quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Deputado evangélico quer nome de pastor em estação do Metrô​ em SP, OESP

SÃO PAULO - Um projeto de lei do deputado estadual evangélico André Soares (DEM) quer homenagear um pastor mudando o nome da Estação Vila Mariana do Metrô, na zona sul de São Paulo. Após ter sido vetada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em dezembro do ano passado, a proposta volta a ser debatida em comissão na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) nesta quarta-feira, 22.

Foto: Metrô
Deputado evangélico quer nome de pastor em estação de Metrô? em SP
A Estação Vila Mariana faz parte da Linha 1-Azul
Dois dias após o veto, o governador publicou um decreto em que alterava o nome da Faculdade de Tecnologia (Fatec) Ipiranga, também na região sul, para homenagear o pastor Enéas Tognini.
Soares sugere que a estação passe a ser chamada "Enéas Tognini-Vila Mariana". Na justificativa, o autor da proposta argumenta que "o homenageado, vale ressaltar, tem especial relação com a região" da Vila Mariana. "Afinal, a sede da Igreja Batista do Povo fica na Rua Domingos de Morais, 1100, próxima à Estação Vila Mariana", explica o parlamentar, que é membro da Igreja Internacional da Graça de Deus, fundada por seu pai, o missionário R.R. Soares.
O projeto foi submetido pelo deputado dois meses após a morte de Enéas Tognini, ocorrida em setembro de 2015. Tognini nasceu em Avaré, no interior, formou-se em Teologia e foi o fundador da Igreja Batista do Povo. 
Um abaixo-assinado virtual, contrário à mudança circula, acumula até esta quarta-feira quase 40 mil apoiadores. No texto, os críticos à alteração argumentam que "não agregará nada para a população paulistana, além dos gastos desnecessários com a mudança de toda comunicação do Metrô, que sairá dos cofres públicos".
Veto. Na justificativa jurídica, o autor do projeto explica que o Metrô "é uma sociedade de economia mista" e que "suas estações se equiparam a bens públicos". No veto, porém, Alckmin nega essa relação, argumentando que o Metrô é regido pelo "direito privado": "A empresa detém autonomia para gerir os bens que integram o seu patrimônio, dentre os quais se incluem suas instalações, que não se equiparam a prédios ou repartições públicas".
Após o veto, a proposta voltou à Assembleia. Há uma semana, porém, o deputado estadual e pastor evangélico Gilmaci Santos (PRB) votou contrário ao veto do governador - portanto, favorável à mudança o nome da estação.
Santos é relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que nesta quarta vai debater o voto do deputado. ​Caso a Comissão acompanhe o voto do relator, o projeto voltará a ser discutido também pela Comissão de Transportes e Comunicações e poderá ir a plenário. ​
A assessoria de imprensa de Santos informou que o relator votou contra a decisão de Alckmin por acreditar que o debate seja de competência do Legislativo. 
Já a assessoria do autor do projeto, deputado André Soares, manifestou-se por nota. "O projeto de lei nº 1626/2015, de fato, foi vetado pelo governador Geraldo Alckmin e, como consequência, segue o trâmite regimental, retornando para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Inicialmente, a proposta será analisada pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação, a fim de se verificar a constitucionalidade da matéria; em seguida, será examinada pela Comissão de Transportes e Comunicações, responsável por apreciar o mérito, apoiando a manutenção ou derrubada do veto. Só então seguirá para o plenário para votação, atendendo à ordem do dia."
Questionada sobre o veto de Alckmin e o abaixo-assinado da sociedade civil, a assessoria de Soares não comentou até a publicação desta matéria.
Fatec. A homenagem ao pastor já causou outra mobilização no início do ano. O governador publicou no Diário Oficial do Estado, no dia 31 de dezembro, um decreto em que alterava o nome da Fatec Ipiranga, na mesma região da estação, para acrescentar o nome do religioso. 
A homenagem foi uma surpresa para alunos e professores da Fatec, que disseram que a mudança não foi discutida previamente. Os estudantes fizeram um abaixo-assinado, que reuniu mais de 1,7 mil assinaturas, pedindo a anulação do decreto. 
Eles defendem que o nome do pastor em uma faculdade pública desrespeita a multiplicidade de crenças e culturas dos que ali estudam. "Uma faculdade composta por alunos de diversas religiões e culturas não é de forma nenhuma representada pelo pastor Enéas Tognini", diz o documento. 
Os estudantes também ressaltam não reconhecer nenhuma contribuição do religioso. "(É) uma homenagem a um aliado do governo, que além de ter apoiado a ditadura militar, nada fez em prol da educação, da tecnologia, da comunidade do bairro Ipiranga e muito menos pela própria faculdade e alunos."
À época, o governo do Estado disse que o pastor desenvolveu "diversas atividades docentes, tendo sido professor e orientador educacional", além de ser um "importante líder cristão protestante". 

