Prefeito de São Paulo ameaçou deixar o PSDB caso deputado federal não se desfilie da legenda
SÃO PAULO
Um dia depois de o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, condicionar sua permanência no PSDB à expulsão do deputado federal Aécio Neves (MG), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta quinta (11) que "jogar filiados às feras" é oportunismo.
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Em mensagem nas redes sociais, sem citar Aécio nominalmente, FHC afirmou que "o PSDB tem um estatuto e uma comissão de ética" e "há que respeitá-los".
"Jogar filiados às feras, principalmente quem dele foi presidente, sem esperar decisão da Justiça, é oportunismo sem grandeza. Não redime erros cometidos nem devolve confiança", afirmou.
Nesta quarta (10), Covas ameaçou deixar a legenda caso o parlamentar mineiro não seja expulso. "Ou eu ou ele", afirmou.
Em maio, em sua convenção nacional, o PSDB aprovou um novo código de ética e disciplina para os filiados. De acordo com o texto, um integrante só pode ser expulso depois de encerrado todo o rito no conselho de ética.
No último dia 4, o diretório municipal do PSDB de São Paulo elaborou uma moção pedindo a expulsão do deputado do partido.
A fala de Covas criou incômodo entre tucanos mais próximos a Aécio, que afirmam que a ala paulista da legenda quer instalar o que chamam de "tribunal de exceção".
“Espero que o bom senso prevaleça e que todo e qualquer membro do partido que porventura venha a ser objeto de questionamento ético tenha respeitado seu direito de defesa no conselho de ética do partido”, disse o deputado Paulo Abi-Ackel, que preside o diretório estadual do PSDB em Minas Gerais.
Aécio é réu sob acusação de corrupção passiva e obstrução à Justiça, em processo que tramita na Justiça Federal de São Paulo que o acusa de suposto recebimento de R$ 2 milhões da JBS.
Também é investigado em casos relativos às delações da Odebrecht, do ex-senador Delcidio do Amaral e da própria JBS. Ele nega ter cometido crimes.
Candidato à Presidência da República em 2014, Aécio é ex-senador e ex-presidente do PSDB.
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