domingo, 6 de março de 2022

Prefeitura de São Paulo propõe comprar 5 mil apartamentos prontos, OESP

 Adriana Ferraz, O Estado de S.Paulo

05 de março de 2022 | 05h00

Pela primeira vez, a Prefeitura de São Paulo vai abrir concorrência pública para a compra de até 5 mil apartamentos novos ou reformados, com até dez anos de construção, para compor o programa habitacional do Município. Os imóveis serão usados para atender famílias cadastradas na fila da moradia de forma definitiva ou por meio de locação social e vão compor uma ação ampliada que prevê a aquisição de 45 mil unidades da iniciativa privada até o final de 2024 em um investimento estimado de R$ 8 bilhões.

Segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a consulta pública anterior à publicação do edital seria lançada neste sábado, 5, nos moldes do programa Pode Entrar, aprovado pela Câmara Municipal ano passado. “Ele muda toda política pública habitacional e cria um novo marco legal que nos dará condições de avançar no atendimento às famílias”, disse Nunes ao Estadão.

Transformado em lei pelos vereadores, o programa permite, por exemplo, que a Prefeitura compre imóveis de forma pulverizada pela cidade, em prédios populares já ocupados sob duas condições básicas: que o valor máximo esteja de acordo com o edital e que a oferta contemple pelo menos cinco unidades na mesma torre.

Habitação
Prefeitura de SP diz que priorizará imóveis localizados em áreas com acesso ao transporte público Foto: WERTHER SANTANA / ESTADÃO

De acordo com o programa, passam a ser permitidas também compras de empreendimentos inteiros já em construção ou em fase de licenciamento. Segundo o Estadão apurou, os apartamentos devem ter entre 32 e 70 metros quadrados, com dois quartos e um banheiro. Já os beneficiados deverão ter renda bruta familiar de até seis salários mínimos.

O secretário municipal de Habitação, João Farias, informou que os valores estabelecidos para a compra são de R$ 200 mil, no caso de apartamentos prontos, e de R$ 180 mil, para unidades em fase de construção ou licenciamento. Ao participar do programa, as famílias passam a arcar com os custos do financiamento – feito direto com a Cohab de forma subsidiada e dividido em 30 anos – e com taxas relativas a IPTU e condomínio, por exemplo.

O Município diz que aceitará propostas de imóveis localizados em toda a cidade, mas que dará prioridade aos territórios abastecidos com opções de transporte público, próximos, portanto, a estações de trem e metrô e corredores de ônibus. A intenção, segundo a gestão Nunes, é reduzir os deslocamentos urbanos, ampliando o acesso da população beneficiada aos equipamentos públicos e ao mercado de trabalho.

A consulta pública tem o prazo de 30 dias. Depois, as propostas serão reavaliadas para a publicação definitiva dos editais. “É importante destacar que essa consulta pública vai permitir que a Prefeitura faça a maior aquisição de unidades habitacionais da história de São Paulo. Para se ter uma ideia, nossa meta é chegar a 49 mil até o final da gestão, em 2024, mas apenas esses editais já preveem 45 mil”, afirmou o secretário Farias.

O déficit habitacional da capital paulista passa de 400 mil moradias, levando-se em conta a fila registrada da Cohab, o total de imóveis identificados em áreas de risco (173 mil) e o número de moradores de rua (31 mil).

Para o coordenador do Laboratório Arq.futuro de Cidades do Insper, Tomas Alvim, é importante que a Prefeitura desenvolva modelos alternativos de oferta de moradia, principalmente perto das áreas infraestruturadas. “A iniciativa parece ótima, mas isso, claro, não atende a demanda existente. Continuamos precisando de um programa consistente que torne a moradia a porta de entrada de acesso à cidade e aos serviços públicos, como sempre diz Carmem Silva (ativista e coordenadora do Movimento dos Sem-Teto do Centro, o MSTC). Novas soluções devem fazer parte dessa política habitacional”, afirma. 