Também informou que a escolha de nomes para edifícios e equipamentos públicos é "legalmente uma prerrogativa do governador". E informou que outras nove Fatecs e escolas técnicas (Etecs) têm nomes de religiosos - no dia 5 de janeiro, foi aprovada a mudança do nome da Fatec do Jardim São Luiz, na zona sul, para homenagear d. Paulo Evaristo Arns. 

Ministro Bruno Araújo esclarece metas de 2017 do MCMV para representantes de movimentos sociais





O ministro das Cidades, Bruno Araújo, recebeu, nesta quarta-feira (22), na sede da Pasta em Brasília, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e representantes de movimentos sociais e entidades sindicais do campo e da cidade. Na pauta da audiência, foram esclarecidas as metas do programa Minha Casa Minha Vida para este ano. Os parlamentares Afonso Florence (PT-BA), Pedro Uczai (PT-SC), Wadih Damous (PT-SP) e Nilto Tatto (PT-RJ) também acompanharam a audiência.

"Em 2017, dentro de um conjunto conciliado ao limite orçamentário da União, o desafio é cumprir duas missões: entregar moradia a quem precisa e movimentar a economia por meio da construção civil", reforçou o ministro. Dentro das próximas semanas, 170 mil novas unidades habitacionais serão contratadas na Faixa 1 sendo: 100 mil no Fundo de Arrendamento Residencial, 35 mil rural e 35 mil na modalidade urbana.

Entre as demandas do movimento, está a ampliação de contratações no modelo entidades e o aumento na produção de residenciais.  “É um número recorde de contratações na modalidade “Entidades”. Dobramos o valor pra 35 mil, enquanto, em 2014, foram pouco mais de 18 mil contratações” ressaltou Araújo. As unidades habitacionais estão previstas para serem entregues no prazo de dois anos, seguindo o cronograma do fluxo das obras, bem como as medições realizadas pela Caixa Econômica Federal.

A ampliação da participação social nas etapas do programa e discussão de novos normativos também esteve entre as reivindicações do grupo. “Em cumprimento aos critérios de seleção estabelecidos pelo programa, todos terão acesso às unidades anunciadas, inclusive municípios com menos de 50 mil habitantes, que serão contemplados pelo FAR”, esclareceu o ministro.

Na oportunidade, o ministro Bruno Araújo anunciou ainda que vai publicar uma portaria que garante mais celeridade às contratações. O texto, que deve sair nas próximas semanas, estabelece, por exemplo, critérios de pontuação para seleção de projetos em todas as faixas do programa, transformando os residenciais em equipamentos sociais mais adequados.

“Ao longo do ano, se for preciso, faremos ajustes necessários em consonância com a equipe da Secretaria Nacional de Habitação e demais representantes do governo e da sociedade civil para aprimorar resultados e tornar o programa ainda mais eficiente", disse Bruno Araújo.

