Desde as primeiras horas desta terça-feira (6/8), mais de mil agentes públicos estão nas ruas para dar cumprimento a sete mandados de prisão, 117 de busca e apreensão, 46 de arresto, sequestro e bloqueio de bens e 44 de interdição de imóveis, desferindo assim um golpe contundente contra a criminalidade organizada que transformou a região central da capital paulista em um ecossistema de atividades ilícitas, controlado pelo PCC, explorado por diversos grupos criminosos organizados e caracterizado pela violação sistemática aos direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade.
"O tráfico de entorpecente é apenas uma das atividades dentro do repertório criminoso dessa região, que envolve profusas atividades ilícitas, como o comércio ilegal e receptação de peças veiculares, armas e celulares; contaminação do solo com a reciclagem e ferro-velho; exploração da prostituição; captação ilegal de rádios transmissores da polícia; submissão de pessoas a trabalho análogo a escravo, entre outras graves violações a direitos humanos", sustentam os promotores do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (GAECO) nos pedidos deferidos pela 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital no âmbito da Operação Salus et Dignitas, deflagrada pelo MPSP, pelo governo do Estado, pela Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Receita Federal e pelo Ministério Público do Trabalho.
Durante as investigações, constatou-se que o PCC vem atuando de maneira estratégica na assim denominada cracolândia e em diversas outras áreas do centro, replicando a lógica dos agentes econômicos, só que nos mercados ilícitos. Ao garantir o controle de um território específico, consegue-se maximizar os lucros através de atividades ilícitas diversificadas, ao mesmo tempo em que restrições que limitam sua expansão são superadas. Na visão das autoridades envolvidas com a Operação Salus et Dignitas - expressão latina que significa saúde e dignidade -, o ambiente de desordem favorece a prática de atividades ilícitas, sendo os consumidores de entorpecentes, dentre outros, vítimas das organizações criminosas.
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