Outros planos para habitação em SP

A Prefeitura quer uma nova fórmula para calcular o valor da indenização a ser paga a moradores de áreas de risco listados em planos de remoção. A ideia é pagar um bônus de até R$ 30 mil para a desocupação de imóveis com mais de cinco anos classificados de risco muito alto. São mais de 11 mil nesta situação na capital, segundo cálculos do Município.

O prefeito Ricardo Nunes também encomendou à Secretaria Municipal de Habitação um novo programa de moradias populares que contemple parte da população em situação de rua com unidades privativas e ocupação rotativa, ou seja, sem a entrega da posse definitiva. De acordo com o projeto, os apartamentos poderão ter a partir de 12 metros quadrados – com cozinha, sala e banheiro – e uso estimado de um ano. 

Enfrentamento ao déficit habitacional exige conjunto de ações

Coordenador do curso de negócios imobiliários da Fundação Getulio Vargas (FGV), Alberto Ajzental explica que a maior parte das famílias em déficit habitacional tem renda bruta entre um e três salários mínimos. “É onde o mercado não consegue atender, porque quem faz a construção não consegue fazer uma coisa tão barata, e quem recebe de um a três salários mínimos não tem renda para comprar”, destaca. Por isso, a intervenção do poder público se justifica.

Para ele, a melhor solução para o problema é o aluguel, não a compra, que exige comprometimento grande de parcela da renda familiar por muito tempo. “Se ela aluga e não pode pagar, não vai perder tanto do investimento, porque não perde o bem”, explica.

A compra de imóveis da iniciativa privada, aponta, evita ineficiência e desvios de recursos. “A Prefeitura não é uma construtora”, diz. “Faz uma concorrência e compra o que é bom”, sugere.

A pesquisadora do Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (LabCidade) da USP, Isadora Guerreiro, diz que a compra de imóveis prontos “responde mais rápido” à crise habitacional. Por outro lado, ao incentivar um nicho do mercado que englobe moradias nos parâmetros fixados pelo poder público, dá autonomia à iniciativa privada. “Deixar na mão da iniciativa privada para que construa onde bem entender é algo que vai contra todas as regras de planejamento da cidade”, avalia.

Nesse sentido, ela questiona a possibilidade de “pulverização” dos imóveis comprados. “Me parece uma contradição com o Plano Diretor, que definiu as áreas de prioridade (para a construção de habitação de interesse social)”, diz, citando os eixos de estruturação urbana, as Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis) e o Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios (Peuc).

A pesquisadora destaca que o enfrentamento do déficit habitacional requer ações diversas, pois ele não é um número abstrato, mas sim composto de elementos internos, como precariedade e coabitação, que indicam necessidades distintas. Ela aponta que cerca de 70% do déficit habitacional da Região Metropolitana corresponde a pessoas que enfrentam ônus excessivo de aluguel, que se configura quando mais de 30% do rendimento familiar fica comprometido. / COLABOROU LEON FERRARI

sexta-feira, 4 de março de 2022

Putin não é um gênio, mas um megalomaníaco em uma bolha de bajuladores, Rodrigo Zeidan - FSP

 Putin não é um gênio estrategista, não esperava a forte resistência da Ucrânia, e não tinha noção do tamanho das sanções que vão jogar a Rússia em uma gigantesca crise econômica. Essa ideia de que os grandes homens da historia (e são sempre homens, nesse tipo de mitologia) são geniais é o resultado dos vencedores contarem e distorcerem a história.

Todas as decisões que importam são tomadas sob condições de informação incompleta e imperfeita. E, infelizmente, a racionalidade acaba sendo deixada de lado quando se está cercado de sicofantas e quando se distorce a realidade para justificar qualquer ação.

Putin em uma reunião com membros do Conselho de Segurança - Andrey Gorshkov - 3.mar.2022/Sputnik/AFP

Putin pode ser uma pessoa inteligente, mas é um líder incompetente. Como muitos ditadores, seus maiores esforços são gastos em tramas para se manter no poder. Gênios estrategistas não empobrecem seu país enquanto se metem em aventuras militares que acabam em desastre.

