domingo, 6 de outubro de 2019

Mamãe Falei, um palavroso youtuber no figurino de deputado estadual, OESP

Luiz Maklouf Carvalho, O Estado de S.Paulo
06 de outubro de 2019 | 05h00

Cuidado, leitor, que o deputado estadual Arthur Moledo do Val, do Democratas, mais conhecido como Arthur Mamãe Falei, vai abrir a boca. Ele tem 33 anos, é solteiro, e foi o segundo mais votado na eleição do ano passado, com 478.280 votos. Teve as contas da campanha definitivamente desaprovadas, por irregulares, pelo Tribunal Superior Eleitoral. E mantém a língua mais irresponsavelmente ferina entre os jovens políticos da nova safra. Qual deles diria, por exemplo, tirem as crianças da sala, que “ministro do STF é um bando de filho da puta comedor de lagosta?”. Pois o deputado não só o disse – está em seu canal do YouTube, o “Mamãe Falei”, com 2,58 milhões de inscritos, 831 vídeos e 308 milhões de visualizações -, como o repetiu, tal e qual, para o gravador do Estado, durante entrevista em seu gabinete na tarde da última quarta-feira.
ctv-hio-mamaefalei
O deputado estadual e coordenador do MBL Arthur do Val na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo Foto: Alex Silva / Estadão
O vídeo do Youtube – “O golpe do STF” - foi postado no último dia 29, quando o Supremo Tribunal Federal discutia sobre réus delatores e não delatores em caso relacionado à Operação Lava Jato. Divergente da decisão majoritária, “Mamãe Falei” acrescentou, ao palavrão maior, que os ministros “botam aquela bosta daquela capinha e acham que estão acima da sociedade”. Até a última sexta-feira, o vídeo registrava 320 mil visualizações, com 61 mil curtidas (polegar para cima) e 864 reprovações (para baixo).
- Isso não é incitamento ao ódio, além de leviano e irresponsável?
O deputado ouve as perguntas, impassível, e discorda: “De forma alguma. Sou a favor da liberdade de expressão irrestrita. Não é o fato de talvez um dia ter que depor no STF que vai segurar as minhas palavras. Não tenho medo de tomar processo. É um risco que eu corro, e faço isso há muito tempo”.
No nono mês de mandato, e gostando do novo figurino que o obriga ao terno e gravata, o palavroso youtuber se diz o mais austero dos 94 deputados que compõem a Assembleia Legislativa. Não usa o carro oficial a que tem direito, por exemplo, e só tem seis funcionários dos 32 que poderia contratar.
Fez um barulhão, a seu estilo poeira no ventilador, quando, durante a recente discussão de um projeto, chamou todos os colegas de “vagabundos”, em plenário, por duas vezes. Levado à Comissão de Ética, acabou por se desculpar. Está aguardando uma decisão – que espera seja, no máximo, uma advertência. “Eu realmente me excedi”, reconheceu, durante a entrevista.
Excedeu e parece que aprendeu alguma coisa sobre o trato civilizado na Casa, como mostrou, na mesma quarta-feira, em reunião da Comissão de Constituição e Justiça. Cabalou votos, de ouvido em ouvido, para um projeto que apresentou, tornando obrigatória a contratação de seguro- garantia de execução de contratos de obras públicas. Ganhou por 10 a 1.
Seu objetivo na Assembléia, explica, é “transmitir os ideais da ideologia liberal econômica e valorizar os profissionais da segurança pública. Em dois outros projetos de lei propõe a isenção de IPVA e ICMS em veículos novos que atuam no transporte privado (Uber, por exemplo), e a extinção do auxílio-hospedagem para os deputados, outra mordomia que também não usa. Um dos dez votos na quarta-feira foi da deputada Janaína Pascoal, do PSL, com seus mais de dois milhões de votos.
O gabinete 3016, no terceiro andar, tem uma bela vista para o Parque do Ibirapuera. Para chegar lá, quem quer que seja, é só ir entrando. Não há qualquer segurança, ninguém pede documento de identificação, nada. “É uma insegurança total, absurda”, diz o deputado. Como tem sempre uma resposta de ocasião, para o que seja, sugere um motivo: “É para evitar o controle sobre funcionários fantasmas”.
Ali pelo começo de 2015 Arthur Moledo do Val era não muito mais do que um desconhecido, sequer ilustre. Mais velho de três irmãos, teve uma boa vida com o pai empresário do ramo da sucata (“começou como engraxate”) e a mãe dona de casa. Estudou até o último ano de Engenharia Química, diz, mas não se formou. Já trabalhava com o pai, a sério, e começou a empreender. Primeiro com um estacionamento de 700 vagas em Guarulhos, o Aeropark, onde se deu bem, e, de lá para cá, investindo em posto de gasolina, empresa de construção civil, outra de sucata, e uma transportadora. Seu patrimônio declarado na campanha eleitoral passava um pouco de R$ 500 mil. Não sabe dizer de cara quanto cresceu de lá para cá – mas arrisca que talvez tenha chegado a “uns R$ 600 mil”.
