quarta-feira, 23 de março de 2016

Tribunal de Contas de SP regulamenta e implanta ‘home office’


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23/03/16 – SÃO PAULO – O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) regulamentou a adoção – em caráter experimental por 90 (noventa) dias – a realização de teletrabalho no âmbito da Corte de Contas. Também conhecido como ‘home office’, esta modalidade de trabalho será implantada como projeto piloto pela Presidência do TCE, que fará o acompanhamento das atividades e resultados obtidos.
A adoção do ‘home office’ foi regulamentada na forma da Resolução nº 1/2016, emitida pela Presidência do Tribunal de Contas, e veiculada no sábado (19/3), no Caderno Legislativo do Diário Oficial do Estado. De acordo com o regulamentado, a modalidade de teletrabalho – de caráter facultativo - permitirá que os servidores que possuem mais de 3 (três) anos de efetivo exercício desempenhem suas atividades à distância.
Pelo disposto na regulamentação, os servidores interessados no ‘home office’ deverão manifestar a sua intenção junto a sua Chefia que será responsável pela autorização e analisará se o perfil de trabalho do servidor se adequa às diretrizes fixadas na resolução. Para almejar participar do projeto piloto o servidor deve desempenhar suas atividades com autonomia, de forma organizada, comprometimento e disciplina, entre outros quesitos.
Para exercício do teletrabalho o TCE dispõe de tecnologia que permite que os servidores tenham acesso a áreas fundamentais para o desempenho de suas funções - a exemplo dos sistemas de Rede Privada Virtual (VPN), Processo Eletrônico (e-TCESP) e Intranet. Ao término do período experimental e amparado com os resultados apurados pela Presidência, o colegiado do Tribunal Pleno deliberará a respeito da continuidade do teletrabalho pelos servidores da instituição.

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Odebrecht vai delatar tudo (muitos partidos serão golpeados). Teori tira Lula da competência do Moro, Por Luiz Flavio Gomes JusBrasil