Pior, existe na história soviética/russa um ataque militar tão sem sentido como o atual: a tentativa de tomada da Finlândia pela União Soviética de Stalin em 1939. O governo russo também achava que ia conquistar um território sem muita resistência, com o exército sendo recebido como heróis para instalar um governo de marionetes no país. O que se seguiu foi uma das mais sangrentas batalhas da segunda guerra, que durou três meses e meio e deixou dezenas de milhares de russos mortos nas florestas finlandesas. A Liga das Nações, uma proto-ONU, expulsou a União Soviética por esse ataque.

Oitenta e dois anos depois, a Rússia comete falhas similares. Putin errou e errou feio. Não havia como saber que Europa e EUA se uniriam em sanções internacionais que chegassem a isolar o Banco Central Russo. Um governo que soubesse que haveria tantas sanções teria se preparado para isso; em vez disso, teve que decretar feriado bancário, a bolsa continua fechada, com o banco central anunciando dia a dia se vai reabri-la, e as empresas de energia têm dificuldade de vender seu petróleo e gás.

O PIB per capita russo é hoje menor do que era quando Putin reassumiu o poder em 2012 e isso antes da crise por vir. Em parte, essa guerra é uma resposta ao fracasso do seu governo em melhorar a economia. Não houve reformas, o limite de gastos públicos foi abandonado, o desemprego parou de cair (saiu de 8,3% em 2009 para 5,4% em 2012, e hoje é de 5,5%, e a inflação disparou, de 5% em 2012 para 8,4% hoje). A economia anda de lado, mesmo com o país se tornando um dos maiores produtores de óleo e gás do mundo, responsável por 10% da produção mundial.

A preparação russa realmente contava com uma fraca resistência ucraniana. O país também não previu que a Alemanha mudaria uma política de décadas de proibir o envio de armas a países em conflito. A Rússia continua podendo ganhar a guerra quando quiser, mas só se resolver matar centenas de milhares de civis, explodindo os centros urbanos.

Os erros de Putin estão em todas as frentes de campanha. Como estrategista, Putin é somente um megalomaníaco que vive numa bolha, ouvindo dos outros só o que quer ouvir. Putin é um ditador latino-americano em espírito, só que com armas nucleares e bajuladores a seu redor que falam russo, em vez de espanhol ou português. Poucos são realmente os grandes homens da história. Putin não é um deles; é só um vilão de quadrinhos e agora criminoso de guerra. E que pode explodir a todos.


Guerra na Ucrânia: as incríveis semelhanças entre série de TV do presidente e a realidade, FSP

 * Este artigo foi publicado originalmente em inglês pela BBC Culture em 2020 e atualizado pela BBC News Brasil em 2022.

O gabinete do presidente ucraniano é uma comédia de erros —no salão presidencial entra o seu recém-nomeado ministro da Defesa, um velho amigo, tendo um ataque histérico por causa de cortes no orçamento militar. Enquanto o ministro tem um chilique sobre sua briga com os generais da sua pasta, o presidente calmamente lhe oferece um gole de um sedativo e o manda embora.

Em seguida, sua recém-nomeada ministra das Finanças —que também é sua ex-mulher— entra reclamando de outro problema. Um banco faliu e ela não consegue decidir se deve devolver dinheiro aos clientes. O presidente oferece a ela um gole do sedativo e a manda embora. Depois, seu amigo e ministro das Relações Exteriores entra na sala após ter feito um fiasco em uma coletiva de imprensa sobre uma revolta em Uganda. Ele também recebe o tratamento sedativo.

Quando um outro amigo —que também virou ministro— chega, o presidente já está farto de tudo.

"O que diabos você quer de mim?", ele explode.