O “Mamãe Falei” nasceu durante uma madrugada insone em maio de 2015, quando criou o canal no YouTube, “para questionar e reclamar de tudo” e “sair de uma inércia de pensamento”. Alinhava-se, então, à direita, com ideias do Movimento Brasil Livre e que tais. “Fiquei um ano no quase anonimato, pensando todo dia em fechar o canal”, contou. Em março de 16, indignado com uma manifestação a favor da indicação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ministro da Casa Civil no segundo governo Dilma Rousseff, o empresário teve um “estalo”: entrar na manifestação com uma câmera na mão, e interpelar os presentes sobre a razão de estarem ali. “Sou muito audacioso e gosto de correr riscos”, explicou. Demorou um fim de semana para editar e postar o vídeo - o primeiro dos 832 que lá estão. “Foi um sucesso instantâneo, com dois milhões de views em 24 horas”, afirmou. De lá para cá, à média de dez minutos por vídeo, o “Mamãe Falei” tem coisa de 138 horas de gravações.
“Já levei tapa, empurrão, cuspida, soco na boca, paulada na costa, processos diversos, mas nada vai me fazer parar”, diz o deputado. Quem der uma olhada, vai vê-lo em manifestações de esquerda, como um provocador profissional. Ataca verbalmente uns, desrespeita outros, questiona todos, tudo com um sangue frio de chamar a atenção. Há cenas vergonhosas – pelas quais já foi ou está sendo processado. Entre elas, ficou tristemente famosa uma em que invadiu um departamento da Faculdade de Medicina da USP, fantasiado de vagina, para zoar um seminário sério sobre masturbação feminina. “A exposição ao ridículo também faz parte do questionamento”, diz. “Não me arrependo de nada – e faria tudo de novo. Se por causa disso eu tiver que perder todo o meu patrimônio, e até as cuecas, eu vou fazer”.
Já perdeu, por exemplo, para o deputado federal Marcelo Freixo e para as estudantes da USP. O ex-deputado Jean Wyllis também o processa, entre outros. Nas contas que ele mesmo faz, passa de R$ 1 milhão a soma de indenizações a pagar se vier a perder todos os processos.
Os vídeos têm poeira pra todos os olhos, na média de duas postagens semana. Nos últimos, além dos ataques ao STF, tem comentários sobre o filme Bacurau, que o agradou; sobre o instinto confessadamente assassino e suicida do ex-procurador geral Rodrigo Janot; sobre o Queiroz e o senador Flávio Bolsonaro; sobre os ataques ao deputado petista José Guimarães, num voo de avião. E por aí vai.
Arthur do Val é amante dos esportes radicais: jiu-jítsu (faixa marrom) e motocross, entre outros. Faz duas horas de malhação por dia. Tem 1,70 m de altura e 70 quilos, “de pura gostosura”, como acrescentou, fazendo blague. Considera-se cinéfilo e declara-se um “liberal clássico”. Sabe que o livro capital de Adam Smith, um dos pais do liberalismo, é A Riqueza das Nações. Já o leu? “Só um resumo”, diz. “Não sou de leitura, prefiro me informar por outros meios”, explica. Mas tem noção do que está dizendo ao perorar sobre Smith e John Locke, outro liberal radical.
Na entrevista ao Estado ele definiu Bolsonaro como “um péssimo presidente”, Eduardo Bolsonaro como “um monte de bosta”, Bruno Covas como “o pior prefeito que São Paulo já teve”. Acrescentou, ao falar sobre o Democratas: “Acho que o Rodrigo Maia é corrupto, e que o Davi (Alcolumbre, presidente do Senado) não faz uma gestão republicana”. Não tem provas de nada disso – “mas é o que eu acho, e tenho o direito de dizer”.
Seu defeito – ele tem um – é ser “extremamente estressado e ansioso”, principalmente com a ineficiência de serviços como o bancário e o telefônico. “Se for no banco, a minha vontade é explodir a agência”, exemplificou. Cuidado aí.
Já teve crise de ansiedade, há não muito tempo. Mas não vai a médicos, e é “contra” remédios. Tem namorada, mas nenhuma simpatia pelo casamento ou pela paternidade. Disse que não bebe, não fuma e não usa droga. Tem problemas para dormir – a média é de quatro horas por dia -, e não é propriamente de comida nas horas regulares, mas de ficar beliscando de meia em meia hora, normalmente frutas.
Mamãe Falei disse que quer ser candidato a prefeito de São Paulo, mesmo que tenha que sair do DEM. Sobre os possíveis candidatos do PSL - a deputada federal Joice Hasselman e o deputado estadual Gil Diniz – disse que ambos “não têm competência técnica para gerir uma cidade como São Paulo”. E que ele não só “tem”, como é “muito bom” nisso. Haja vídeo daqui até lá.

