Fonte: Energia SP - 16.02.2017
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Quando aplicado a uma superfície, o filme resfria o objeto abaixo refletindo a energia solar de entrada de volta para o espaço enquanto, simultaneamente, permite que a superfície libere seu próprio calor em forma de radiação térmica infravermelha. Metamaterial é um material produzido artificialmente, dotado de propriedades físicas que não são encontradas normalmente na natureza, em sua definição regular. Este desenvolvido pelos pesquisadores é um híbrido de polímero e esferas de vidro, com um revestimento de prata fino. Com espessura de 0,05 mm, o filme pode ser fabricado de forma economia em rolos, tornando-se uma tecnologia potencialmente viável em larga escala para aplicações variadas, residenciais, comerciais e industriais. “Sentimos que este processo de fabricação de baixo custo será transformador para aplicações no nosso mundo atual”, disse Xiaobo Yin, co-diretor da pesquisa. O material, publicado nesta semana na Revista Science, aproveita o resfriamento radiativo passivo, o processo pelo qual os objetos perdem calor naturalmente na forma de radiação infravermelha, sem consumir energia. A radiação térmica proporciona algum resfriamento noturno natural e é usada para o resfriamento residencial em algumas áreas, mas o resfriamento durante o dia tem sido historicamente mais um desafio. Para uma estrutura exposta à luz solar, mesmo uma pequena quantidade de energia solar diretamente absorvida é suficiente para anular a radiação passiva. O desafio para os pesquisadores da universidade foi criar um material que pudesse ter tuas funções: refletir quaisquer raios solares entrantes de volta para a atmosfera porém ainda fornecendo um meio de escape para a radiação infravermelha. Para resolver isso, os pesquisadores incorporaram microesferas de vidro com radiação infravermelha visivelmente espalhando em um filme de polímero. Em seguida, adicionaram um revestimento de prata fino por baixo para obter a máxima refletância. “Apenas 10 a 20 metros quadrados deste material no telhado poderia muito bem resfriar uma residência unifamiliar no verão”, disse Gang Tan, co-autor do projeto. Além de ser útil para o resfriamento de edifícios e usinas, o material também pode ajudar a melhorar a eficiência e vida útil dos painéis solares. Na luz solar direta, os painéis podem superaquecer a temperaturas que dificultam sua capacidade de converter raios solares em eletricidade. “Apenas aplicando este material à superfície de um painel solar, podemos resfriar o painel e recuperar de um da dois por cento da eficiência solar”, disse Yin. “Isso faz uma grande diferença em larga escala.” Os engenheiros solicitaram uma patente para a tecnologia e estão trabalhando para explorar possíveis aplicações comerciais. Eles planejam criar um protótipo de 200 metros quadrados na própria universidade ainda este ano. “A principal vantagem dessa tecnologia é que ela funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem uso de eletricidade ou água”, disse Yang. “Estamos entusiasmados com a oportunidade de explorar usos potenciais na indústria de energia, aeroespacial, agricultura e muito mais”. |
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
17.02.17 | Pesquisadores desenvolvem película que funciona como ‘ar-condicionado’ para edifícios, Procel
domingo, 19 de fevereiro de 2017
Educação e adequação, Por Demi Getschko - O Estado de S. Paulo
Pode ser melhor passar em branco que ceder à vaidade de difundir algo com pressa
19/02/2017 | 04h00
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Em geral, não nos damos conta do quanto aprendemos com coisas simples. Duas delas, pessoais: fui alfabetizado com Caminho Suave, cartilha que fazia muito sucesso em 1959. Até hoje, lembro de memória cada associação de letras. Desde o A de abelha, B da barriga do bebê, até o Z de zabumba. A cartilha sabia a forma certa para atingir seu objetivo.
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O segundo livro de textos – não lembro do nome – trazia historinhas, uma delas se chamava “As Três Peneiras”. Quando a li, tive uma reação indefinida e até mesmo certo desconforto. Lembro-me sem grande precisão, mas tratava de um garoto que chega da escola e, entusiasmado, quer dar certa notícia à mãe, ansioso por compartilhar a informação.
Como os outros leitores, também eu estava curioso em saber do que se tratava. Entretanto – e é aí que a porca torce o rabo – a mãe não parece nem um pouco ávida em saber da novidade. Ao contrário, antes mesmo que o garoto possa falar, ela esfria seu entusiasmo propondo três crivos, três peneiras pelas quais a informação deveria passar. “Meu filho, você tem certeza de que a notícia que quer me dar é verdadeira? Essa uma notícia tem bons propósitos; me fará bem saber dela? É ela algo relevante, que eu precisaria conhecer?”
O garoto embasbaca. Fica claro que, aparentemente, a notícia não passaria por nenhum dos três filtros. A mãe conclui: “se a notícia que traz não é útil, nem boa, nem sequer você tem certeza que seja verdadeira, o melhor que tem a fazer, filho, é calar-se”.