E não tem como culpá-lo: após sua eleição surpreendente para o cargo mais poderoso da Ucrânia, esse ex-professor de história precisa lidar com amigos, parentes e conhecidos implorando por empregos e favores especiais. Mesmo tendo dado a eles algumas das posições mais poderosas do país, eles não param de reclamar.

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'Servant of the People' estreou em 2015 com Volodimir Zelenski no papel de uma pessoa comum que virou presidente - BBC

Mas cenas como esta ganharam um novo significado depois que Volodimir Zelenski se tornou presidente da Ucrânia na vida real, em 2019, graças à sua popularidade como líder fictício.

Em um intervalo de poucos anos, ele foi de humorista de TV e novato político a presidente em comando de um país em guerra contra uma potência militar.

'PUTIN FOI DEPOSTO'

Com a guerra na Ucrânia, estão agora circulando nas redes sociais clipes antigos da série em que cenas envolvendo o personagem de Zelenski são incrivelmente semelhantes às situações enfrentadas na vida real pelo agora presidente.

Em uma das cenas fictícias antigas, o presidente Holoborodko —o nome do personagem vivido por Zelenski— está caminhando em uma praça quando seu telefone toca. É Angela Merkel, chanceler alemã na época, informando o presidente que a Ucrânia foi aceita como membro da União Europeia, justamente um dos pedidos feitos por Zelenski na vida real que tem servido de pano de fundo nas tensões com o presidente russo Vladimir Putin.

"Eu estou tão feliz! Obrigado! Todos os ucranianos... nosso país... estamos esperando isso há tanto tempo", responde o presidente fictício.

"Ucranianos? Ah, me desculpe, foi engano meu. Eu estava telefonando para Montenegro", responde a Merkel fictícia, para a decepção de Holoborodko.

Em outra cena que circula bastante agora, o presidente fictício chega ao Parlamento e encontra os congressistas brigando e se empurrando. Ele tenta fazer com que eles parem de brigar, mas não consegue. Irritado, grita "Putin foi deposto" e todos param de brigar imediatamente e olham para Holoborodko incrédulo, que confessa que era mentira.

Outra cena famosa, que tem circulado bastante nas redes sociais, é uma em que o personagem de Zelensky fantasia atirar com duas metralhadoras em políticos do Parlamento ucraniano. Esta imagem reflete, segundo alguns analistas, a plataforma anti-sistema político que o próprio Zelensky usou para impulsionar sua campanha presidencial na vida real.

'SERVIDOR DO POVO'

"Servant of the People" estreou na Ucrânia em 2015, estrelada por Zelenski, então conhecido apenas como ator cômico, no papel de um sujeito comum, Vasil Petrovich Holoborodko, que vira presidente quase por acaso.

O programa durou três temporadas no canal 1+1 do país e agora está disponível na Netflix de alguns países, assim como no YouTube. A série foi um sucesso na Ucrânia, e seu primeiro episódio tem milhões de visualizações no YouTube.

Em 2018, o enredo teve uma reviravolta na vida real quando o partido político "Servant of the People" foi formado e seu candidato, o ator Zelenski, virou presidente de verdade da Ucrânia no ano seguinte.

O sucesso de "Servant of the People" e a subsequente vitória de Zelenski refletem a irritação dos ucranianos com a oligarquia que sempre comandou o país, segundo um texto sobre a série escrito pela jornalista Katherine Jacobsen para a revista de relações exteriores Foreign Policy.

"É uma liberação importante para as pessoas de lá perceberem que não estão sozinhas em pensar que tudo está fora de controle", disse ela à BBC Culture. "Elas são capazes de rir disso juntos. É sobre o que todos pensam que está acontecendo nos bastidores, mas que ninguém consegue provar 100%."

A série é repleta de cenas que apresentam oligarcas em ambientes luxuosos com seus rostos obscurecidos, conspirando para controlar o governo enquanto comem caviar e frutas e bebem álcool. As sequências podem parecer absurdamente fantásticas para os espectadores fora da Ucrânia, mas Jacobsen diz que elas são "quase realistas demais" para os ucranianos.

