quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Cantor Juliano Cezar é enterrado sob aplausos e muita emoção em Passos (MG), Agora

Artista recebeu homenagens de músicos como Rionegro e Joel Marques
Juliano Cezar
Juliano Cezar no Instagram - Instagram/@julianocezaroficial
SÃO PAULO
Morto na última terça (31) após sofrer uma parada cardíaca durante um show no Paraná, o cantor Juliano Cezar, 58, foi velado e posteriormente enterrado na cidade de Passos (MG), sua terra natal.
O velório, que começou em Ribeirão Preto e terminou no município mineiro, e o sepultamento contaram com homenagens de artistas consagrados da música. Dentre elas a do compositor de “Não Aprendi Dizer Adeus”, Joel Marques, que cantou a música que ficou muito conhecida na voz de Juliano.
Quem também marcou presença e fez um tributo a  Juliano Cezar foi o cantor Rionegro, dupla com Solimões. O artista cantou uma canção do amigo: “Rumo à Goiânia”, e também o clássico de Milionário e José Rico “Estrada da Vida”.
Juliano Cezar chegou ao sepultamento em carro dos Bombeiros e as ruas do entorno ficaram tomadas de gente. 
O cantor mineiro morreu na madrugada de terça-feira (31) após sofrer uma parada cardíaca enquanto fazia um show em Uniflor, no interior do Paraná. O artista deixa sua esposa Andrea Mendes, com quem ficou casado por 27 anos. 
Ao longo da trajetória de 33 anos de carreira, o cantor gravou 14 álbuns (sendo 4 DVDs gravados) e emplacou sucessos como “Não Aprendi Dizer Adeus” (1990), “Rumo à Goiânia” (de 1991), “Bem aos Olhos da Lua” (de 1997), “Cowboy Vagabundo” (2002), Malvada (2002), “Faz Ela Feliz”, entre outras.
REPERCUSSÃO
Artistas importantes da música lamentaram a perda precoce do músico. Dentre eles o cantor Daniel. “Uma notícia tão triste! Nosso querido amigo Juliano Cézar nos deixou e só posso dizer que ele fará muita falta”, escreveu em uma rede social.
Sorocaba, dupla com Fernando, também lamentou. “Descanse em paz Cowboy. Sempre que a gente se encontrava nas estradas da vida era assim, só alegria! Você foi muito importante”.
João Neto e Frederico publicaram a seguinte mensagem: “Juliano Cezar cantou, e por diversas vezes nos encantou, e agora vai deixar uma saudade sem tamanho. Estamos tristes pela sua partida meu amigo”.

Marcelo Viana O mundo bizarro da mecânica quântica, FSP

Há muita coisa que não podemos saber porque ainda não foi decidido

  • 6
Ao final do século 19, parecia que a humanidade tinha descoberto todos os segredos do universo.
O físico britânico Lord Kelvin (1824–1907) afirmou: “Não há mais nada para descobrir na física. Tudo o que resta é fazer medições cada vez mais precisas”.
Uma coisa que ele tentou medir foi a idade da Terra. Mas a estimativa —de 20 a 40 milhões de anos— ficou muito aquém do valor aceito atualmente: 4,5 bilhões de anos. 
Kelvin errou ao não levar em conta o papel da radiatividade no aquecimento do planeta: a radiatividade ainda não tinha sido descoberta!
Até os matemáticos entraram na onda. Na famosa lista de 23 problemas que o alemão David Hilbert (1862–1943) apresentou ao Congresso Internacional de Matemáticos de 1900, o 6o era “axiomatizar a física”. 
Como se, tendo encontrado todas as leis naturais, a física estivesse pronta para se tornar uma subárea da 
matemática.
O físico alemão, Albert Einstein e Niels Bohr discutem mecânica quântica, em 1925 - Coleção particular
Ironicamente, algumas décadas depois o matemático russo Vladimir Arnold (1937–2010) escreveria: “A matemática é uma subárea da física, aquela em que os experimentos são baratos”. Essa afirmação permanece válida.
O início do século 20 evaporou o ufanismo, gerando dois avanços que mudaram radicalmente a nossa percepção do universo: a relatividade —que revolucionou as ideias de espaço, tempo, massa e energia— e a mecânica quântica, recheada de conclusões ainda mais paradoxais.
A ciência do século 19 estava baseada no princípio do determinismo: conhecendo as leis do universo, e o seu exato estado atual, poderíamos prever toda a evolução futura. 
A ideia de probabilidade seria um mero recurso técnico para compensar que não podemos saber exatamente o estado atual.
A mecânica quântica desafiou frontalmente esse princípio, afirmando que a evolução do universo é fundamentalmente probabilística: há muita coisa que não podemos saber “simplesmente” porque ainda não foi decidido. 
O resultado foi um universo extremamente contra intuitivo: gatos que estão vivos e mortos ao mesmo tempo; objetos que se influenciam instantaneamente à distância, sem comunicarem entre si; experimentos que questionam a existência do espaço e do tempo.
Todas essas previsões da mecânica quântica vêm sendo confirmadas experimentalmente com notável precisão. E agora mesmo os efeitos quânticos mais bizarros estão sendo usados para fins práticos, por exemplo, na computação quântica.
Ao longo das próximas semanas, voltarei algumas vezes para contar como chegamos até aqui, e aonde essa caminhada poderá nos levar.
Marcelo Viana
Diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, ganhador do Prêmio Louis D., do Institut de France.

