Responsável por 26% das emissões de CO2 do setor industrial brasileiro em 2022, a produção de cimento pode se tornar significativamente menos intensiva com a combinação de quatro medidas: substituições do clinquer e dos combustíveis fósseis na produção, aumento da eficiência energética nas fábricas e introdução da captura e armazenamento de carbono (CCS).
Relatório do projeto Descarbonização e Política Industrial: Desafios para o Brasil (DIP-BR), publicado pela agência Bori , mapeou os principais atores da cadeia produtiva do cimento no Brasil para identificar onde estão as oportunidades de corte de emissões.
O estudo foi conduzido por pesquisadores do Grupo de Indústria e Competitividade do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GIC/IE-UFRJ).
Uma das instruções é que as substituições do clínquer , principal produto intermediário do cimento, por alternativas como o fíler calcário (obtido através da moagem do calcário), a argila calcinada e as biocinzas, podem levar a uma redução de cerca de 11% nas emissões de CO2 na cadeia do cimento.
Por ser originada da queima de calcário a altas temperaturas, a fabricação do clínquer contribui significativamente para as emissões de CO2 da indústria, aponta a pesquisa.
Além de reduzir emissões, a substituição do clínquer também promoveria a circularidade, ao utilizar subprodutos de outras atividades econômicas que seriam descartados.
“O processo de produção de cimento é energo-intensivo, sendo responsável por um consumo significativo de combustíveis fósseis e emissões de gases de efeito estufa (GEEs), em especial o dióxido de carbono (CO2), pelo processo de descarbonatação, na contribuição do carbonato de cálcio (calcário), para a produção do clínquer, que representa cerca de 60% das emissões de CO2, queima de combustíveis (39%) e eletricidade (1%)”, detalha o relatório.
Além de ter a coroa no streaming, e estar explorando o cinema, a Netflix tem sido vista há alguns anos para o mundo dos games. A empresa já investiu mais de US$ 2 bilhões no setor , comprou estúdios, lançou 140 títulos e acumulou 192 milhões de downloads.
Até parece muito… Masflopou. São apenas 1,1 milhão de usuários diários, o que ainda é baixo comparado com seu universo de mais de 300 milhões de assinantes.
Por que isso é importante? O mercado de jogos movimenta US$ 180 bilhões anuais, superando filmes e TV juntos. A Netflix sabe que, para continuar crescendo, precisa mais do que apenas séries podem de sucesso — e os jogos serão o próximo grande motor.
O plano:
Crie jogos que rodem no app da Netflix na TV, com o celular como controle.
Apostar em jogos casuais para a família, no estilo Mario Party e Among Us .
Explorar sua própria propriedade intelectual, como Round 6 , que já é seu maior sucesso no setor.
Licenciar grandes títulos, como GTA: San Andreas , para atrair jogadores.
Para você entender o tamanho do mercado de jogos, estima-se que existam cerca de 3,42 bilhões de jogadores de videogame no mundo , representando cerca de 43% da população global. Os 300 milhões de assinantes na Netflix equivalem a menos de 10% desse número.
O governo e empresários brasileiros aguardam os anúncios prometidos porDonald Trumppara esta quarta-feira, 2 de abril, chamada pelo presidente americano de o“Dia da Libertação”, com tarifas “recíprocas” país por país. Antes da definição das medidas, a expectativa é sobre como elas podem afetar produtos brasileiros exportados aos EUA.
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O item de maior impacto nas exportações brasileiras para o parceiro comercial envolve óleo bruto de petróleo, que representa 14,3% da pauta. Os EUA ainda respondem por 12,9% do total exportado pelo Brasil dessa produção.
Um setor que pode sofrer mais com o aumento de tarifas, no entanto, são os produtos semiacabados de ferro ou aço. Apesar de representar 8,8% da pauta completa para os EUA, 76,2% das exportações desses itens pelo Brasil vão para o território americano. No dia 12 de março, tarifa de 25% sobre a exportação de aço e alumínio brasileiros para o mercado americano entrou em vigor, segundo confirmou a Casa Branca.
Trump cultivou, entre os países e os segmentos, suspense sobre o tarifaço prometido para este 2 de abril Foto: Mark Schiefelbein/AP
A lista de produtos mais importantes exportados para os EUA é dominada por commodities (matérias-primas) e outros itens com preços cotados internacionalmente em bolsas de valores. As duas exceções entre os 10 mais vendidos pelo Brasil são aeronaves, na terceira posição, e equipamentos de engenharia e para construção, em oitavo.