Publicado por Luiz Flávio Gomes - 9 horas atrás
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Quem quer ter alguma coisa de estimação (o que é louvável), que adote um cãozinho (por exemplo), não um corrupto[1]. Por mais que doa no coração a investigação, o processo e, eventualmente, a prisão depois da condenação de um ídolo político arruinado pelas suas próprias falcatruas, não podemos adotar a postura dacegueira deliberada, para esconder (ou não ver) nosso “corrupto de estimação”.
Todos os acusados de corrupção devem ser investigados (não importa o partido). Espera-se o desapego do seu “bichinho corrupto de estimação”. A Odebrecht vai delatar todo mundo (pelo que se depreende de sua nota oficial). Nossa luta (apartidária) é pela ética na política, não importa o partido do suspeito.
A 26ª fase da Operação Lava Jato descobriu o DPO (Departamento de Propinas da Odebrecht). Para nossa sorte, o crime organizadodas castas mais poderosas do país mantém em funcionamento um departamento específico, com tudo contabilizado (nomes, sobrenomes, codinomes, telefones etc.). Trata-se de uma bomba de Hiroshima. Pelo que diz a nota da empresa ela vai contribuirdefinitivamente com a Lava Jato e isso vai atingir “todo o ilegal e ilegítimo financiamento do sistema partidário-eleitoral do país”(que equivocadamente foi defendido com unhas e dentes pelo ministro Gilmar Mendes).
Odebrecht vai delatar tudo muitos partidos sero golpeados Teori tira Lula da competncia do Moro
Se Marcelo Odebrecht (estimulado pelo seu pai, dizem) delatar tudo que sabe, toda a República Velhaca (1985-2016) cai por terra.PT, PMDB, PSDB etc.: todos serão fortemente atingidos (e é disso que o Brasil está necessitando: limpeza total na velharia política contaminada). Limpeza, aliás, que não pode ficar somente por conta do Judiciário. Pelo voto consciente também podemos fazer essa profilaxia.
As delações das empreiteiras atingirão ferozmente as campanhas eleitorais dos candidatos, sobretudo a de Dilma/Temer. Muito financiamento ilegal. Muita lavagem de dinheiro nas “doações eleitorais” (em favor de praticamente todos os partidos). Muitocaixa 2. Temer, depois de todas as delações, dificilmente teria condições de governar o país.
O TSE terá em mãos material mais do que suficiente para cassar a chapa. O impeachment, de qualquer modo, não vai parar (mas muitas questões jurídicas serão levantadas e isso pode atrasá-lo). Antes do fim do impeachment muito provavelmente Cunha já terá sido afastado da Câmara (e é bem provável que o STF, depois de 1200 dias, receba a denúncia contra Renan).
A decisão do TSE (que provocaria eleição geral, se tomada neste ano) só sairá com muita pressão popular (não podemos esquecer que a partir de maio o TSE passa a ser presidido por Gilmar Mendes e muitos interesses – pelo poder, claro – estão em jogo).
Não interessa a cor do corrupto (verde, amarelo, vermelho, azul, laranja). Temos que dar um basta contra todos eles. As bombas do EI estão para a Europa assim como as delações das empreiteiras estão para os políticos brasileiros. Muitos partidos serão atingidos. Mais: o PGR conseguiu na Suíça mil contas bancárias clandestinas de políticos, empresários, financistas etc. Tudo somado,nitroglicerina pura.
O que vai mudar com as delações das empreiteiras (Andrade Gutierrez, OAS e Odebrecht)? O foco da Lava Jato deixa de ser os empreiteiros e passa a ser o mundo político. Eles possuem obras também nos Estados (os coronéis estaduais passarão a fazer parte da Lava Jato). Não apenas os maridos são acusados de corrupção, muitos cônjuges também (mulher do Collor, do Cunha, do João Santana, do Lula etc.). A corrupção não tem gênero definido.
Mais: a grande diferença entre as delações das empreiteiras e a do Delcídio (por exemplo), é que as empreiteiras trazem as provas do que falam. Isso é bombástico! Tenho certeza que muitos amigos leitores, a partir das novas delações, abandonarão seus “ídolos políticos corruptos de estimação”.
Lava Jato não é lavar de qualquer jeito. Existe um Estado de Direito vigente. Quem dirige um carro alopradamente vai provocar acidente. Quem faz uma investigação ou um processo tresloucadamente (sem observar as leis), vai gerar nulidades. Satiagraha e Castelo de Areia estão aí na nossa cara. Milhões foram gastos para tudo virar pó.
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, tirou das mãos do Moro a investigação do Lula. Moro não mais funcionará nesse caso (até decisão em sentido contrário).
Fundamento jurídico: surgiram nas interceptações divulgadas por Moro suspeitas contra autoridades com foro especial no STF (Jaques Wagner e Dilma, por exemplo). Tudo vai para o STF. Se ele entender o caso, desmembra a investigação em relação a Lula. A decisão do ministro Teori Zavascki é uma reação nítida à quebra do sigilo telefônico determinada por Moro. Depois de eu ter sido juiz por quinze anos, aprendi que na Justiça tudo deve funcionar como uma locomotiva: não pode fugir dos trilhos da lei.
