes, OESP

 BRASÍLIA - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o PT ganhou quatro eleições “merecidamente” após criar o programa Bolsa Família. A afirmação foi feita durante audiência pública realizada pela Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 4.

“O PT teve realmente a belíssima iniciativa de fazer um programa de transferência de renda importante. Ganhou quatro eleições seguidas merecidamente, porque fez a transferência de renda para os mais frágeis. Um bom programa, que envolvia poucos recursos e que tinha altíssimo impacto social, e que foi até inspiração para fazermos o dinheiro chegar na base”, afirmou.

O ministro ressaltou, porém, que o valor do Bolsa Família não foi de R$ 600, como o auxílio emergencial no ano passado, porque não havia recursos disponíveis. “Na democracia, você dá mérito ao que for bem feito, mas explica porque não feito antes. O auxílio de R$ 600 não foi feito antes porque exige bases de financiamento sustentáveis no longo prazo. O próprio PT, que esteve no governo tanto tempo, não botou o Bolsa Família de R$ 600. Era R$ 170 porque o dinheiro tem que ser apanhado em outro lugar”, completou. 

Paulo Guedes
'PT teve a belíssima iniciativa de fazer um programa de transferência de renda importante', disse Guedes. Foto: Alan Santos/PR

Paulo Guedes disse que o governo deve lançar, em breve, um programa para os chamados “invisíveis”, pessoas que não têm emprego formal nem são cobertas por medidas de auxílio econômico governamentais. O ministro voltou a citar o programa Bônus de Inclusão Produtiva (BIP) e disse que deve “soltar isso brevemente”. 

Em entrevista ao jornal O Globo no domingo, Guedes disse que o BIP deve pagar entre R$ 200 e R$ 300 para pessoas que fizerem curso preparatório para o mercado de trabalho. “Algum programa nós vamos dirigir para os invisíveis. Para quem não tem nem BPC nem Bolsa Família e estão andando por aí em busca de seu ganha-pão. É o nosso principal desafio”, afirmou. 

Atraso no Orçamento

O ministro afirmou que a demora na aprovação do Orçamento de 2021 foi “culpa de todos” os atores envolvidos. O Orçamento deste ano foi sancionado apenas no dia 22 de abril. “É culpa de todo mundo, porque Orçamento estava lá desde agosto. Com a guerra da pandemia o texto não foi aprovado, depois houve mudanças no comando da Câmara e do Senado. A política que dá o timing da coisa, e é assim que tem que ser”, disse Guedes. “Não prevíamos a segunda onda da pandemia quando fizemos o Orçamento de 2021. Ninguém imaginou que a pandemia se transformaria num pesadelo dessa profundidade,”

Mais uma vez, o ministro alegou que foi o Congresso que cortou os recursos para o Censo de 2021 que estavam orçados na proposta inicial do governo. “Como vou mandar um pesquisador para diversas casas como um vetor de transmissão de doença. Imagino que o Congresso avaliou isso durante o processo político de debate do Orçamento. Não é que alguém levantou e cortou isso, é um processo complexo”, repetiu. 

A desindexação dos orçamentos públicos voltou a ser defendida pelo ministro. “Carimbar o dinheiro com indexação não protege o povo. Quem protege o povo é a política. A política deu 8,5% do PIB para a Saúde em 2020 e deu 130% de aumento no Fundeb para a educação básica. Se fosse só pela indexação o aumento seria de apenas 2% ou 3%”, completou. 

Câmbio 

Em sua avaliação, o forte superávit comercial do Brasil deve ajudar a baixar a cotação do dólar no País. A equipe econômica espera um saldo positivo recorde US$ 89,4 bilhões na balança comercial em 2021. “Acho que o dólar vai cair mais para frente”, projetou.

O ministro voltou a dizer que o governo alterou o mix de juros altos com dólar baixo. “Dissemos que iríamos mudar e os juros realmente chagaram a 2% ao ano, e o câmbio ficou mais alto um pouco. O câmbio brasileiro estava fora do lugar equilíbrio, que é mais alto. Não é tão alto como está agora, mas todas essas incertezas, doenças, perspectiva de recessão, dúvidas sobre reformas, boatos de que toda hora o ministro pode cair. Vivemos uma fase difícil, turbulenta”, afirmou.

Guedes alegou que o Brasil ficou mais rico com a alta dos preços das commodities no mercado internacional, mas disse que essa riqueza precisa ser repartida com os mais pobres. Segundo ele, a competição no mercado de gás natural deve baratear o custo do combustível. “Espero que dentro de um ano, um ano e meio, o preço do gás natural possa cair 40%”, completou.

Ricardo Nunes será prefeito interino entre pressão de emedebistas e vigilância de aliados de Covas, FSP

 Ricardo Nunes (MDB) viverá em fogo cruzado no mês que será prefeito interino de SP enquanto Bruno Covas (PSDB) está licenciado para tratamento de câncer.

De um lado, membros do MDB que têm pressionado a prefeitura por influência na gestão deverão aumentar a carga sobre Nunes.

De outro, ele é observado de perto pelos aliados de Covas, que enxergam o mês como oportunidade de medir a fidelidade de Nunes ao prefeito. Ou seja, o quanto ele vai cumprir do roteiro estabelecido pelo tucano.

Deputados emedebistas têm pedido apoio de Nunes para emplacar projetos na cidade —e com urgência, dado que 2022 é ano eleitoral. Mais que cargos, eles pedem influência na definição de políticas públicas na cidade.

Na prefeitura, o combinado é que Nunes administre o dia-a-dia e consulte Covas em decisões estratégicas.

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Nunes diz ao Painel que não há a menor chance de encaixar pleitos partidários nesses 30 dias e que tocará a prefeitura seguindo rigorosamente o que combinou com Bruno Covas.

Com Thiago Amâncio