quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Primeira fábrica que produz papel a partir da palha da cana é inaugurada em SP. Jornal da Cidade

O Grupo Cem inaugurou no último dia 3 a primeira fábrica de papel produzido a partir da palha da cana-de-açúcar do mundo. Localizada em Lençóis Paulista, a FibraResist demandou investimento de R$ 25 milhões e tem capacidade para produzir até 72 mil toneladas de pasta celulósica por ano, com previsão de atingir esse volume no médio prazo.
A escolha do município no Estado de São Paulo para as instalações ocorreu por causa da grande quantidade de matéria-prima na região, com forte atividade canavieira.
De acordo com nota da Secretaria da Agricultura, o primeiro acordo de fornecimento de cana já está acertado com a Coopercitrus Cooperativa de Produtores Rurais para a colheita e transporte da matéria prima proveniente do campo.
“O valor pago na venda da palha é revertido em benefícios aos produtores por meio de produtos e serviços da Coopercitrus, como fertilizantes, defensivos agrícolas, utilização da oficina mecânica, entre outras facilidades”, explica Fernando Degobbi, diretor financeiro da cooperativa. Cada hectare é capaz de produzir até 16 toneladas do subproduto. Isso significa que um produtor médio, com 100 hectares, consegue gerar até 1.600 toneladas de palha de cana-de-açúcar.
A produção inicial, que será de 25% do total da capacidade produtiva da FibraResist, está sendo negociada com empresas que produzem diversos tipos de embalagens e também papel kraft e tissue (como papel higiênico e papel toalha).

08.02.17 | Energia solar fotovoltaica: um caminho ensolarado







Brasil - Setor se expande rapidamente e espera fechar o ano com crescimento de 800%

Brasil - Jovem, emergente e com um potencial de afirmação bastante expressivo, o setor de energia solar fotovoltaica no Brasil passa por um processo de inserção na matriz elétrica do país e de crescimento ao longo dos últimos anos, representando cerca de 63 megawatts (MW), o que equivale a apenas 0,02% de toda a potência instalada no país, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). A compra de energia elétrica pode ser feita de duas maneiras no mercado brasileiro e, para isso, há dois ambientes distintos. Na modalidade regulada, a energia é distribuída por meio de concessionárias aos consumidores que pagam a elas tarifas controladas pelo governo. Já na modalidade de contratação livre, o consumidor pode negociar preços e condições com empresas geradoras ou comercializadoras de energia. Para melhor compreender este cenário, é necessário visualizar também duas frentes de atuação distintas para o setor: a geração centralizada e a distribuída.

O mercado de geração centralizada se relaciona com centrais geradoras de energia elétrica conectadas às redes de linhas de transmissão de grande porte que começaram o seu desenvolvimento em 2013, através da realização de leilões estaduais e federais. Atualmente, a capacidade de potência instalada no país para esta modalidade é de 27 MW. Este tipo de geração movimentou cerca de R$ 13,5 bilhões com a contratação de aproximadamente 3,3 gigawatts (GW) nos leilões realizados entre 2013 e 2015 e com início de suprimento em 2017 e 2018. Ao término deste ano, a expectativa é que haja uma contratação presumida da ordem de 1 mil a 1,5 mil MW, com investimentos estimados entre R$ 4 e 6 bilhões. O estado da Bahia (BA) é líder em geração centralizada com 1 mil MW contratados e que ainda serão instalados até 2018. Em segundo lugar Minas Gerais (MG), em particular na sua porção norte que detém um recurso solar excelente para projetos de grande porte, seguido pelo estado do Piauí (PI).

Já os projetos de geração distribuída dizem respeito aos sistemas de micro e mini geração espalhados ao redor do país e são frequentemente encontrados em telhados de residências, comércios, indústrias, prédios públicos e também nas zonas rurais. No total acumulado até agosto de 2016, a potência instalada atingiu a marca de 35,7 MW com um investimento estimado em R$ 316 milhões e, até o término do ano, a expectativa é de atingir 40 MW fazendo um investimento adicional de R$ 34,3 milhões. Em 2015, os aportes destinados à geração distribuída atingiram R$ 82 milhões. O estado de Minas Gerais (MG) lidera em quantidade de sistemas de geração distribuída com pouco mais de mil pontos de consumo conectados à rede, representando em média de 20% a 25% do mercado nacional, seguido por São Paulo (SP) e Rio Grande do Sul (RS).

Brasil quer elevar exportações ao México, OESP


09/02/2017 - Estadão
BRASÍLIA - O governo brasileiro se movimenta para aproveitar possíveis oportunidades no comércio internacional de commodities, após a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Um dos alvos é o México, que compra anualmente cerca de US$ 30 bilhões em alimentos dos EUA. Segundo o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o Brasil está se preparando para exportar carne processada, soja e milho ao país.
Com receio de que o fornecimento de alimentos pelos EUA seja prejudicado pela discórdia, entre os países em torno do tema da imigração, o México se aproximou do Brasil nos últimos meses. “Na viagem que fiz em janeiro à Europa, havia lá 80 ministros de Estado da Agricultura. Falei com 17 deles. Muitos têm preocupações relacionadas aos EUA”, afirmou Blairo, em entrevista ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Blairo disse que já tinha se encontrado antes com o ministro José Eduardo Calzada, em dezembro, em Cancún, quando o mexicano sinalizou interesse em ampliar o diálogo. Eles se encontrarão de novo nos dias 20 e 21, em São Paulo, para debater sobre o agronegócio.
De acordo com Blairo, já há representantes do país verificando os frigoríficos brasileiros para a compra de carne processada. Uma das vantagens do Brasil, segundo o ministro, é que as negociações com o México não partirão do zero. “Já temos há alguns anos um protocolo comercial, que nunca evoluiu porque o México não queria. Agora, eles querem e precisam. E no comércio, quando dois países querem, as coisas andam bem”, afirmou o ministro.
Além da carne processada, os mexicanos estão interessados na soja e no milho produzidos no Brasil. Este ano, a safra projetada é de 215,3 milhões de toneladas de grãos – um recorde histórico, conforme os números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No caso da soja, serão 103,8 milhões de toneladas, outro recorde.
“Não sei mais quem os EUA estão incomodando com tanta força. Mas a União Europeia, que é um grande parceiro, também está intranquila. O bloco tem um comércio muito grande com os EUA. O importante é estar atento”, disseBlairo.
Açúcar e café. De olho no mercado europeu, o Brasil também fez uma proposta formal à Argentina para incluir o açúcar na pauta de produtos do Mercosul. Assim, será possível negociar a venda à União Europeia em condições mais vantajosas. O problema é que a Argentina, que também é produtora, teme que o açúcar brasileiro, mais competitivo, invada suas fronteiras.
Segundo Blairo, foi proposto à Argentina uma blindagem contra o açúcar brasileiro, que inclui o estabelecimento de limites para exportação ao país vizinho e taxação de 35% – a alíquota máxima permitida no Mercosul. “O que o Brasil quer é o apoio da Argentina, e não o mercado do país”, afirmou. O ministro disse ainda que o tema foi colocado na reunião com o presidente argentino, Maurício Macri, que esteve no Brasil esta semana.
Além disso, Maggi confirmou que a importação do café do tipo conilon – usado na indústria brasileira – deve ser anunciada amanhã. Será importada 1 milhão de sacas de café.
“Já temos protocolo, que nunca evoluiu porque o México não queria. Agora, eles querem e precisam. E quando dois querem, as coisas andem bem.”