Morosidade: o problema de tudo ir para o STF é sua morosidade. Ele não funciona com a mesma velocidade da primeira instância. Ficaremos um bom tempo ainda sem conhecer as provas do tríplex, do sítio, das reformas etc.
Suspensão da posse de Lula continua: a decisão de Teori não interfere na decisão de Gilmar sobre a suspensão da posse do Lula como ministro. Ela só anulou em parte a decisão de Gilmar (aquela em que ele mandava tudo para Curitiba). O julgamento final sobre a posse do Lula ficará para o Pleno do STF.
Sigilo voltou: todos os áudios do Lula estão agora sob sigilo. Teori foi claro: há fortes indícios de ilegalidade na divulgação da interceptação telefônica do Lula.
Fundamento: onde tem autoridade com foro especial, o juiz de primeiro grau não tem competência para decidir nada. Moro sabia disso (porque assim procedeu em outros casos onde surgiram provas contra quem tem foro especial). Tudo compete ao STF, inclusive eventual desmembramento do caso. Cabe ao PGR analisar se houve ou não crime de Dilma ou de outras autoridades com foro especial. Depois disso o STF decidirá o que fazer com a investigação.
Caberá ao STF posteriormente analisar o que ficará sob investigação da Corte e o que poderá ser reencaminhado para a primeira instância.
Se o Supremo considerar que Moro agiu de modo ilegal, divulgando indevidamente os áudios, o conteúdo poderá ser desconsiderado como prova.
Para Teori, “são relevantes os fundamentos que afirmam ailegitimidade dessa decisão [de Moro]. Em primeiro lugar, porque emitida por juízo que, no momento da sua prolação, era reconhecidamente incompetente para a causa, ante a constatação, já confirmada, do envolvimento de autoridades com prerrogativa de foro, inclusive a própria Presidente da República. Em segundo lugar, porque a divulgação pública das conversações telefônicas interceptadas, nas circunstâncias em que ocorreu, comprometeu o direito fundamental à garantia de sigilo.” (grifei). Há ainda um terceiro problema a ser discutido: no momento da gravação entre Lula e Dilma, Moro já tinha cessada a autorização para a interceptação. Na hora da gravação não havia autorização judicial.
O equívoco do Moro apontado em artigos meus anteriores: a lei proíbe “expressamente a divulgação de qualquer conversação interceptada” e determina a “inutilização das gravações que não interessem à investigação criminal”.
Moro divulgou tudo atabalhoadamente, sem nenhum critério. Divulgou inclusive conversas que não tinham nada a ver com a investigação. Isso viola o art. 8º da lei da interceptação. Viola também o art. 9º que manda inutilizar tais captações. Essas violações constituem, prima facie, o crime do art. 10 da mesma lei.
Disse Teori: “Não há como conceber, portanto, a divulgação pública das conversações do modo como se operou, especialmente daquelas que sequer têm relação com o objeto da investigação criminal. Contra essa ordenação expressa, que – repita-se, tem fundamento de validade constitucional – é descabida a invocação do interesse público da divulgação ou a condição de pessoas públicas dos interlocutores atingidos, como se essas autoridades, ou seus interlocutores, estivessem plenamente desprotegidas em sua intimidade e privacidade”, escreveu o ministro. Fez-se uma operação de soma zero: o povo adorou, mas a locomotiva foi para fora do trilho. Isso gera nulidade.
No prazo de dez dias, Moro deverá prestar informações ao STFsobre a retirada do segredo de Justiça das investigações.
Ao decretar novamente o sigilo sobre as gravações, Zavascki disse que, “apesar de já terem se tornado públicas, é preciso evitar ou minimizar os potencialmente nefastos efeitos jurídicos da divulgação, seja no que diz respeito ao comprometimento da validade da prova colhida, seja até mesmo quanto a eventuais consequências no plano da responsabilidade civil, disciplinar ou criminal” [do juiz Moro, que tem 10 dias para se explicar].
CAROS internautas que queiram nos honrar com a leitura deste artigo: sou do Movimento Contra a Corrupção Eleitoral (MCCE) e recrimino todos os políticos comprovadamente desonestos assim como sou radicalmente contra a corrupção cleptocrata de todos os agentes públicos (mancomunados com agentes privados) que já governaram ou que governam o País, roubando o dinheiro público. Todos os partidos e agentes inequivocamente envolvidos com a corrupção (PT, PMDB, PSDB, PP, PTB, DEM, Solidariedade, PSB etc.), além de ladrões, foram ou são fisiológicos (toma lá dá ca) eultraconservadores não do bem, sim, dos interesses das oligarquias bem posicionadas dentro da sociedade e do Estado. Mais: fraudam aconfiança dos tolos que cegamente confiam em corruptos e ainda imoralmente os defende.
[1] Essa afirmação foi feita em um dos comentários aos meus artigos anteriores. Sou grato por isso.
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Lei ultrapassada e conflitos de gestão atrasam limpeza do rio Tietê, na FSP



