Empresários devem entender que quanto mais tempo o presidente ficar, pior será
Jair Bolsonaro não tem mais condições de governar o Brasil.
Os empresários que ainda o apoiam por causa da política econômica de Paulo Guedes precisam entender que não há chance de um presidente incapaz, mentiroso e ridiculamente autoritário salvar uma economia que entra em fase de derretimento.
Quanto mais tempo acreditarem nessa impossibilidade, maior será o caminho de volta —se houver— do fundo do poço em que Bolsonaro está metendo o Brasil.
Ao contrário de Venezuela e de países africanos sem economias dinâmicas e diversificadas, o Brasil tem muito a perder com a continuidade de um governo que já afugentava investimentos antes do coronavírus. A cada dia que passa, tudo só vai piorar —com ou sem Guedes.
Nos impeachments de Fernando Collor e Dilma Rousseff, os políticos foram apenas um meio que o PIB nacional utilizou para forçar a saída de algo que lhe seria extremamente prejudicial. Para o bem ou para o mal, é assim que as coisas funcionam.
Collor caiu porque bateu de frente com a Fiesp, escancarando o Brasil a importados em um momento de grande fragilidade interna, com hiperinflação e descontrole orçamentário. Dilma teve o mesmo fim ao fraudar grosseiramente as contas públicas e levar o país a uma exótica combinação de brutal recessão e inflação alta.
Quanto tempo os empresários brasileiros ainda vão esperar até a saída de Paulo Guedes para entender que Bolsonaro não tem mais jeito? O presidente já cogita não apoiar parte do acordo de ajuda aos estados que proíbe reajustes aos funcionários públicos, uma exigência clara do ministro da Economia nesse acerto.
Assim como Nelson Teich, Paulo Guedes é um homem rico e pode sair do governo a qualquer momento. Inclusive, só deve estar esperando um bom pretexto para isso. Sem o presidente e com o vice Hamilton Mourão precisando de um fiador, as chances de Guedes ficar talvez sejam até maiores.
A aventura de Bolsonaro chega ao fim pela onda que se forma de uma enorme recessão combinada a milhares de mortes estimuladas pelo presidente. Se o motivo para tirá-lo for sua interferência na Polícia Federal, que o seja —embora não faltem outras razões.
Se isso não for feito, restará a Bolsonaro patrocinar um agressivo e caro populismo, despejando dinheiro na conta dos miseráveis —algo que pode ser tão necessário quanto insustentável se não houver no horizonte a esperança de recuperação econômica.
Os empresários do setor produtivo e dos bancos têm agora a chance de se manifestar a favor do Brasil. A classe política nunca deixou de ouvi-los.
Nenhum comentário:
Postar um comentário