quarta-feira, 18 de abril de 2018

As bruxas do Rio estão soltas e zangadas, FSP


As forças da desordem estão mandando sinais desafiadores à intervenção federal na segurança do estado

Desde fevereiro, quando foi decretada a intervenção federal na segurança do Rio, coisas estranhas aconteceram, como se algumas peças de um tabuleiro de xadrez se mexessem sozinhas. Seis casos:
1) Um mês depois da intervenção, a vereadora do PSOL Marielle Francoe seu motorista, Anderson Gomes, foram executados. Até hoje os assassinos não foram identificados. No início de abril, o cadáver de um colaborador do vereador Marcello Siciliano foi encontrado dentro de um automóvel. (Dias antes, Siciliano havia sido ouvido na investigação do assassinato de Marielle.)
2) A tropa do Exército começou um processo de pacificação na Vila Kennedy, e o gabinete do interventor foi surpreendido por uma operação que destruiu 30 barracas e quiosques de comércio na praça Miami. O prefeito Marcelo Crivella desculpou-se, mas ninguém foi punido.
3) Durante uma inspeção do general que chefia o gabinete da intervenção ao 14º Batalhão da PM (Bangu), uma parte da tropa formada não lhe deu continência depois da ordem do coronel-comandante. Foi necessário que a repetisse.
4) Uma inspeção feita com a participação do Exército no presídio de Bangu 3 resultou num fracasso, com a apreensão de um celular e ventiladores. Mal planejada, a operação vazara. Outra iniciativa, da qual participaram 3.400 militares no Complexo do Lins, também teve resultados pífios porque a bandidagem foi alertada.
5) Na última semana de fevereiro, o gabinete da intervenção determinou o retorno de 3.100 policiais militares e bombeiros cedidos a outras repartições. (O efetivo de cabos e soldados da PM é de 22 mil.) Um mês depois, a Assembleia Legislativa ainda não havia atendido ao pedido de devolução de 87 dos 146 PMs lotados nos gabinetes da Casa. Segundo o deputado André Ceciliano, que ocupa a cadeira de Jorge Picciani, guardado em prisão domiciliar, o secretário de Segurança não administra questões financeiras. Nessa linha de argumentação, a Assembleia deveria pagar os salários dos PMs, mas como o governo do estado não repassa os recursos, eles continuam na folha da corporação. A Assembleia deve R$ 68 milhões à PM, mas os policiais continuavam lá.
6) Ontem os repórteres Fábio Teixeira e Gustavo Goulart revelaram que 47 dos 87 PMs lotados na Assembleia ainda não haviam se apresentado à corporação e arriscavam ser considerados desertores. Há camelôs que desafiam regras da Secretaria de Segurança, mas nunca se ouviu falar de militares desrespeitando ordens de seus comandos de forma tão ostensiva. Uma olhada nas condições dessa bancada revelou que 31 policiais emprestados recebiam apenas o soldo. Outros acumulavam penduricalhos, e um cabo acrescentou ao seu soldo de R$ 2.437 um adicional de R$ 6.495 líquidos.
Algumas das coisas estranhas que começaram a ocorrer depois da intervenção têm uma peculiaridade: não aconteciam antes dela. É verdade que os vazamentos de operações militares já haviam ocorrido, mas nunca havia sido assassinada uma vereadora. Também não se sabe de caso de tropa que não deu continência a um general, nem de determinação da Secretaria de Segurança que fosse respondida com tamanha demora e controvérsia.
Elio Gaspari

ILPF EM NÚMEROS

Pesquisa encomendada pela Rede de Fomento ILPF e realizada pelo Kleffmann Group na safra 2015/2016 estimou que o Brasil conta com 11.468.124 ha com sistemas integrados de produção agropecuária.
Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rio Grande do Sul possuem as maiores áreas com ILPF.  O estado da região Sul lidera a lista em termos de área relativa, ou seja, tem o maior percentual da área agricultável utilizado com algum sistema integrado.
Regiões:

