quarta-feira, 6 de maio de 2020

SILVIO MEIRA Aprender em tempos de crise, OESP, (definitivo)Link

Todos os negócios estiveram sob enorme pressão para fazer duas coisas nas últimas semanas – quando, de repente, 50 anos de transformação digital, lenta e gradual, viraram um apocalipse digital. A primeira foi  aprender em velocidade de crise. A segunda foi aprender e ao mesmo tempo escalar, criando e agregando valor a comunidades que antes não existiam ou eram uma fração. 
A demanda por aprendizado, especialmente sobre o que é digital, cresceu absurdamente. Por sobrevivência. E há diferenças básicas entre estudar e aprender. Estudar nos ajuda a responder questões e aprender nos prepara para resolver problemas. As questões são do universo abstrato das teorias. Os problemas, do ambiente prático da realidade.  
Para muitos negócios, porém, o trabalho dependia de infraestruturas físicas que não podiam deixar o escritório. Outros, como no varejo, não tinham presença virtual e tiveram de criá-la em dias. 
Nos últimos 60 dias,  a realidade mudou muito. A presença física dos negócios sumiu – às vezes, por completo. Havia quem estivesse pronto para trabalhar de casa, o que é diferente de home office. Afinal, a vida toda das pessoas também foi para casa. Para muitos negócios, porém, o trabalho dependia de infraestruturas físicas que não podiam deixar o escritório. Outros, como no varejo, não tinham presença virtual e tiveram de criá-la em dias. 
Isso levou líderes de negócios a descobrir duas coisas. A mudança rápida – para o digital, inclusive – é mais possível do que se pensava. E o domínio do ciclo de vida de dados é chave para mitigar e gerenciar mudanças rápidas. De novo, sobrevivência. Se deu melhor quem era resiliente – palavra que muitos falam e poucos entendem. Porque resiliência vem da cultura, arquitetura, métodos e processos do negócio, e não de tecnologia e planos de contingência. Afinal, quem tinha um plano, pronto, para as consequências de algo como a Covid-19? 
Fala-se muito sobre um novo normal após a pandemia. Não será um só, serão muitos e por muito tempo. Mercados inteiros desaparecerão. Não é novidade. Outros mercados ficarão iguais, uns devem crescer de forma explosiva. Novos mercados serão criados. Quais? Quem souber deve ter acabado de chegar do futuro. Para saber mesmo, é preciso ir até lá.
O futuro vem do futuro. Às vezes, lentamente. O primeiro e-commerce é de 1994. Tem gente só agora aprendendo que precisa de um site, o que é um “lead” ou como fazer SEO. Deram sorte, pois iriam desaparecer sem notar. Mas o milagre operado pelo apocalipse digital é mágico: nunca tantos aprenderam tanto, tão rápido, sobre um novo sistema para negócios que estava aí há tanto tempo.
Um aprendizado essencial, na crise, deve considerar empresas que atravessaram muitas delas. A história das organizações mais resilientes ensina que elas sobreviveram investindo em talentos, pesquisa, inovação, criando relacionamentos e redes de valor. Além de lideranças que tratem todos como líderes. É isso que se aprendeu em crises como essa.
É PROFESSOR EXTRAORDINÁRIO DA CESAR.SCHOOL, FUNDADOR E PRESIDENTE DO CONSELHO DO PORTO DIGITAL E CHIEF SCIENTIST NA TDS.COMPANY 

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