2 monotrilhos deverão ser concedidos à iniciativa privada até junho. OESP




Estado vai lançar já no mês que vem o edital para a concessão da Linha 17-Ouro em conjunto com a Linha 5-Lilás, de metrô convencional


Bruno Ribeiro ,
O Estado de S.Paulo
22 Fevereiro 2017 | 03h00

Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO
Dois monotrilhos da capital deverão ser concedidos à iniciativa privada até junho
Linha 15-Prata tem um trecho em operação e, pronta, terá demanda que chegará a 303 mil passageiros por dia
SÃO PAULO - Os dois monotrilhos em construção na capital serão concedidos à iniciativa privada até junho, segundo a Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos. O governo deve lançar já no mês que vem o edital para a concessão da Linha 17-Ouro, o monotrilho da zona sul, em conjunto com a Linha 5-Lilás, do metrô convencional, e ainda no primeiro semestre o edital para a Linha 15-Prata, na zona leste, que já tem um trecho em operação.
As linhas, com obras atrasadas há pelo menos três anos, serão concedidas em um modelo que prevê uma outorga – um pagamento em dinheiro do agente privado interessado. Em troca, a empresa vencedora terá direito a um valor em dinheiro por passageiro transportado. O projeto da Linha 17 já havia sido anunciado pelo governo. Na Linha 15, o Estado teve acesso, por meio da Lei de Acesso à Informação, aos estudos técnicos que darão base à mudança.

Dois monotrilhos de SP deverão ser concedidos à iniciativa privada até junho


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No estudo, a proposta de concessão é justificada como um mecanismo “para o enfrentamento do cenário de operação deficitária da malha metroferroviária do Estado, de forma que a delegação da operação e da manutenção da Linha 15 contribuirá não só para a redução desse déficit, mas também para a geração de receitas para o Estado”.
Modelo. A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) estima valores de outorga que chegam a até R$ 313 milhões para o parceiro privado operar a Linha 15 e uma remuneração de R$ 1,50 por passageiro transportado. A licitação deverá ser vencida por quem aumentar o valor dessa outorga. O vencedor terá de se responsabilizar pela operação das estações e pela manutenção dos trens do monotrilho, fabricados pela canadense Bombardier.
Quando a Linha 15 estiver pronta, os estudos apontam demanda de 303 mil passageiros por dia. A concessão deve ser por 30 anos. Considerando a possibilidade de o parceiro ter receitas acessórias (como aluguel de espaços nas estações e venda de espaços publicitários), os técnicos estimam taxa de retorno – a remuneração que o parceiro pode ter – em até 10% do valor investido pela empresa. 
O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, afirma que os valores por passageiros no estudo tiveram de ser pensados levando em consideração o fato de que a rede manterá, mesmo com as concessões, a gratuidade entre as integrações. “O passageiro que entrar na Linha 15 circulará por toda a rede. Com esse valor, o parceiro recebe apenas por seu trecho.” Ele ressalta, entretanto, que o valor definitivo será determinado após a audiência pública para a concessão da linha, que será no próximo mês de abril.
Pelissioni afirma que o Estado decidiu acelerar as concessões porque as obras voltaram a caminhar em um ritmo a contento. “Já temos os pilares construídos e vamos entregar as estações até março do ano que vem. Estamos contratando o paisagismo na parte de baixo das estações”, afirma. A ideia é que ambas as linhas – além da extensão da Linha 5 – já sejam operadas por parceiros privados assim que inaugurarem.
Administração. Com mais essas concessões, o secretário prepara um modelo de operação em que o Metrô estatal será responsável apenas por parte da malha, as Linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha. A Linha 4-Amarela já é operada por uma empresa privada, a ViaQuatro, escolhida por meio de uma parceria público-privada em que teve de comprar trens. 
As Linhas 5-Lilás e 17-Ouro serão operados por uma terceira empresa. Outro grupo ficará com a Linha 15. E há ainda o consórcio Move SP, encarregado da Linha 6-Laranja, para a zona norte. As obras desse ramal, porém, estão paradas há quase seis meses por falta de financiamento. 
Para Bruno Pereira, coordenador da organização PPP Brasil, o plano para a Linha 15 é “um modelo clássico de arranjo contratual de longo prazo” empregado no País, amplamente usado na concessão de rodovias e aeroportos. O mercado, de acordo com Pereira, “aguarda com bastante ânimo para obter mais informações sobre o projeto”.

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