As eleições do último domingo (7) foram responsáveis pela maior renovação da Assembleia Legislativa do Estado dos últimos 24 anos. A partir do ano que vem, 52 novos deputados ocuparão a instituição. O número representa uma renovação de 55% das 94 cadeiras. Nas eleições de 2014, o índice foi de 32%.
A maior parte dessa renovação ocorre por um crescimento do PSL, partido do presidenciável Jair Bolsonaro. Sem nenhum representante até então, a sigla elegeu 15 deputados estaduais, grande parte disso por conta de Janaína Paschoal, que teve pouco mais de dois milhões de votos, a maior votação da história da Alesp.
Criado em 2015, o partido Novo, que não tinha deputados paulistas, elegeu quatro. Já o Podemos foi de um para quatro representantes.
De outro lado, o tradicional PSDB, que está há 24 anos no comando do governo paulista, viu sua representação encolher em mais da metade, passando dos atuais 19 para oito. O PT de Luiz Marinho perdeu quatro cadeiras, enquanto o PSB de Márcio França foi de 11 para oito representantes.
A partir do ano que vem, o PV, que hoje tem seis deputados estaduais, terá apenas um representante na Alesp. Para coordenador do núcleo de pesquisas da FESP-SP, Paulo Silvino Ribeiro, o resultado reflete um fenômeno nacional.
"Mas é importante classificar que o Bolsonaro não é o protagonista. Ele materializa uma onda conservadora que reflete a formação dos brasileiros. Os candidatos perceberam isso, usaram em suas campanhas e acertaram", disse ao Destak.
O professor de ciência política da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Maurício Fronzaglia, ressalta o desgaste do partido de João Doria, que não disputava um segundo turno para o comando do Palácio dos Bandeirantes desde 2002.
"Os candidatos do PSL surfaram na onda anti-PT e na questão do aumento da segurança pública e no combate às minorias. Existe uma força maior do conservadorismo, que nesse momento, é visto como renovação na política", afirma.
A votação de domingo elegeu também nomes como Erica Malunguinho (PSOL), a primeira mulher trans da Alesp. Com 54.409 votos (0,27% do total), a educadora e artista faz parte da lista de 52 candidatos trans que concorreram a cargos políticos este ano.
Negra e nordestina, Malunguinho nasceu no Pernambuco, mas vive na capital paulista, onde de mudou aos 19 anos. A candidata recebeu apoio de personalidades como Djamila Ribeiro, Conceição Evaristo e Clara Averbuck. Já a estudante trans Erika Hilton, também do PSOL e parte da iniciativa Bancada Ativista, foi eleita no grupo de nove pessoas que compartilham o mandato de Deputado Estadual.
A iniciativa, encabeçada pela jornalista Mônica Seixas, apresentou nove co-candidatos que representam movimentos negro, feminista, LGBT, indígena, pelos direitos dos imigrantes e também dos animais. O grupo foi eleito com 147.868 votos (0.72%).
"A bancada do PSOL cresceu porque existe uma reação a esse conservadorismo. A força mais forte vai para o lado conservador mas a reação também é mais radical", completa Maurício Fronzaglia. Para o professor, o discurso moderado foi silenciado nas eleições deste ano.
Renovação
O último pleito foi o primeiro a ter candidatos do RenovaBR, instituto de formação de lideranças políticas criado no ano passado.
Dos participantes, Daniel José (Novo), Heni Ozi Cukier (Novo), Marina Helou (Rede) e Ricardo Mellão (Novo), vão ocupar vagas na Alesp. "A renovação não vai acontecer do dia para a noite, mas esta eleição foi o primeiro passo na direção certa", disse o fundador Eduardo Mufarej.
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De outro lado, o tradicional PSDB, que está há 24 anos no comando do governo paulista, viu sua representação encolher em mais da metade, passando dos atuais 19 para oito. O PT de Luiz Marinho perdeu quatro cadeiras, enquanto o PSB de Márcio França foi de 11 para oito representantes.
A partir do ano que vem, o PV, que hoje tem seis deputados estaduais, terá apenas um representante na Alesp. Para coordenador do núcleo de pesquisas da FESP-SP, Paulo Silvino Ribeiro, o resultado reflete um fenômeno nacional.
"Mas é importante classificar que o Bolsonaro não é o protagonista. Ele materializa uma onda conservadora que reflete a formação dos brasileiros. Os candidatos perceberam isso, usaram em suas campanhas e acertaram", disse ao Destak.
O professor de ciência política da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Maurício Fronzaglia, ressalta o desgaste do partido de João Doria, que não disputava um segundo turno para o comando do Palácio dos Bandeirantes desde 2002.
"Os candidatos do PSL surfaram na onda anti-PT e na questão do aumento da segurança pública e no combate às minorias. Existe uma força maior do conservadorismo, que nesse momento, é visto como renovação na política", afirma.
A votação de domingo elegeu também nomes como Erica Malunguinho (PSOL), a primeira mulher trans da Alesp. Com 54.409 votos (0,27% do total), a educadora e artista faz parte da lista de 52 candidatos trans que concorreram a cargos políticos este ano.
Negra e nordestina, Malunguinho nasceu no Pernambuco, mas vive na capital paulista, onde de mudou aos 19 anos. A candidata recebeu apoio de personalidades como Djamila Ribeiro, Conceição Evaristo e Clara Averbuck. Já a estudante trans Erika Hilton, também do PSOL e parte da iniciativa Bancada Ativista, foi eleita no grupo de nove pessoas que compartilham o mandato de Deputado Estadual.
A iniciativa, encabeçada pela jornalista Mônica Seixas, apresentou nove co-candidatos que representam movimentos negro, feminista, LGBT, indígena, pelos direitos dos imigrantes e também dos animais. O grupo foi eleito com 147.868 votos (0.72%).
"A bancada do PSOL cresceu porque existe uma reação a esse conservadorismo. A força mais forte vai para o lado conservador mas a reação também é mais radical", completa Maurício Fronzaglia. Para o professor, o discurso moderado foi silenciado nas eleições deste ano.
Renovação
O último pleito foi o primeiro a ter candidatos do RenovaBR, instituto de formação de lideranças políticas criado no ano passado.
Dos participantes, Daniel José (Novo), Heni Ozi Cukier (Novo), Marina Helou (Rede) e Ricardo Mellão (Novo), vão ocupar vagas na Alesp. "A renovação não vai acontecer do dia para a noite, mas esta eleição foi o primeiro passo na direção certa", disse o fundador Eduardo Mufarej.
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