O artista Paulinho Fluxus foi preso há pouco (às 20h) no show de Lobão, na Virada Cultural, por conta de uma intervenção artística. Ele iluminou Lobão por alguns minutos com laser. Era um desagravo por conta das declarações de Lobão que afirmou recentemente que “os torturadores só arrancaram umas unhazinhas durante a ditadura militar”.
Conversei com Fluxus há minutos. Ele estava assinando o depoimento que acabara de dar sobre o episódio na Delegacia de Polícia do Campo Belo. Com razão, ele disse que o que fez não foi diferente do que Lobão fez ao dar suas declarações. “ Foi uma agressão simbólica, da mesma forma que ele me agrediu simbolicamente. Eu me expresso através da performance da luz. Sou iluminador e estou deixando de fazer dois shows na Virada por conta dessa prisão”, revelou.
E acrescentou: “Ele se expressa escrevendo livros e fazendo músicas. E atacou a memória das pessoas mortas e torturadas na ditadura e não foi preso.” Fluxus é filho do editor da Oboré, Sérgio Gomes. Ex-professor da ECA-USP, Sérgião, como é conhecido pelos amigos, foi preso na ditadura militar.
“Enquanto eu jogava luz, o Lobão estava de óculos e não esboçou nenhuma reação. Quando eu tinha terminado minha ação e estava saindo para ir embora é que chegou a Polícia Militar e me prendeu.”
PS: Fluxus ficou de me ligar pra gente conversar mais. Qualquer coisa, volto aqui daqui a pouco para atualizar o post.
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