terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Setor de biodiesel diz que confederação de transportes despreza meio ambiente, FSP

 Representantes do mercado de biocombustível reagiram às declarações feitas pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes) nos últimos dias de que o frete vai ficar mais caro se o governo decidir elevar o percentual de biodiesel na mistura obrigatória ao diesel.

Na opinião da CNT, o aumento do biodiesel no combustível de caminhões e ônibus pode piorar a poluição porque, segundo a entidade, reduz a eficiência dos motores, aumentando o consumo.

Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), Aprobio (Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil) e Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene) pediram para a CNT explicar suas declarações no contexto dos compromissos com o RenovaBio (programa para elevar na matriz energética a participação de combustíveis menos poluentes do que os derivados de petróleo) e com o processo de descarbonização do planeta.

Para a CNT, "o eventual acréscimo do teor do biodiesel irá gerar custos adicionais ao valor do frete, que serão transferidos a toda população, traduzindo-se em acréscimos inflacionários e encarecendo ainda mais o transporte e, por consequência, os produtos consumidos e exportados".

As entidades afirmam que as declarações da CNT são falsas e revelam desprezo com o meio ambiente e a saúde das pessoas. "O posicionamento da CNT coloca em risco uma extensa cadeia de produção que gera emprego para a população e receita para o Estado, desenvolve a economia nacional com investimento, apoia o pequeno agricultor, reduz a emissão de gases de efeito estufa, melhora o meio ambiente e a qualidade de vida do cidadão", dizem Abiove, Aprobio e Ubrabio em nota.

Mistura do diesel com biodiesel é obrigatória no Brasil
Mistura do diesel com biodiesel é obrigatória no Brasil - Xinhua

A FPBio, (Frente Parlamentar Mista do Biodiesel) também saiu em defesa do combustível. Em nota divulgada nesta segunda (27), defendeu que "o percentual a ser definido pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), cuja decisão deve sair em março, seja compatível com a possibilidade da indústria e o interesse nacional, mesmo que de forma progressiva até B15, percentual de 15% ao diesel, previsto em lei".

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Ao longo da gestão Bolsonaro, o governo fez cortes no percentual da mistura como forma de diminuir o preço do diesel nos postos e acalmar a relação conflituosa com os caminhoneiros. Até 2021, a mistura era de 14%. Hoje está em 10%.

Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

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