quinta-feira, 13 de julho de 2017

Nenhum direito a menos, muitos empregos a mais, OESP

*Michel Temer, O Estado de S.Paulo
13 Julho 2017 | 03h05
O trabalhador brasileiro entrou finalmente no século 21, nesta semana, com a aprovação da modernização da legislação trabalhista. Essa é uma grande conquista para empregadores e trabalhadores. É uma vitória para a geração de empregos com registro em carteira e para a construção de um País mais competitivo no cenário internacional.
Tive a coragem de propor uma reforma ambiciosa, cujos efeitos benéficos serão visíveis muito em breve. Ao contrário da pregação irresponsável feita pelos que exercitam o mais puro revanchismo político, o sentido dessas mudanças é um só: mais direitos para muitos mais trabalhadores e mais empregos para muitos mais brasileiros. A realidade provará a racionalidade e a eficácia de tudo o que fizemos.
Empenhei-me, ao assumir a Presidência, para aprovar novo conjunto de leis. Sem a renovação de normas antigas, em vigor há mais de 70 anos, os trabalhadores continuariam a se deparar com um mercado fechado e anacrônico, com poucas opções de criação de novas carreiras ou consolidação profissional. Ou seja, permaneceriam imobilizados pelas amarras do atraso.
Hoje, milhões que trabalham de forma precária superam em muito os que têm um emprego formal. Além dos subempregados, há uma multidão que sofre com o desemprego, a pior consequência da profunda recessão instalada em 2015. Com a modernização, o tempo em que os trabalhadores eram empurrados para os “bicos” e o improdutivo litígio entre patrões e empregados imperava começará a ser deixado para trás. Este é um momento de renovada esperança para os brasileiros.
O governo não conquistou isso sozinho. O que foi aprovado é fruto de grande consenso. Em 2016 o Ministério do Trabalho patrocinou várias rodadas de debates com centenas de trabalhadores e empresários. Encaminhadas ao Congresso Nacional, essas propostas foram novamente estudadas, ampliadas e aperfeiçoadas.
A nova legislação se ajusta à contemporaneidade e prepara o nosso mercado de trabalho para as exigências do futuro. Questões simples, antes controversas, passam enfim a ter solução legal. A partir de agora, o garçom que trabalha nos fins de semana terá direitos assegurados em lei; igualmente o jovem que usa seu computador para trabalhar em casa. A mãe (ou o pai) que não abre mão de acompanhar a educação dos filhos poderá exercer suas funções por meio período.
E todas essas formas de contratação – o trabalho à distância, o de jornada parcial, jornada estendida e intermitente – se concretizam mediante carteira assinada, com a garantia de direitos trabalhistas. Reafirmo: tudo o que está assegurado na Constituição (FGTS, 13.º salário, férias, etc.) continua do mesmo jeito. São mais os direitos, não menos.
Setores produtivos já estimam que, com os novos ares, surgirão mais e mais empregos, sobretudo para os jovens. A nova lei ainda traz um grande avanço, negligenciado pelos que me antecederam: a empresa que pagar salários diferentes para homens e mulheres que exerçam a mesma função será punida. A modernização trabalhista também confere força de lei ao livre acordo coletivo entre trabalhadores e empresários, previsto na Constituição e já reconhecido pelo STF, mas sempre sob a possibilidade de questionamento nos tribunais. Agora teremos segurança jurídica.
Assim, sindicatos patronais e de empregados farão suas negociações sobre questões pontuais de maneira soberana e civilizada, como já ocorre em boa parte dos países. E, por fim, com mais diálogo haverá muito menos ações na Justiça – que continua, é claro, aberta a todos. Mas certamente perderemos o desonroso título de campeões mundiais de ações trabalhistas.
O esforço para modernizar as leis do trabalho se integra num conjunto de medidas governamentais para a retomada do crescimento da economia. As reformas estruturantes continuarão. Já estamos vivenciando essa retomada, até com deflação em junho – hoje a inflação é de 3,5%, ante mais de 10% há um ano, quando assumimos. Graças a essa trajetória, o Conselho Monetário Nacional pôde baixar as projeções inflacionárias para os próximos dois anos, um feito inédito em 14 anos.
Com a inflação controlada, verifica-se queda consistente na taxa de juros, que se reflete na recuperação da indústria e do comércio. O agronegócio segue quebrando todos os recordes. O mercado de trabalho já dá também sinais claros de recuperação, com números positivos de vagas em 2017.
A economia não para de produzir resultados expressivos, com viés de alta. No início de julho o IBGE divulgou que a produção industrial avançou 0,8% em maio ante abril e cresceu 4% em relação a maio de 2016. O investimento em bens de capital, que indica a retomada do consumo, cresceu 3,5% no ano. Não há dúvida, portanto, de que saímos da recessão.
Também tivemos de janeiro a junho superávit de R$ 36,2 bilhões na balança comercial, o maior em 29 anos. O interessante é que os analistas econômicos começaram a destacar consistentes resultados positivos em maio – justamente o mês em que só se falava da crise política. Isso mostra que a equipe de governo não parou de efetivar as políticas públicas e não se desviou de seus objetivos. A Presidência nunca perdeu o rumo. Sempre me mantive firme nesse caminho.
Melhorar a vida dos brasileiros é a minha obsessão e, por isso, aprovamos recentemente a regularização fundiária, urbana e rural, e a permissão para o comércio dar descontos a quem paga à vista. Pensamos, acima de tudo, num futuro com empregos para todos os brasileiros e com grandes oportunidades para nossos filhos e netos. Trabalhamos com afinco hoje para que o amanhã seja de prosperidade e riqueza. Com muito esforço, contra todos os obstáculos e sem populismos, o meu governo recuperou o Brasil e já propicia o crescimento. Confio que, ao final de 2018, deixarei um legado ainda melhor para todos brasileiros.