sábado, 5 de outubro de 2019

Reescrevendo a história, Marcelo Rubens Paiva, O Estado de S. Paulo



João Goulart foi deposto em 1964 para barrar o avanço vermelho sobre nossa terra







05 de outubro de 2019 | 03h00
Como chegamos a esse ponto? Viram no que deu? Não dava para prever? Política é complexa. Mas a história ajuda a descobrir decisões erradas, traições, expor a ingenuidade dos sujeitos que a fazem.
Numa fria segunda-feira, 20 de fevereiro em 1933, em Berlim, carros estacionaram diante do palácio da chancelaria. Deles descem Gustav Krupp, Wilhelm von Opel, Albert Vögler, Wolfgang Reuter, doutor Stein e outros. 
Vestiam casacos pesados, chapéus, e mergulharam pelas escadas e corredores da presidência do Reichstag que seria, em meses, incendiado pelos nazistas, num episódio infame em que culparam os comunistas, justificaram o fechamento do congresso e a instauração da ditadura. 
Como Getúlio fez anos depois no Brasil, no episódio conhecido como Intentona Comunista. João Goulart foi deposto em 1964, num golpe civil-militar, para barrar o avanço vermelho sobre nossa terra garrida, em que fulguras, ó Brasil, florão da América. Regime que também por conta de subversivos comunistas virou uma ditadura apenas militar em 1968.
Hermann Goering, presidente do Reichstag, veio acolhê-los, dar as palavras de boas-vindas. Logo evocou as próximas eleições de 5 de março. Queria o apoio financeiro das 24 figuras conhecidas pelo nome jurídico de Basf, Bayer, Agfa, Opel, IG Farben, Siemens, Allianz, Telefunken e outros.
Se o partido nazista conseguisse maioria, seriam as últimas eleições dos próximos dez anos, disse Goering. E corrigiu, com sua risada histriônica: Cem anos! Então, portas se abriram, e o novo chanceler, Hitler, apareceu descontraído, sorridente, até amável.
Todos ouviram Hitler falar por meia hora. A proposta era acabar com o regime fraco, fechar sindicatos e afastar a ameaça comunista. Para isso, precisavam de dinheiro para a campanha eleitoral. 
Krupp doou um milhão de marcos. São os homens por trás da produção de carros, máquinas de lavar, produtos de entretenimento, rádios, relógios, seguradores, baterias, aço, que fizeram parte do nosso cotidiano. E que mudaram a história, ajudaram a destroçar o mundo, a vida de milhões.
A cena está contada no livro A Ordem do Dia, de Éric Vuillard, que escreveu depois de vasta pesquisa. Com ele, venceu o Prêmio Goncourt
A história se repetia na sede da Fiesp, em que o empresário Henning Boilesen, da Ultragaz, um entusiasta dos métodos praticados nos porões da Oban para combater a subversão, o inimigo, passava o chapéu para financiar órgão da repressão brasileira durante a ditadura.
O que se passa na cabeça de alguns empresários? O que se passava na cabeça daqueles que financiaram a aventura do desconhecido e descontrolado Fernando Collor, em 1989, candidato que disputava uma eleição com os líderes da redemocratização: Ulisses Guimarães, Mário Covas, Leonel Brizola e Lula.
História não é uma pedra sólida. Ela rola na correnteza do tempo e muda de formato. E, se observada, pode denotar algo visto de um lado, e outra coisa vista de outro. Assim como pode ser uma terceira coisa sob as lentes de um microscópio. História pulsa. Vive. Tem humores. Adapta-se. É surrada e acariciada por inimigos. Vira boi de piranha.
Para muitos, o que ocorreu entre 2014 e 2016 no Brasil foi um golpe de Estado. Especialmente para aqueles que viveram outros golpes. Temer usou recentemente a palavra golpe no programa Roda Viva. Duas vezes: “Jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe”.
Depois de falar com Lula, que tentou demover do PMDB a ideia do impeachment, disse: “Mas a essa altura, eu confesso que a movimentação popular era tão grande e tão intensa que os partidos já estavam vocacionados, digamos assim, pela ideia do impedimento (...). Esse telefonema do Lula revela que eu não era adepto do golpe”.
Aloysio Nunes Ferreira, embaixador de Marighella em Paris, embaixador e articulador do PSDB no impeachment e no governo Temer (ministro das Relações Exteriores), afirmou: “Não é possível, em um processo judicial, em um país civilizado, um juiz e os procuradores se comportarem da forma como se comportaram. Processo judicial exige um juiz independente, imparcial, que dê iguais oportunidades tanto à defesa quanto ao Estado provarem seus argumentos”.
Afirmou que Moro e o MP “manipularam o impeachment, venderam peixe podre para o Supremo Tribunal Federal. Isso é muito grave”.
Depois de criticar a Lava Jato e o vazamento do áudio da conversa entre Dilma e Lula, disse: “Lula, que dizem que foi um governo socialista, governou com a direita. Teria rapidamente condições de segurar a base política. Porque o impeachment é um processo jurídico – crime de responsabilidade –, e político. Ele, pelo menos em relação à questão política, talvez tivesse condição de recompor. Foi exatamente por isso que eles procuraram barrar, como conseguiram, a posse de Lula”.
Janaína Paschoal, autora do pedido de impeachment, admitiu que o impeachment da Dilma não foi por conta de pedaladas fiscais, mas por motivos políticos. Marta Suplicy, do time de fundadores do PT, mostra-se arrependida por ter trocado o partido pelo MDB, por ser “contra a corrupção”, e defende agora a liberdade de Lula. Então vem o procurador Rodrigo Janot, um dos pilares do golpe, dizer que foi chantageado por Eduardo Cunha.
O jornalista Kennedy Alencar resumiu a indignação de muitos: “O jornalismo não deveria defender métodos usados por Moro, Dallagnol e cia. na Lava Jato. Eu não consigo. Vejo ambição autoritária para chegar ao poder. Não vejo Justiça. Vejo manipulação da opinião pública e interferência ilegal na História do País. Passaram de todos os limites”.
Elio Gaspari citou uma frase do ministro do STF, Alexandre Moraes, que diziam ser um braço do PSDB na Corte: “Dizer que devido processo legal atrapalha o combate à corrupção seria semelhante a dizer que direitos humanos atrapalham o combate à criminalidade”.
Sob fogo cruzado da polarização insana que alimenta termos da Guerra Fria, encerrada há três décadas, porém sempre resgatada quando se precisa dela, estão nas primeiras linhas da fala de Jair Bolsonaro na abertura da Assembleia da ONU: “Apresento aos senhores um novo Brasil, que ressurge depois de estar à beira do socialismo”. Socialismo? Que papo-furado, irmão...
Tudo o que sabemos sobre:
Marcelo Rubens Paiva
Encontrou algum erro? Entre em contato

