quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Sistema de gestão de resíduos sólidos do CeMEAI é testado com sucesso em Matão, Fapesp

Agência FAPESP – Pesquisadores do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP, em parceria com a Reenvolta – cooperativa de trabalho de profissionais na área socioambiental –, desenvolveram um sistema para a gestão de resíduos sólidos testado com sucesso pela prefeitura de Matão, em São Paulo.
“Desenvolvemos um sistema com base matemática e estatística que permite captar e analisar, em tempo real, informações sobre volume, origem, destino, reciclagem, entre outras, subsidiando iniciativas do município”, explicou Francisco Louzada Neto, coordenador de transferência de tecnologia do CeMEAI e professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos, instituição-sede do CEPID.
O sistema foi desenvolvido em plataforma de software livre e pode ser customizado para demandas de municípios de diversos portes, instituições e indústrias, como a da construção civil, ele exemplifica. “Se a prefeitura adotou ações para aumentar a reciclagem, o sistema permite medir a efetividade dessa iniciativa”, disse Louzada.
Batizado com o nome de SISGERES, sigla de Sistema de Gestão de Resíduos Sólidos, o sistema foi testado por meio de parceria com prefeitura de Matão. “O convênio teve início em março de 2016 e, mesmo sendo recente, já nos permite observar que, em alguns meses, tivemos uma produção maior de resíduos e sabemos quais os tipos mais recorrentes. O objetivo é determinar os melhores momentos para a criação de campanhas de redução, reutilização e reciclagem”, afirmou Michela Adriane Alves, diretora da Divisão de Coleta de Lixo do Departamento de Meio Ambiente de Matão até o final de 2016, à Assessoria de Comunicação do CeMEAI. Com isso, ela acrescentou, é possível diminuir a quantidade de resíduos que vai para o aterro sanitário e, consequentemente, aumentar a vida útil do aterro.
O funcionamento do SISGERES é simples: a cada despejo de resíduo, o usuário registra no programa a data do descarte, a quantidade e o tipo de material descartado, assim como a origem e o destino dos resíduos. A partir desses dados, o sistema gera, em tempo real, relatórios dinâmicos, tabelas e gráficos que facilitam o entendimento do processo de descarte no período de tempo escolhido pelo usuário e permitem uma rápida tomada de decisão.
“O sistema pode ser utilizado por qualquer município. Os dados são armazenados em nuvem e a prefeitura precisa apenas ter uma conexão com a internet”, disse Louzada.
O sistema contribuirá para que os municípios se adaptem à Lei 12.305/10, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A gestão de resíduos “precisa da tecnologia da informática, da computação”, já que envolve uma enorme variedade e imensa quantidade de resíduos, além de um grande volume de informações qualitativas e quantitativas, afirmou Paulo Mancini, coordenador administrativo da Reenvolta.
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), em 2015 o Estado de São Paulo gerou mais de 62 mil toneladas por dia, numa média de 1,4 kg por habitante.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

03.02.17 | Casa pré-fabricada sustentável gera mais energia do que consome







Fonte: Ciclo Vivo - 03.02.2017

Brasil - O escritório australiano de arquitetura, ArchiBlox, desenvolveu uma casa pré-fabricada capaz de produz mais energia do que consome. Para chegar a este modelo, o projeto conta com soluções simples e sustentáveis, que tornam a residência altamente eficiente.

Com 75 metros quadrados, a residência é considerada pequena para os padrões australianos, mas a área é equivalente a boa parte dos apartamentos padrões comercializados no Brasil. Um dos segredos desta casa é o sistema usado para o isolamento térmico, que permite grande eficiência energética.

De acordo com Bill McCorkell, um dos arquitetos responsáveis pelo projeto, a residência não possui sistema de calefação. Para refrigerar a estrutura, são usados tubos subterrâneos que puxam o ar frio da terra e transferem a refrigeração para o interior da casa.

A energia é produzida a partir de placas fotovoltaicas. “Temos cinco quilowatts de energia solar no telhado”, explica McCorkell, em declaração ao jornal local The Sidney Morning Herald. Além disso, todos os detalhes foram pensados para maximizar o aproveitamento solar de diferentes formas. Por isso, os vidros são muito comuns, para aproveitar o aquecimento e luminosidade naturais. Os moradores também contam com um jardim comestível, instalado dentro da própria casa. Dessa forma, a casa consegue produzir mais energia do que o necessário para o seu abastecimento.