Lucas Lima/UOL
Vista do rio Tietê a partir da ponte da Casa Verde, em São Paulo
Vista do rio Tietê a partir da ponte da Casa Verde, em São Paulo
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Uma norma que praticamente autoriza a despejar esgoto sem tratamento em rios urbanos e conflitos de gestão de saneamento atrapalham a despoluição do rio Tietê, projeto que faz 24 anos em 2016.
"O saneamento é dividido em caixinhas, e o rio passa por várias cidades. É preciso vontade política para resolver conflitos", diz a especialista em gestão de recursos hídricos Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica.
A ONG conduziu, em 1991, o abaixo-assinado que reuniu 1,2 milhão de apoios para iniciar a despoluição do rio. Até hoje monitora o programa, em coletas de 194 córregos e rios da bacia do alto Tietê, de Salesópolis até Barra Bonita, produzindo relatórios anuais.

Danilo Verpa/Folhapres
Malu Ribeiro, especialista em gestão de recursos hídricos, em SP
Malu Ribeiro, especialista em gestão de recursos hídricos, em SP
Assinado entre o governo do Estado de São Paulo, a Companhia de Saneamento Básico (Sabesp) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), durante a Eco 92, o Projeto Tietê está na terceira das suas seis etapas.
Na fase atual estão previstas as conexões de 1,5 milhão de pessoas à rede de esgoto, com 200 mil ligações domiciliares, 1.250 km de redes coletoras e 580 km de interceptores. "A fase atual é invisível porque é subterrânea, mas é vital", afirma a especialista.
Segundo ela, já foram gastos pelo menos US$ 2,1 bilhões (R$ 7,85 bilhões ), sem contar verbas suplementares. Mas as condições atuais do rio são ainda precárias, apesar dos avanços.
O trecho do Tietê que está dentro da cidade tem 203 km de extensão e recebe, por meio dos afluentes, as cargas de esgoto não tratado de toda a bacia hidrográfica que abrange a região metropolitana. É o esgoto de 14,6 milhões de pessoas por dia, calcula a técnica. Nessa área metropolitana, a poluição é causada 60% por esgoto doméstico, 10% por esgoto industrial e 30% por carga difusa.
De acordo com o último relatório feito pela SOS, em setembro de 2015, havia um trecho de 154,7 km de rio "morto", isto é, com águas contendo de 0 e 4 mg de oxigênio por litro. Essa mancha estava entre os municípios de Mogi das Cruzes e Cabreúva, no interior do Estado.
Em 1993, a mancha de rio morto tinha 530 km e ia de Mogi até o reservatório de Barra Bonita. No fim de 2010, depois da segunda fase do projeto, o rio morto tinha 243 km. Na medição de 2014, foi atingido o melhor resultado: a mancha tinha sido reduzida para 71 km.
Mas o rio sofreu um golpe inesperado. No final de 2014, por causa de uma grande tempestade, barragens foram abertas para evitar enchente na região metropolitana, e a lama tóxica acumulada em dois reservatórios, de Santana do Parnaíba e de Pirapora do Bom Jesus, foi despejada no rio, matando 40 toneladas de peixe na cidade de Salto. Os índices refletiram o fato.

Edemilson Santos - 27.nov.2014/"Jornal Estância"
Águas do rio Tietê ficaram ainda mais escuras nesta quinta-feira, em Salto
Águas do rio Tietê, em Salto (SP), aparecem mais escuras e com peixes mortos em novembro de 2014
A mancha cresceu 54% entre as medições de 2014 e 2015. O lançamento desse lodo no rio, que está sendo tratado na Justiça, ilustra a fragilidade das conquistas e a necessidade de controles mais rígidos e de sinergia entre as administrações.
Outro acontecimento negativo para a despoluição do rio, segundo a especialista, foi o fim do programa Córrego Limpo, que deveria tratar 110 afluentes do Tietê numa parceria entre Prefeitura de São Paulo e Sabesp. "A Prefeitura fazia os mutirões de limpeza e a Sabesp passava com a rede. Tivemos resultados rápidos em rios como o Ipiranga", afirma. O tratamento local dos esgotos é essencial e insubstituível. "Se a gente vier salvando os córregos, os afluentes, as nascentes urbanas, salva a bacia. Não adianta olhar só para o Tietê: ele é reflexo de tudo que é jogado nele", diz.
A crise hídrica também teve impactos no projeto. A escassez acendeu um alerta: "Mostrou que despoluir o Tietê não é conversa de ambientalista, mas questão de abastecimento público", diz.
"Não estamos no semiárido. Não somos a Califórnia ou a Cidade do México. Quando a gente fala que está em crise, com o índice pluviomético alto que temos, as pessoas dizem: Como? Nossa crise é por falta de qualidade e indisponibilidade de uso".
MORTO-VIVO
A boa notícia é que o tema foi encampado pela Campanha da Fraternidade, lançada no último dia 10 de março e conduzida pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic).
Malu Ribeiro espera que a campanha, chamando a atenção para o direito ao saneamento básico e pedindo praias limpas e o fim de rios mortos no Brasil, contribua para que a despoluição do Tietê entre na agenda dos candidatos às eleições municipais e alavanque a mobilização para conseguir alterar a resolução Conama 357, de 2005.
Essa resolução estabelece as classes dos rios segundo o uso preponderante de suas águas e, na prática, libera de tratamento os considerados meros diluidores de poluição, caso em que se enquadram Tietê e Pinheiros.
"Temos que acabar com a categoria que permite rio morto no país. Só com mobilização vamos tomar posse do rio. Ele é nossa história, mas também nossa vergonha."
"As pessoas viajam para qualquer país e voltam encantadas com a forma como o outros tratam bem seus rios. E aqui? Tem de ter outra atitude com a cidade", diz. "A despoluição do Tâmisa (Londres) começou há 135 anos. Poluir e matar é rápido. Despoluir é demorado".