REDE ILPF VIRA ASSOCIAÇÃO E GANHA NOVAS ADESÕES


A entrada do Bradesco e da SOS Mata Atlântica foram algumas das novidades no evento que marcou o lançamento da Associação Rede ILPF, nesta quarta-feira, na Embrapa Sede, em Brasília. As instituições se juntam à Cocamar, John Deere, Soesp, Syngenta e à própria Embrapa na parceria público-privada que está fomentando a adoção de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta no Brasil.
A Rede ILPF começou a atuar em 2012 e, agora, altera sua estrutura jurídica passando a ser uma associação de empresas. A mudança visa facilitar a entrada de outras instituições e ampliar a atuação do grupo.
Durante o evento de lançamento da Rede ILPF, os representantes das empresas participantes destacaram os resultados dos primeiros cinco anos, superando os objetivos traçados no início.
Vários exemplos de produtores que transformaram seu sistema produtivo com a ILPF foram citados, demonstrando como os resultados do trabalho chegaram até o campo e o impacto que tiveram.
"Nesse momento em que a gente inicia esta segunda fase, é importante que tenhamos um olhar na trajetória e nos desafios que teremos a partir de agora. Esse projeto dialoga muito bem com a agenda 2020 e 2030 e nos prepara para a agenda 2050", afirma o presidente da Embrapa, Maurício Lopes, referindo-se aos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU.
Citando os mais de 11 milhões de hectares com algum tipo de ILPF no Brasil, o presidente da John Deere no Brasil, Paulo Hermann, destacou o potencial que a tecnologia tem para transformar o sistema produtivo brasileiro e o desafio da ampliação do trabalho da Rede ILPF: Esta segunda etapa é desafiadora. Vamos aperfeiçoar o trabalho pois vamos ter muito mais recursos. Costumo dizer que não falta dinheiro, faltam bons projetos. Não tenho dúvida que teremos mais de dez empresas nessa associação", afirmou.
A expectativa é de que instituições de diferentes áreas do setor produtivo possam compor a Rede, ampliando a abrangência do trabalho.
Programa 1 milhão de hectares com ILPF
Como associação, a Rede ILPF continuará o trabalho de transferência de tecnologia, capacitação de assistência técnica e de comunicação, buscando aperfeiçoá-lo. Além disso, terá foco na internacionalização, na agregação de valor por meio da certificação e na inovação.
Para isso, foi criado o programa "Rede ILPF: 1 milhão de hectares para a agricultura do futuro e a segurança alimentar no Brasil". Trata-se de um projeto com oito eixos de ação que visa entre outras coisas criar um Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) com base na ILPF, desenvolver um aplicativo de inteligência cognitiva para assistência técnica e produtores, certificar fazendas que adotem a tecnologia, gerar benefícios financeiros para os produtores e transferir a tecnologia para outros países da América Latina e África.
De acordo com o presidente do Conselho Gestor da Rede ILPF e pesquisador da Embrapa, Renato Rodrigues, o objetivo é ter 1 milhão de hectares de ILPF participando do programa até 2030 e que essa área promova a mitigação de, no mínimo, 5 milhões de toneladas de CO² por ano.
A Rede ILPF vem desde o ano passado articulando parcerias com fundos internacionais como a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e a Sociedade Alemã de Cooperação Internacional (GIZ). A expectativa é a de se formar um Fundo ILPF com participação de instituições internacionais e empresas parceiras. Esse fundo, além de custear as ações da Rede ILPF, permitirá a criação de uma linha de crédito para produtores rurais participantes do Programa.
ILPF em Números
A ILPF é uma tecnologia brasileira. Ela se caracteriza como uma estratégia de produção que integra a agricultura, a criação de animais e o plantio de árvores em uma mesma área, de modo a haver interação positiva entre os componentes e gerando benefícios sociais, ambientais e econômicos.
De acordo com pesquisa encomendada pela Rede ILPF, em 2016 o Brasil possuía 11,5 milhões de hectares com algum tipo de sistema integrado. 83% dessa área são formados por sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP), 9% por ILPF, 7% por sistemas de pecuária-floresta (IPF) e 1% de integração lavoura-floresta (ILF).
Com base na pesquisa de 2016, a Plataforma ABC, grupo multi-institucional formado para acompanhar a redução das emissões de gases de efeito estufa, estima que na safra 2017/18 a área com sistemas integrados chegue a 14,6 milhões de hectares. A projeção é que até 2020 a área chegue a 19,3 milhões de hectares.
A ILPF é uma das apostas do governo brasileiro para cumprir os compromissos de redução de emissão de gases de efeito estufa assumidos internacionalmente.
Mais informações
Conheça mais sobre a tecnologia ILPF e sobre o trabalho da Rede ILPF no site www.ilpf.com.br. Nesta página também podem ser vistas diferentes experiências de produtores que já utilizam a integração de sistemas, notícias, agenda de eventos e vídeos sobre o tema.