O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi alvo de protesto na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), no centro da capital, nesta sexta-feira (24).
O protesto ocorreu em meio à cerimônia solene de posse do procurador Paulo Sérgio de Oliveira e Costa para o cargo de procurador-geral de Justiça —chefe do Ministério Público estadual de São Paulo.
Composto por cerca de 50 pessoas, o grupo de manifestantes reunia jovens que se apresentavam como integrantes da UNE (União Nacional dos Estudantes), do DCE (Diretório Central dos Estudantes da USP), do Centro Acadêmico XI de Agosto e do partido PSOL. Eles criticam as privatizações e ações policiais do governo.
Tarcísio chegou ao local por uma entrada privativa e não teve contato com os manifestantes.
Policiais usaram a força para retirar estudantes que obstruíam a entrada do Salão Nobre da faculdade, local reservado para a cerimômia. Ao longo da posse, o grupo permaneceu na porta de entrada para o auditório gritando palavras de ordem e era observado pelos policiais.
Próximo ao final da cerimônia, os estudantes se dirigiram para a frente da saída privativa do salão, para tentar ficar frente a frente com o governador. Segundo um oficial da PM no local, o governador deixou o prédio pela saída comum do salão sem ser percebido.
Com a saída do governador da faculdade, o protesto foi encerrado por volta das 20h30.
Uma das principais pautas dos manifestantes era o projeto de Tarcísio para a criação de escolas cívico-militares em São Paulo, aprovado pela Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) nesta terça-feira (21). Na Casa legislativa, a sessão de aprovação foi marcada por confronto entre policiais militares e estudantes contrários à proposta.
Bandeira bolsonarista na área educacional, o projeto foi enviado pela gestão estadual no início de março e teve uma tramitação célere. O texto foi aprovado com 54 votos favoráveis e 21 contrários.
Além de Tarcísio, participam da posse nesta sexta (24) o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, o presidente da Alesp, André do Prado (PL) e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
Também estiveram presentes o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Herman Benjamin.
Em seu discurso, Costa defendeu o combate ao crime organizado e à corrupção.
"Todos, indistintamente, não podemos tolerar que o Estado e a sociedade continuem a ser desafiados pelo crime organizado, pelo corrupto, pelo traficante, pelo improbo, pela prática de mercados ilegais, pela lavagem de dinheiro, pela fraude fiscal e tributária, pelo crime em geral. Pois tais condutas corroem a confiança e os sonhos de toda uma nação", disse.
Afirmou ainda que a vítima é "a essência e a finalidade" da atuação do Ministério Público.
"Logo nos primeiros dias de mandato, formulamos diretrizes claras, no sentido de que o Ministério Público de São Paulo tem a sua política institucional de proteção integral e de promoção de apoio às vítimas do crime e da violação de direitos", disse.
O procurador ficou em terceiro lugar na eleição interna do Ministério Público mas foi escolhido pelo governador para o cargo, já que o chefe do Executivo estadual tem a prerrogativa de escolher qualquer um dos três primeiros colocados no pleito da instituição.
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