domingo, 19 de maio de 2013

Ação criminosa - ALFREDO GUARISCHI O GLOBO - 19/05



O sistema de saúde, que representa 8,8% do PIB brasileiro, competindo com o Petróleo (10%), é dissecado nas páginas de economia, policial e de ciência, infelizmente não obrigatoriamente nesta ordem. As curas são superadas pela corrupção e descaso. Sofremos pelas doenças e com a hipocrisia.

A questão não é salarial. Médicos não são atraídos por salários de R$ 39 mil reais para trabalhar no importante Programa de Saúde da Família. Por que será? Querer ir para o interior já foi um atrativo, mas não é mais. Por que? Ganha-se mais, gasta-se menos e quem sabe um dia vira-se prefeito?

Para resolver a falta de profissionais surgiu uma ideia mágica e incrível: se forme, vá para interior, ganhe um "bom" dinheiro, treine (bastante) no pobre. Após um ou dois anos você tem assegurado um "bônus" extra nos pontos das provas seletivas para vaga numa residência ou pós-graduação, concorrendo para quem não foi para o interior "treinar".

Criar mais vagas em cursos de medicina e facilitar a validação do diploma de quem se formou em outros países é outra ideia mágica. Isto é outro grande equívoco. O Brasil só perde para a Índia no número de faculdades de medicina. Vencemos até os EUA.

Das 185 faculdades de medicina autorizadas para funcionar no Brasil a sua maioria é particular.

O curso de medicina é o mais lucrativo de todos de ensino superior (R$ 3,5 mil a R$ 6 mil apenas pela mensalidade). Menos de 10% deixam de receber o diploma, um dos menores índices de abandono ou reprovação entre os cursos de nível superior. Estará havendo permissividade no ensino e na aprovação?

Após a diplomação a maioria não consegue, por falta de vagas, fazer uma residência médica ou uma pós-graduação complementar. Apenas com o diploma e três a quatro empregos, em sua maioria plantões de emergência, seguem na vida. Preferem ganhar menos que a metade que receberiam no interior em troca de ficar com suas famílias, auxílio de outros profissionais e uma infraestrutura mínima. Dinheiro não é tudo, acreditem.

A ideia de validar automaticamente os diplomados em escolas argentinas, bolivianas e principalmente cubanas é uma ação criminosa. A maioria destes cursos tem curriculum defasado e faculdades mal-equipadas.

Os alunos, em sua imensa maioria, não foram submetidos a um processo seletivo regular, mas por indicação de caráter político, ideológico e condições sociais.

O índice de reprovação de mais de 98% destes candidatos, pelo sistema atual de validação, confirma o alerta feito pelo Conselho Federal de Medicina, a Associação Médica Brasileira e a Federação Nacional dos Médicos. Dos formados em Cuba menos de 9% conseguiram validar seu diploma no Brasil.

As entidades médicas e categorias profissionais têm estudos com boas sugestões. Importar ou formar pela metade vai duplicar o problema.

Forças Armadas iniciam megaoperação nas fronteiras


AE - Agência Estado
As Forças Armadas iniciaram neste sábado uma operação com 25 mil militares espalhados pelos 16,886 mil quilômetros de fronteiras brasileiras. Chamada de Operação Ágata 7, a mobilização de agentes das polícias federal, rodoviária federal, militar e de agências governamentais é considerada pelo Ministério da Defesa "a maior mobilização realizada pelo governo brasileiro no combate aos ilícitos entre Oiapoque (AP) e Chuí (RS)".
A operação visa combater crimes como narcotráfico, contrabando e descaminho, tráfico de armas e munições, crimes ambientais, contrabando de veículos, imigração e garimpos ilegais. Ela acontece às vésperas do início da Copa das Confederações, competição realizada no mês que vem em seis capitais cidades-sede: Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador.
"Em função deste evento, o Ministério da Defesa optou por uma mobilização que envolvesse os 16.886 quilômetros de fronteira. Nas edições anteriores, as ações ocorreram em trechos da divisa do Brasil com os países sul-americanos", destacou o Ministério da Defesa em nota. Antes de a operação ser deflagrada, o governo brasileiro manteve contatos com os países vizinhos para o repasse de informações sobre o emprego do aparato militar.
As Forças Armadas devem utilizar navios de patrulha fluvial, helicópteros UH-12, navios de assistência hospitalar, lanchas (Marinha), aeronaves e blindados e veículos leves para o transporte das tropas (Exército). A Força terrestre desenvolverá ações de bloqueios de rodovias montados em pontos estratégicos da fronteira brasileira.
A operação também contará com centros montados nos Comandos Militares da Amazônia (CMA), em Manaus (AM); do Oeste (CMO), em Campo Grande (MS); e do Sul (CMS), em Porto Alegre (RS). "Nesses locais atuarão militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica", destacou o Ministério da Defesa. No caso da Força Aérea Brasileira (FAB), o centro de operação ficará no Comando Geral de Operações Aéreas (COMGAR), em Brasília. 

Paulinho Fluxus: “Foi um desagravo por Lobão ter atacado mortos e torturados da ditadura”



19/05/2013 | Publicado por Renato Rovai em Geral 

Paulinho no festival Existe Amor em SP, em outubro de 2012 (Foto: Fora do Eixo)
O artista Paulinho Fluxus foi preso há pouco (às 20h) no show de Lobão, na Virada Cultural, por conta de uma intervenção artística. Ele iluminou Lobão por alguns minutos com laser. Era um desagravo por conta das declarações de Lobão que afirmou recentemente que “os torturadores só arrancaram umas unhazinhas durante a ditadura militar”.
Conversei com Fluxus há minutos. Ele estava assinando o depoimento que acabara de dar sobre o episódio  na Delegacia de Polícia do Campo Belo. Com razão, ele disse que o que fez não foi diferente do que Lobão fez ao dar suas declarações. “ Foi uma agressão simbólica, da mesma forma que ele me agrediu simbolicamente. Eu me expresso através da performance da luz. Sou iluminador e estou deixando de fazer dois shows na Virada por conta dessa prisão”, revelou.
E acrescentou: “Ele se expressa escrevendo livros e fazendo músicas. E atacou a memória das pessoas mortas e torturadas na ditadura e não foi preso.” Fluxus é filho do editor da Oboré, Sérgio Gomes. Ex-professor da ECA-USP, Sérgião, como é conhecido pelos amigos, foi preso na ditadura militar.
“Enquanto eu jogava luz, o Lobão estava de óculos e não esboçou nenhuma reação. Quando eu tinha terminado minha ação e estava saindo para ir embora é que chegou a Polícia Militar e me prendeu.”
PS: Fluxus ficou de me ligar pra gente conversar mais. Qualquer coisa, volto aqui daqui a pouco para atualizar o post.