*Presidente da República

quarta-feira, 12 de julho de 2017

São Paulo coloca em operação primeiros geradores de energia eólica do estado, AGENCIA BRASIL


  • 09/06/2017 19h10
  • São Paulo
Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil
Os dois primeiros geradores de energia eólica do estado de São Paulo foram colocados em operação hoje (9) no município de Rosana (SP), região de Presidente Prudente (distante 58 quilômetros da capital paulista). Eles estão instalados dentro da área pertencente a Usina Engenheiro Sérgio Motta, conhecida também como Porto Primavera.
Em um primeiro momento, serão feitos testes elétricos e mecânicos, que devem durar cerca de 20 dias. Quando em funcionamento, os equipamentos vão produzir aproximadamente 620 megawatts-hora (MWh) por ano, energia que será utilizada no consumo interno da usina Porto Primavera.
“A implantação de centrais fotovoltaicas e eólicas junto a usinas hidrelétricas existentes apresenta vantagens devido ao espaço físico e infraestrutura de transmissão no local, o que pode propiciar uma redução significativa no custo da energia gerada”, disse o subsecretário de Energias Renováveis, Antonio Celso de Abreu Junior.
Os geradores eólicos fazem parte de um programa de pesquisa e desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que pretende estudar a complementaridade energética das fontes solar, eólica e hidráulica. As torres, que têm 30 metros de altura e pás de 10 metros de comprimento, foram desenvolvidas pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp), com o apoio da Secretaria Estadual de Energia e Mineração.
O projeto de uso complementar das energias solar e eólica à energia hidrelétrica tem sua conclusão prevista para agosto de 2018 a um custo estimado de R$ 31 milhões. Também na área de Porto Primavera, desde o final de 2016, já está em operação a primeira usina fotovoltaica do Brasil a utilizar a tecnologia de placas flexíveis e rígidas em sistema flutuante.
Edição: Fábio Massalli

Programa em São Paulo projeta usinas de etanol gerando energia nos 12 meses do ano, Canal Energia

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Fonte: Canal Energia
Previsão é de que em cinco anos as usinas interessadas possam injetar biometano na rede e na entressafra utilizar gás natural para gerar na base

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O governo do estado de São Paulo está com um projeto de incentivo ao gás natural para que o insumo chegue às usinas de açúcar e etanol em seu território que tenham geração elétrica para que estas possam gerar os 12 meses do ano. A ideia é de que em até cinco anos já haja a disponibilidade do insumo bem como as empresas interessadas tenham feito os investimentos para o uso do biogás derivado da vinhaça e possam entrar com essa energia na base ao invés de injetar energia na rede apenas nos cerca de oito meses de safra. Segundo o secretário estadual de Energia e Mineração de São Paulo, João Carlos Meirelles, é possível aumentar a geração dessas usinas em até 50%.
“Levantamos junto à Gás Brasiliano, a empresa que detém a maior extensão territorial de concessão no estado quantas usinas temos em um raio de cinco a 20 quilômetros de distância da rede de dutos e chegamos a um número de 65 usinas dentre as 166 que temos em São Paulo”, disse Meirelles após sua participação no Brasil Solar Power 2017. Essas usinas, continuou, precisam realizar investimentos para entrar nesse programa porque prevê a injeção do biometano, um gás derivado da vinhaça na rede – e cuja regulamentação foi feita pela ANP – quando há excedente e receberão o insumo para a geração de energia nos meses em que o gás próprio não estiver disponível.
Assim, explicou, essas usinas conseguem atender à geração de energia por todo o ano e com isso pode-se ajudar na eliminação de um gargalo para a expansão das renováveis que é a falta de energia firme de base. O executivo defende que o gás natural seja utilizado como o combustível de transição no Brasil até que as fontes renováveis complementares, notadamente a eólica e a solar, realmente cresçam ao ponto de o país minimizar a necessidade do uso de gás.
“O gás é um combustível de transição de geração na base e daqui a 20 ou 25 anos tanto a solar quanto a eólica levarão a descartar o gás, mas precisamos dessa fonte para até suporta a maior presença das renováveis na nossa matriz”, disse ele. Essa energia de base se faz necessária ao passo que outras alternativas que viabilizem as fontes classificadas por ele como intermitentes, como o armazenamento em baterias, ainda são caras para sua implantação em larga escala.
Programa Solar – O governo está finalizando a análise de uma proposta para viabilizar um projeto que visa implantar sistemas de geração solar fotovoltaica em 5 mil das 5,4 mil escolas da rede estadual de ensino. A proposta apresentada envolve um investimento privado nas unidades educacionais que soma R$ 1,1 bilhão e tem duração de 15 anos após a sua total implantação que deve levar três anos.
“Agora estamos trabalhando para concluir a análise de viabilidade dessa proposta privada. Se for aprovada a ideia haverá uma chamada pública, pois somos obrigados a realizar essa sessão, e quem ganhar o leilão fará esse investimento e terá como remuneração uma parcela da redução do consumo da energia dessas escolas”, disse Meirelles.
O governo do estado simplificará o processo de licenciamento ambiental para projetos solares em seu território. A medida está para ser publicada nos próximos dias no Diário Oficial do Estado autorizando essa medida como forma de incentivo à fonte e assim agilizar o processo para os investidores interessados.