Joice, Doria e Witzel desabam em popularidade digital após embates com Bolsonaros, FSP

SÃO PAULO
Entrar em choque com o presidente Jair Bolsonaro parece ser fatal, ao menos nas redes sociais. A deputada Joice Hasselmann (PSL) e os governadores João Doria (PSDB-SP) e Wilson Witzel (PSC-RJ) são grandes exemplos disso, aponta índice de popularidade digital, feito pela consultoria Quaest.
A empresa analisa o desempenho digital de figuras públicas no Facebook, Instagram e Twitter.
A deputada Joice Hasselmann e o presidente Jair Bolsonaro, em cerimônia em agosto, quando ainda eram aliados
A deputada Joice Hasselmann e o presidente Jair Bolsonaro, em cerimônia em agosto, quando ainda eram aliados - Claudio Reis/FramePhoto/Folhapress
Enquanto eram aliados a Bolsonaro, Joice, Doria e Witzel chegaram a ser líderes no índice em seus grupos (deputados federais e governadores, respectivamente). Após o rompimento, ambos desabaram no levantamento.
“A rede montada organicamente pela família Bolsonaro, entre 2014 e 2018, faz com que eles tenham alta capacidade de mobilização e engajamento. Rompimentos políticos com eles têm sido traduzidos, nas redes, em retração da influência digital”, afirma Felipe Nunes, diretor da Quaest e professor de ciência política da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
“Geralmente perde quem bate de frente com eles, pois eles deixam de ter o apoio digital da rede montada pelo clã Bolsonarista e que tem grande capilaridade nacional”, completou.
Além disso, J oice, Doria e Witzel  assaram a ser criticados abertamente na rede por pessoas próximas ao presidente, como seu filho Eduardo.
Ferrenha apoiadora de Bolsonaro na campanha eleitoral e líder do governo na Câmara, Joice dividia a liderança de popularidade digital entre deputados federais paulistas com o então aliado Eduardo Bolsonaro.
Próximo ao meio do ano, porém, ela se aproximou do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que tem buscado se distanciar do presidente (ainda que o tucano tenha sido eleito pregando o voto “Bolsodoria”).
Em setembro, Bolsonaro criticou a sua então líder do governo na Câmara, em entrevista à Folha. "Joice está com um pé em cada canoa", disse Bolsonaro.
Naquele mês, Joice teve queda de 13% no índice de popularidade feito pela consultoria —ela vinha crescendo desde junho. Os embates entre Joice e os Bolsonaros seguiram, e o índice da deputada não parou de cair, chegando em novembro ao patamar mais baixo do ano.
Doria também perdeu popularidade digital após começar a se distanciar do presidente. O tucano chegou a ser o governador com a maior popularidade, em 1º de junho, mas teve queda de quase 40% no índice dois meses depois (foi de 61 para 39 pontos, em escala que vai a 100).
A queda coincide com o momento que o tucano passou a deixar mais claro o seu distanciamento em relação a Bolsonaro. Em junho, Doria defendeu publicamente ser contra alinhamento automático com Bolsonaro.
Movimento semelhante aconteceu com o governador fluminense, Wilson Witzel. Em, agosto e setembro, ele foi o gestor estadual com melhor popularidade nas redes sociais, segundo o índice.
Witzel também se elegeu apoiando o então candidato Bolsonaro e manteve alinhamento até meados deste ano. Em setembro, porém, passou a se colocar enfaticamente como possível candidato a presidente em 2022. 
Após esse movimento, Witzel passou também a ser criticado por Bolsonaro e seu entorno. O presidente tem dito que a polícia do Rio, sob comando de Witzel, tem perseguido o senador Flávio Bolsonaro na investigação sobre "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio quando era deputado estadual.
Witzel, então, desabou no índice de popularidade digital, ficando em novembro apenas como o 9º governador com maior popularidade.
A liderança parece ter relação com a polarização em âmbito nacional. O primeiro colocado entre os governadores é Ronaldo Caiado (DEM-GO), um grande defensor de Bolsonaro.
Em segundo entre os governadores aparece Rui Costa (PT-BA), que se posiciona como um grande aliado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva —ainda que, recentemente, tenha cobrado de Lula um discurso menos agressivo.
O presidente Jair Bolsonaro e o governador do Rio, Wilson Witzel, em cerimônia em outubro
O presidente Jair Bolsonaro e o governador do Rio, Wilson Witzel, em cerimônia em outubro - Marcos Corrêa/PR

O ÍNDICE

O levantamento feito pela consultoria Quaest considera cinco dimensões: fama dos personagens públicos (quantos seguidores); engajamento (comentários por postagem); mobilização (compartilhamento das postagens); valência (reações positivas/negativas às postagens); e presença (quantas redes sociais a pessoa está ativa). 
Modelo estatístico pondera e calcula a importância de cada dimensão; os personagens analisados são, então, colocados numa escala de 0 a 100.