Se por um lado frustrei-me em não saber o que seria a novidade, por outro entendi que pode ser melhor passar em branco que ceder à vaidade de difundir algo apressadamente… Em tempos de redes sociais, de fatos alternativos, de pós-verdades e de pós-mentiras, não seria aquele um sábio conselho? Hoje, quando os dedos são mais ágeis que a reflexão, de quantos dissabores seriamos poupados se, antes de repassar algo ao anônimo e populoso mundo virtual, o submetêssemos a uns testes tão simples…
Parece que algo se perdeu da época do meu primário para cá mas, quem sabe, ainda possa ser recuperado.
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Dorina Nowill foi uma notável mulher, falecida em 2010, que criou a “Fundação para o Livro do Cego” em 1946. Dorina, que estudou no Caetano de Campos, ficou cega aos 17 anos, o que não a impediu de ser uma ativista e filantropa reconhecida internacionalmente. Marcou-me uma entrevista dela, que ouvi no rádio. A uma pergunta do repórter, “Dorina, você que é uma deficiente visual o que pensa de blá, blá...”. Ela respondeu, de forma incisiva e para mim inesperada: “Olhe, eu não sou uma deficiente visual. Eu sou cega. Deficiente visual é o míope, o estrábico, etc...”
A resposta escancara o que talvez seja uma forma mais insidiosa e talvez hipócrita de preconceito: em vez de tratarmos digna e igualmente a uma pessoa que tem diferenças, preferimos amenizar essas diferenças com alguma “elíptica construção de contorno”. Cego deve ser igual em respeito, direitos e deveres, sem deixar de ser… cego.
E, na internet, é muito importante dar atenção à acessibilidade. Interfaces sonoras, tipologia clara, cores adequadas podem ajudar os que tem dificuldades no acesso.
É ENGENHEIRO ELETRICISTA
Matrícula de imóveis trará dados judiciais, OESP
Nova regra permite que comprador saiba, olhando a matrícula, se atual proprietário é alvo de alguma ação que possa pôr a propriedade em risco
Douglas Gavras ,
O Estado de S. Paulo
O Estado de S. Paulo
18 Fevereiro 2017 | 17h00
A partir desta segunda-feira, 18, para que o comprador de um imóvel saiba se o atual proprietário é alvo de alguma ação na Justiça que possa colocar a propriedade em risco no futuro, bastará olhar na matrícula da unidade para obter essa informação. A lei é de 2015, mas previa um período de adequação de dois anos. Agora, vale o que está contemplado na matrícula.
“O prazo de dois anos foi pensado para que não houvesse uma correria aos cartórios para a atualização das matrículas dos imóveis”, diz Abelardo Campoy Diaz, diretor do Secovi-SP, entidade que representa o setor imobiliário. “Essa mudança serve para dar mais segurança nas negociações, sobretudo do ponto de vista do comprador, além de agilizar o processo de transmissão de propriedade.”
Com a concentração das informações na matrícula – e a consequente redução no número de procedimentos do cartório –, o tempo para transmissão de propriedade deve cair 20%, de 25 dias para 20 dias, de acordo com estimativas do Banco Mundial. Os custos, no entanto, não devem ter redução substancial. Segundo os cartórios, na prática, o tempo de tramitação deve passar de 15 para 10 dias.
Quem quer comprar um imóvel precisa se certificar se o antigo dono é alvo de alguma ação judicial, para ter certeza de que o patrimônio não corre o risco de ser usado para pagar uma pendência no futuro.
Até então, para o comprador, a recomendação era obter, entre outros documentos, as chamadas certidões de distribuição de feitos ajuizados – que servem para indicar se existe alguma ação em curso contra o vendedor, lembra Diaz.
Da mesma forma, quando uma instituição financeira era solicitada a fornecer um empréstimo ou financiamento tendo por garantia o imóvel, o crédito só era liberado após a apresentação dessas certidões.
Novidade. Com a mudança, caso o antigo dono tenha ações correndo na Justiça e o resultado final da ação for desfavorável a ele, o imóvel só pode ser atingido se houver um registro da pendência judicial em sua matrícula. “Esse foi um processo que levou cerca de dez anos para sair do papel. Havia uma resistência grande dos cartórios responsáveis por essas certidões, apesar de ser uma medida que torna os processos de venda mais simples e ágeis”, afirma Diaz.
“Mais do que reduzir o tempo de tramitação no cartório, um dos objetivos principais é reduzir os juros de financiamento por parte dos bancos, à medida que diminui o nível de insegurança do negócio. Ao menos, tende a haver uma redução nas taxas, se isso efetivamente vai acontecer, ainda não é possível ter certeza”, diz Ivan Jacopetti do Lago, diretor do Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (Irib).
“Resolvida a pendência na Justiça, a observação pode ser cancelada e deixa de constar na matrícula. Essa medida mais transparente pode servir também, indiretamente, como uma forma de estimular o devedor a cumprir suas obrigações judiciais. Se ele tiver como pagar, em tese, pode se convencer a quitar a dívida, até para preservar o histórico daquele imóvel que pretende vender.”
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