Bolsodoria foi na eleição, e campanha acabou, diz Doria, FSP

Arthur Cagliari
SÃO PAULO
O governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta sexta-feira (4) que a dobradinha Bolsodoria ficou no passado.
O Bolsodoria foi na campanha, e a campanha já acabou”, disse o governador, que ressaltou, no entanto, não haver rompimento com o governo federal.
Em relação às declarações do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, Doria disse que não iria fazer comentários, apenas afirmando que segue os valores de honestidade, respeito pela democracia e pela liberdade de imprensa, que aprendeu com seu pai.
Com camiseta "Bolsodoria", ainda candidato a governador de São Paulo, João Doria (PSDB) fazia campanha no Capão Redondo, zona sul de São Paulo
Com camiseta "Bolsodoria", ainda candidato a governador de São Paulo, João Doria (PSDB) fazia campanha no Capão Redondo, zona sul de São Paulo - Luiz Claudio Barbosa - 27.out.18/Agência O Globo
"Não vou fazer comentários sobre a fala do filho do presidente Jair Bolsonaro. Apenas dizer com clareza que eu tenho as minhas convicções e minhas posições, que são sempre muito objetivas e fundamentadas nos bons princípios que eu aprendi com o meu pai”, disse o governador em evento, em que anunciou a criação do programa stopover pela companhia aérea Azul.
“Com meu pai, eu aprendi a ser honesto, a ser correto, advogar pelas boas causas, amar o meu país, a defender a democracia, a liberdade de imprensa, a diversidade e os grandes valores que constroem um país.”
Na manhã desta sexta-feira (4), o deputado Eduardo Bolsonaro disse nas redes sociais que, se continuar criticando o presidente, o governador vai acabar se enterrando politicamente.
Mais tarde, no programa Pânico, da Jovem Pan, o deputado afirmou que a mudança de postura de Doria, em relação ao presidente, não foi uma grande surpresa.
“Tínhamos consciência de que não era a pessoa ‘Bolsonaro Futebol Clube’, porque um ano atrás ele estava falando que o Bolsonaro era radical. Quando ele sentiu cheirinho de presidência, ele deu até uma rasteira no Alckmin, vamos ser sincero”, disse.
“Se o Alckmin, que criou o Doria, tomou uma rasteira, não somos nós que vamos achar que ele não vai ter o mesmo tipo de postura com o Bolsonaro.”