A gestão Ricardo Nunes (MDB) e o Grupo Silvio Santos chegaram a um acordo no valor de R$ 64,3 milhões para a venda de um terreno na região central de São Paulo que tem sido objeto de disputa por mais de quatro décadas. Com isso, o Parque Municipal do Rio Bixiga deve sair do papel.
Em abril, como revelou o Painel, o Grupo, que pretendia construir três prédios de uso comercial e residencial no local, disse à prefeitura que estava disposto a aceitar uma proposta de cerca de R$ 80 milhões pelo terreno.
A prefeitura então encomendou uma análise do terreno, que foi avaliado em R$ 64,3 milhões. A contraproposta foi levada ao grupo empresarial, que aceitou formalmente nesta terça-feira (21).
O empreendimento imobiliário idealizado para o terreno de 11 mil metros quadrados pelo dono do SBT foi barrado na Justiça e em órgãos de preservação do patrimônio sucessivas vezes ao longo dos anos, com o apoio de intelectuais, artistas e políticos.
A construção do parque era um sonho do diretor José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, fundador do Teatro Oficina, que fica no local. Ele morreu em julho de 2023,
Na terça, diante da iminência do fechamento do acordo, o prefeito pediu aos vereadores que fosse realizada a primeira votação de projeto que cria o parque. O texto foi aprovado e ainda precisa passar por segunda votação.
Aliados de Nunes apontam que, assim que concluído, este será o segundo imbróglio de décadas que o emedebista resolve durante sua gestão, o que deverá ser enfatizado em sua campanha para reeleição.
O primeiro foi o Campo de Marte —em 2022, ele assinou acordo com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) em que trocou a dívida da cidade com a União, de R$ 25 bilhões, pela transferência da posse da área na zona norte da capital. A disputa se arrastava por mais de 60 anos.
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