Quando o novo presidente assume o cargo, ele fica chocado com a luxuosa configuração do retiro presidencial conhecido como Residência Mezhyhirya, onde o (verdadeiro) ex-presidente Viktor Yanukovych vivia com seus carros luxuosos, uma fazenda de avestruzes e um heliporto, entre outros mimos, antes de fugir da revolução ucraniana de 2014. Hoje em dia a residência é um museu. A série foi filmada lá.

Outra trama tem o primeiro-ministro, personagem importante que representa os velhos costumes, dispersando um protesto ao divulgar relatórios falsos de um iminente ataque de meteorito.

VOTAÇÃO NA VIDA REAL SUPEROU A DA FICÇÃO

Em termos de qualidade, "Servant of the People" não fica muito atrás de outras comédias de prestígio internacional - dada a capacidade da série expor a corrupção do mundo real e até mesmo eleger um verdadeiro presidente fora da ficção.

A série fica em algum lugar entre as sátiras políticas sombrias e afiadas de Armando Iannucci, autor de "The Thick of It" e "Veep", e a ensolarada visão americana da política local de "Parks and Recreation".

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Zelenski recebeu mais votos na vida real do que na eleição de seu personagem fictício - BBC

"Servant of the People" é por vezes até desconfortável em seu realismo, mas também oferece um raio de esperança, embalada por uma produção que flui bem, um roteiro bem amarrado, performances elegantes e sequências hilárias.

Não é de admirar que a série —juntamente com a atuação de Zelenski no papel de um homem comum, inteligente e ético— tenha contribuído para uma vitória presidencial que superou a versão da ficção: em "Servant of the People", o personagem de Zelenski recebe 67% dos votos; na vida real, Zelenski foi eleito com 73,2% dos votos.

Os belos créditos de abertura funcionam como um perfeito vídeo de campanha eleitoral. Zelenski anda de bicicleta pelas ruas de Kiev em um terno ao som de uma melodia cativante de violão e voz marcada por buzinas de bicicleta. No final da sequência, ele desmonta de sua bicicleta do lado de fora dos prédios do governo— apenas um presidente comum chegando para outro dia de trabalho duro e honesto.

"Parte da razão pela qual as pessoas confiam nele é porque acham que conseguem enxergar dentro de sua cabeça e os problemas que ele vê no governo da forma como foram apresentados no programa", diz Jacobsen. "Isso deu às pessoas uma sensação de esperança, de certa forma, de que ele entende como as pessoas se sentem."

PEDIDO DE IMPEACHMENT DE TRUMP

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Um telefonema de julho de 2019 entre Zelenski e Trump foi o estopim do pedido de impeachment do presidente dos EUA - BBC

Em 2019, Zelenski esteve envolvido em uma crise política de enorme repercussão global —um telefonema dado pelo então presidente Donald Trump ao presidente ucraniano serviu como base para um pedido de impeachment do americano.

Trump —que, como Zelenski, também é uma estrela de televisão que foi alçada à Presidência— havia telefonado a Zelenski pedindo que a Ucrânia investigasse Joe Biden, na época pré-candidato democrata e rival de Trump nas urnas, e seu filho, Hunter Biden, que pertencia a um conselho de uma empresa de gás ucraniana.

Em troca, Trump teria prometido "algum benefício" ao líder ucraniano, possivelmente ajuda militar americana ao país. O pedido de impeachment acabou rejeitado pelo Congresso americano.

As habilidades de estrela de TV de Zelenski indiscutivelmente o ajudaram no cargo. Em uma entrevista coletiva ao lado de Trump, Zelenski soube improvisar com perfeição para lidar com as difíceis perguntas da imprensa.

"Servant of the People" foi um enorme sucesso com suas três temporadas —e Zelenski hoje vive uma espécie de quarta temporada, com a Ucrânia envolvida em um conflito sangrento com a Rússia, um enredo tão trágico e terrível que nem mesmo os roteiristas da série poderiam ter criado.


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