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Há uma pressão antiga dos EUA pela redução do imposto de importação aplicado pelo Brasil sobre o etanol americano, que é de 18%, para entrar no País, enquanto o governo americano aplica tarifa de 2,5% na importação do produto brasileiro, feito à base de cana-de-açúcar.
Trump considera o porcentual muito elevado, impedindo a entrada do produto americano, produzido à base de milho, no mercado nacional. O relatório anual do escritório de representação comercial dos Estados Unidos — United States Trade Representative (USTR), em inglês — sobre barreiras comerciais divulgado na segunda-feira, 31, reforçou a relevância que o etanol tem e terá nas negociações comerciais com o Brasil.
Apesar de considerar ser difícil fazer qualquer previsão sobre os anúncios de Trump, o presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil(AEB), José Augusto de Castro, acredita que os impactos tendem a cair nos produtos manufaturados.
“As commodities brutas não devem sofrer sobretaxação, por que elas têm preços definidos pelo mercado importador e pelas bolsas, e não pelo Trump. Se taxar esses produtos, ele estará elevando os custos para os EUA”, afirma. “O meu princípio, por enquanto, é esse. Mas tudo ainda está muito indefinido e imprevisível, porque os números divulgados até agora para tarifas são muito loucos. São formados por impulso, não têm base técnica.”
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Os manufaturados que se encontram também entre os 20 produtos mais exportados incluem máquinas de energia elétrica, motores a pistão, manufaturas de madeira e geradores elétricos giratórios.
Dois desses segmentos seriam fortemente impactados. Os EUA responderam por 59,9% de todas as exportações brasileiras, em 2024, das máquinas de energia elétrica. Em manufaturas de madeira, a dependência é ainda maior, 81% das vendas externas brasileiras foram para o mercado americano. “Se o Brasil ficar sujeito à reciprocidade no aumento de tarifas, saíremos do mercado de manufaturados, porque não temos preço competitivo”, diz Augusto.
Em 2024, os EUA foram o destino de 12% de todas as exportações brasileiras e origem de 15,5% das importações nacionais (US$ 40,7 bilhões). A corrente de comércio alcançou 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano passado.
Em um recorte temporal iniciado em 2014, dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic)indicam que as importações brasileiras de produtos vindos dos Estados Unidos foram 11,85% superiores às exportações.
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No relatório do USTR, de segunda-feira, 31, os EUA afirmam que o Brasil e uma série de outros países impõem numerosas barreiras e tarifas contra produtos americanos.
O relatório de 397 páginas afirma que o Brasil impõe tarifas relativamente altas sobre as importações em uma ampla gama de setores, incluindo automóveis, peças automotivas, tecnologia da informação e eletrônicos, produtos químicos, plásticos, maquinário industrial, aço, têxteis e vestuário.
“Embora o Brasil tenha tomado medidas para tornar seu mercado de compras mais transparente, as restrições e preferências domésticas permanecem”, declara o documento. Segundo o USTR, o país também exige que os contratos de aquisição, especialmente nos setores de saúde e defesa, contenham requisitos de compensação para fornecedores estrangeiros.
Com previsão de ser anunciado na tarde desta quarta-feira, 2, o pacote de imposição de tarifas recíprocas às exportações de produtos diversos do Brasil para o mercado americano, a indústria nacional fabricante de máquinas e equipamentos está preocupada com impacto que poderá ter sobre o setor, disse ao Estadão José Velloso, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
“Estamos numa tensa expectativa”, disse Velloso, lembrando que máquinas brasileiras estão entre os dez setores mais críticos do relatório do USTR. Segundo ele, não há como prever, neste momento, a dimensão das medidas que serão anunciadas por Trump. “A certeza é de que o Brasil vai ser atingido.”
O mercado americano, diz o presidente da Abimaq, é o mais importante cliente na exportação de máquinas: representa 26% dos US$ 14 bilhões despachados por ano. No ano passado, as vendas aos EUA corresponderam a US$ 3,7 bilhões, ante entrada de US$ 4,8 bilhões de máquinas americanas. Portanto, o Brasil tem um déficit de US$ 1,1 bilhão.
“O que fabricamos e exportamos para o mercado americano são produtos (máquinas) de alta tecnologia e de alto valor agregado. Os EUA são o nosso principal destino”, afirma o executivo da Abimaq, entidade que representa milhares de empresas no País.