SÃO PAULO
Desde que abriu capital em dezembro de 2017, a BR distribuidora se valorizou 80%, indo de R$ 19,9 bilhões a R$ 31,5 bilhões em valor de mercado. Nesta quarta-feira (24), com a definição da venda de 30% das ações da empresa que pertencem a Petrobras, a companhia finaliza seu processo de privatização, já que a estatal deixa de ser acionista majoritária da empresa.
Neste processo, a BR Distribuidora superou a concorrente Ultrapar, dona da rede de postos Ipiranga. Mas, a ultrapassagem, se deve mais a perda de valor da concorrente do que à própria valorização. Na época do IPO (Oferta Inicial de Ações) da BR Distribuidora, a Ultrapar valia R$ 40,7 bilhões. Hoje, a empresa tem capitalização de mercado de R$ 22,7 bilhões.
Segundo dados da Economatica, a Ultrapar supera a BR em valor de caixa, com R$ 6,4 bilhões versus R$ 3,85 bilhões. O total da dívida da primeira, no entanto, é quase o triplo do que o total da segunda, com R$ 16,5 bilhões contra R$ 6,35 bilhões.
A venda de ações da Petrobras foi um dos vetores da alavancagem da empresa. Desde que a operação para a venda de 30% dos papéis foi anunciada, em abril, a BR se valorizou 18,88%. Para efeito de comparação, o Ibovespa, maior índice acionário do país, teve alta de 10% no período.
Nesta quarta, as ações atingem sua máxima histórica, a R$ 27,27, por volta das 14h38, alta de 4,8%. Mais ações da BR devem ser vendidas pela Petrobras nesta semana, à depender do sucesso da operação.
Além do crescimento no valor de mercado, a BR se destaca por ter a quarta maior geração de receita no acumulado de 2018, fora o setor bancário. A empresa vem logo atrás de Petrobras, JBS e Vale, nesta ordem. No quinto lugar vem a Ultrapar. Na comparação do último trimestre, o ranking se mantém.
"O follow-on da companhia já é esperado pelo mercado. Ressaltamos ainda que, a saída da Petrobras do controle da BR Distribuidora abre espaço para a entrada de um player estratégico em seu social, contribuindo para ganhos de eficiência, com adoção de políticas mais pró-mercado", diz relatório da Guide Investimentos, que segue otimista com a empresa, com recomendação de compra das ações.
Já a XP Investimentos mantém viés neutro. "Aguardamos maior clareza da companhia em relação a mudanças em sua estratégia comercial para reverter a perda de participação de mercado observada desde 2015, podendo haver impactos negativos sobre a margem bruta da companhia", diz relatório.
A Cosan, dona da Raízen Combustíveis e a terceira maior empresa do setor, é a preferida da XP Investimentos. Apesar de menor que BR e Ultrapar, com R$ 20,2 bilhões de valor de mercado, e uma receita 9 vezes menor, a Raízen apresenta um melhor desempenho que os postos BR e Ipiranga.
"Acreditamos que as ações [da Cosan] negociam a um desconto excessivo relativo tendo em vista que todas as suas subsidiárias estão passando por um momento positivo. Em primeiro lugar, Raízen Combustíveis vem apresentando o melhor desempenho no setor devido a uma estratégia comercial e logística mais eficientes", diz relatório da XP.
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