A Vale fechou 2022 com lucro líquido de R$ 95,9 bilhões, uma queda de 21% frente o ganho de R$ R$ 121,2 bilhões de 2021 em função de um Ebitda (o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) menor no período. O valor corresponde ao terceiro maior lucro da história entre empresas listadas na B3, atrás do próprio lucro em 2021 e do lucro da Petrobras no mesmo ano, de R$ 106,6 bilhões. Com o resultado, a empresa vai distribuir dividendos a detentores de ações da Vale negociadas até 13 de março de 2023.
O lucro líquido das operações continuadas ficou em R$ 19,559 bilhões no quarto trimestre do ano passado, queda de 34,6% sobre o mesmo período do ano anterior. O montante do último período correspondeu ainda a 20% do total no ano.
O Ebitda ajustado das operações continuadas totalizou R$ 102,1 bilhões, 39% abaixo de 2021 devido aos preços mais baixos do minério de ferro no ano, segundo a companhia. No quarto trimestre de 2022, o Ebitda ajustado das operações continuadas ficou em R$ 24,308 bilhões, alta de 21,1% sobre o período imediatamente anterior e recuo de 3,7% contra um ano antes.
No documento, o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, ressalta que as operações de minério de ferro enfrentaram atrasos no licenciamento de Serra Norte, complexo que fica em Carajás, no Pará, além da queda no desempenho operacional do complexo minerário na mesma região. Por fim, o executivo cita o processamento de estéril jaspilito, isto é, a exploração de rochas com detritos sem valor econômico.
No quarto trimestre, a receita operacional (com as vendas) da Vale alcançou R$ 62,735 bilhões, alta de 20,5% sobre o terceiro trimestre mas queda de 14,4% ante o mesmo período de 2021.
No ano, a receita operacional líquida totalizou R$ 226,5 bilhões em 2022, uma queda de R$ 67 bilhões, ou 22,8%, em relação a 2021, refletindo condições de mercado mais difíceis para a operação, segundo a mineradora, e os preços mais baixos do minério de ferro.
O fechamento da economia chinesa por boa parte do ano afetou a demanda pelo minério, que fizeram uma pressão baixista relevante sobre os preços da commodity.
Os custos e despesas, incluindo a reparação de Brumadinho, totalizaram R$ 141,6 bilhões em 2022, em linha com 2021.
A dívida líquida expandida da empresa encerrou o ano em US$ 14,1 bilhões, aumento anual de 56%. "O aumento se deveu principalmente à menor geração operacional de caixa, ao aumento dos pagamentos dos compromissos de reparação e à manutenção do compromisso de remuneração do acionista, ao mesmo tempo que se buscou uma estrutura mais eficiente de alavancagem da Companhia", traz o documento apresentado ao mercado.
Na dívida líquida expandida, estão contempladas a dívida líquida, arrendamento (IFRS 16) e swaps cambiais, além das provisões para reparação de Brumadinho e Mariana, cujos compromissos anuais de caixa são mais concentrados nos primeiros anos.
No resultado dolarizado, o Ebitda (o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de operações continuadas no quarto trimestre ficou em US$ 4,66 bilhões, queda de 2,11% ante quarto trimestre de 2021. Em 2022, o Ebitda ajustado das operações continuadas ficou em US$ 19,76 bilhões, 36,95% menor que em 2021 (US$ 31,343 bilhões).
A receita líquida da empresa, por sua vez, somou US$ 11,94 bilhões no quarto trimestre, 12,31% abaixo de igual período em 2021.
A Vale encerrou o ano com dívida líquida de US$ 5,45 bilhões, 8,2% maior que ao término de 2021 (US$ 5,033 bilhões)
Com informações do Valor PRO, serviço de tempo real do Valor Econômico.
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