segunda-feira, 11 de setembro de 2017

CPI da Previdência realizará audiência pública em São Paulo, Agencia Senado


   
Da Redação | 08/09/2017, 11h21 - ATUALIZADO EM 08/09/2017, 16h01
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo terá na próxima quinta-feira (14) audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previdência. O evento, aberto ao público, ocorrerá às 9h no auditório Paulo Kobayashi. O tema do debate será "Devedor Contumaz: o grande causador do deficit previdenciário".
O objetivo da audiência é discutir os impactos causados pelos grandes devedores da Previdência e a concorrência desleal. O devedor contumaz é aquele que faz do não pagamento de dívidas e tributos uma fonte de renda. Quando, por exemplo, uma empresa deixa de recolher tributos, é possível reduzir o custo de seus produtos. Assim, além do prejuízo aos cofres públicos, promove a concorrência desleal.
Soluções e alternativas para a melhoria do quadro da dívida ativa da União, em relação aos débitos da Previdência Social, também deverão ser debatidos no encontro. O evento contará com apoio da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e da Associação Paulista do Ministério Público.
A audiência pública em São Paulo é uma iniciativa do presidente da comissão, senador Paulo Paim (PT–RS). Segundo Paim, a intenção é mostrar para a sociedade os trabalhos desenvolvidos pela CPI desde que foi instalada.
- É importante [a realização da audiência] porque a população fica sabendo o que está acontecendo, qual é o papel da CPI e o que estamos fazendo – disse o senador à Rádio Senado.

Convidados

Para participar do debate, foram convidados Roberto Carvalho Veloso, presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil; Clarissa Cunha Navarro, procuradora da Fazenda Nacional; Renato Lopes Becho, juiz federal; e Paulo Penteado Teixeira Júnior, primeiro secretário da Associação Paulista do Ministério Público.
Representando a Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, também devem comparecer à audiência Vilson Antônio Romero, assessor socioeconômico, e Mauro José Silva, diretor de defesa profissional e assuntos técnicos.
A CPI da Previdência foi instalada para investigar a contabilidade da Previdência Social a fim de verificar a sustentabilidade da área, esclarecendo a situação de receitas e despesas do sistema. A comissão deveria concluir os trabalhos até o início de setembro, mas o seu prazo de funcionamento foi prorrogado até o dia 7 de novembro, segundo requerimento aprovado pelo Plenário do Senado.

COMO ACOMPANHAR E PARTICIPAR

Participe: 
http://bit.ly/audienciainterativa
Portal e-Cidadania:
www.senado.gov.br/ecidadania
Alô Senado (0800-612211) 

Setembro Amarelo: 90% das mortes por suicídio poderiam ser evitadas, EBC


 01:42 GeralNotícias 10/09/2017 - 08h45 Manaus Embed
Bianca Paiva

Dois municípios amazonenses estão entre os 10 do país que mais registram suicídios, de acordo com levantamento de 2012 do Ministério da Saúde. São eles: São Gabriel da Cachoeira, no topo da lista, e São Paulo de Olivença, que ocupa a terceira posição. 

O estado aderiu à campanha nacional Setembro Amarelo, para prevenir esse tipo de ato, e inicia uma série de ações de conscientização neste domingo (10), Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. A abertura oficial será às 17h30, no Largo de São Sebastião, centro histórico de Manaus.

Na próxima quarta-feira (13), haverá palestras na Assembleia Legislativa do Estado, das 9h às 13h, abordando formas de incentivar a valorização da vida como contraponto a ideias suicidas. Uma delas será a da psiquiatra Alessandra Pereira, diretora da Associação Amazonense de Psiquiatria. Ela vai tratar das principais causas de suicídio, alterações biológicas e grupos de maior risco.

Ainda como parte da programação do Setembro Amarelo, também está prevista uma caminhada na Ponta Negra, zona oeste de Manaus, no dia 17 de setembro, a partir das 9h, partindo do Anfiteatro.

Dados da Associação Amazonense de Psiquiatria revelam que 97% das pessoas que se suicidam têm um diagnóstico psiquiátrico comprovado, e cerca de 90% dessas mortes poderiam ter sido evitadas caso as pessoas tivessem recebido a abordagem e o tratamento adequados.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

E o BC tinha razão, OESP

E o BC tinha razão

Os mais otimistas já falam em 6,5% como ponto final do ciclo de cortes da Selic

Fernando Dantas *, Impresso
08 Setembro 2017 | 05h00
Quando Ilan Goldfajn tomou posse na presidência do Banco Central (BC) em 9 de junho do ano passado, as expectativas do mercado eram de que o IPCA, o índice oficial da meta de inflação, atingisse 5,5% em 2017 e 5% em 2018 – acima, portanto, do objetivo de 4,5%. Já a mediana das projeções da Selic, a taxa básica de juros manipulada pelo BC, indicava o nível de 11% no final deste ano e de 8,5% ao fim de 2018.
A economia despencava no olho do furacão da pior recessão em um século, e o mercado projetava uma queda de 3,6% do PIB em 2016 (o número final foi exatamente esse), depois de já ter caído 3,8% em 2015.
O recém-empossado presidente do BC teve de tomar decisões difíceis desde o início. Ele recusou a ideia de introduzir uma meta de inflação “ajustada”, acima dos 4,5%, para 2017, como tentativa de evitar maior sacrifício da economia. A seu ver, era vital enterrar de vez a percepção, ligada à gestão anterior, de que o BC não perseguia a meta para valer.
Nas duas primeiras reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) sob o comando do novo presidente, a Selic foi mantida em 14,25%, mesmo com a economia nas cordas. Era necessário esperar sinais mais concretos de convergência da inflação para a meta.
As decisões do BC foram reforçadas pela entrada na diretoria da instituição e no Copom, a convite de Ilan, de dois dos melhores macroeconomistas do Brasil, Carlos Viana e Tiago Berriel. Viana reformulou a comunicação nos documentos do BC, tornando-a mais direta e menos cifrada.
A partir de 19 de outubro do ano passado, quando o Copom decidiu reduzir a Selic para 14%, iniciou-se o longo e profundo ciclo de cortes da taxa básica, que ainda não acabou.
À medida que os cortes foram se sucedendo e aumentando de tamanho, de 0,25 ponto porcentual para 1 ponto, a economia não reagiu como esperado. A inflação, entretanto, despencou, surpreendendo com repetidas quedas além do que era previsto pelos analistas. O IPCA acumulado em 12 meses saiu de 8,84% em junho de 2016 para 2,46% em agosto de 2017.
Ilan e seus companheiros sofreram muitas críticas por terem supostamente “errado a mão”, demorando para cortar a Selic e piorando a recessão. A “prova” seria a inflação “baixa demais”. Efetivamente, o IPCA pode ser até menor que 3% em 2017, rompendo o limite de tolerância para baixo.
É útil, de qualquer forma, comparar as expectativas do mercado de quando o presidente do BC assumiu, mencionadas acima, com as atuais. Hoje, a mediana do mercado para o IPCA de 2017 está em 3,38% (esse número deve cair) e a de 2018, em 4,18%. A projeção para a Selic é de 7,25% no final de 2017 e 7,5% ao fim de 2018.
Ah, mas o que aconteceu com as previsões do PIB, que teria sido tão castigado pela política monetária do BC?
Quando Ilan assumiu, eram de crescimento de 1% em 2017 e de 2% em 2018. Hoje são de alta de 0,5% em 2017 e de 2% em 2018. O detalhe é que, com as recentes surpresas positivas em indicadores de atividade, a tendência é que essas projeções subam tanto para este ano quanto para o próximo.
Mas o sucesso da política monetária não para por aí. Diversos analistas interpretaram o comunicado da reunião do Copom terminada na quarta-feira, quando a Selic caiu para 8,25%, como indicativo de que o ciclo de cortes pode ir até um pouquinho mais longe do que se pensava. Os mais otimistas já falam em 6,5% como ponto final.
É verdade que Ilan contou com a sorte: um cenário internacional muito favorável, que valoriza o real, o que ajuda a reduzir a inflação; e uma tremenda queda dos preços de alimentos. Por outro lado, esses fatores que o BC não controla também explicam por que a inflação caiu tão abaixo da meta.
A moral da história é que ter um BC autônomo que de fato cumpre o seu dever de perseguir a meta de inflação só traz benefícios para todos os brasileiros.
* COLUNISTA DO BROADCAST E CONSULTOR DO IBRE/FGV