Para garantir a sustentabilidade do projeto, os arquitetos usaram materiais locais e com o menor impacto ambiental possível. Por ser pré-fabricada e pequena, a casa pode ser transportada através de um caminhão, pronta para ser instalada.

O investimento para ter uma casa deste tipo é de US$ 4 mil por metro quadrado. Com os 75 metros quadrados que a residência possui, ela custaria, em média, US$ 300 mil na Austrália, o equivalente a quase R$ 900 mil. Mas, a empresa também disponibiliza um modelo menos sustentável por US$ 2.400 cada metro quadrado.

Concessão da Malha Paulista pode inviabilizar ferrovia que ligará TO a SP, FSP


06/02/2017 - Folha de São Paulo
As regras de renovação da concessão da Malha Paulista de ferrovias podem inviabilizar a Ferrovia Norte-Sul, que já recebeu mais de R$ 10 bilhões do governo para ligar Tocantins e São Paulo.
A previsão é que ela seja concluída neste ano. Mas o novo contrato da Malha Paulista reserva menos de 10% de seu tráfego para trens vindos da Norte-Sul, reduzindo a sua capacidade de escoamento para o Porto de Santos, o principal do país.
Essa falta de espaço é um dos problemas apontados por especialistas que analisam documentos que dão base ao novo contrato da Malha Paulista, cuja concessão foi assumida pela Rumo, do grupo Cosan, há cerca de dois anos.
Se a renovação for feita, a Rumo teria 40 anos de concessão. O governo quer antecipar em 11 anos a renovação do contrato em troca de investimentos, multas e outorgas estimadas em R$ 4,7 bilhões, além de assegurar novas regras que garantam a outras empresas acesso à via.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres propõe garantir a passagem diária de dois trens de uma ferrovia à outra, o que daria à Norte-Sul um volume inicial de carga de quase 2 milhões de toneladas por ano, podendo chegar a 3,6 milhões –e que não atenderia às suas necessidades no longo prazo.
Para ter mais espaço, ela terá que negociar com a Rumo, que reservará cerca de 25 milhões de toneladas/ano de sua própria via para a Malha Norte (SP-MT), cuja operação também é dela.
Segundo a Valec, estatal que constrói a Norte-Sul, o trecho Goiás-São Paulo, que já está custando quase R$ 5 bilhões, foi projetado para até 26 milhões de toneladas/ano.
Ou seja, se a Norte-Sul não conseguir aumentar o seu escoamento pela Malha Paulista, terá dificuldade para escoar cerca de 22 milhões de toneladas/ano. Nessa nova negociação, porém, a Rumo só poderá cobrar da Norte-Sul uma tarifa teto específica.
A Alaf (Associação Latino Americana de Ferrovias) apoiou a renovação do contrato –ato que também teve apoio de clientes da Rumo– e pediu à ANTT, responsável pela concessão, mudanças em três pontos, entre eles a forma de acesso da Norte-Sul à Malha Paulista. O Ministério Público Federal também estuda se solicita mudanças.
A Alaf também critica a regra que permite que, somente após dois anos da renovação, seja dada solução para trechos abandonados pela Rumo. A ideia é que eles sejam refeitos imediatamente.
O problema pode ser ainda maior. As obras previstas para garantir a renovação do contrato preveem expansão para atender até 75 milhões de toneladas/ano. No entanto, em 2020, quando as obras nem estariam prontas, a demanda prevista já é de 76 milhões de toneladas/ano na Malha Paulista.

OUTRO LADO

A ANTT, responsável por determinar quanto tráfego da Norte-Sul seria absorvido pela Malha Paulista, informou que a demanda prevista no trecho GO-SP é menor que 26 milhões de toneladas/ano e que cresce gradativamente.
Informa ainda que só intervenções complexas de engenharia –cujas receitas previstas inviabilizariam a concessão– permitiriam que a Malha Paulista operasse mais de 75 milhões de ton/ano.
Guilherme Penin, diretor regulatório institucional da Rumo, afirma que haverá investimentos contra gargalos, previstos em contrato, quando o uso da Malha Paulista alcançar 90% da capacidade.
Para ele, a previsão de 76 milhões de toneladas/ano na via para 2020 é otimista, já que o Porto de Santos movimenta hoje 40 milhões de toneladas de cargas de ferrovia.
O novo contrato, diz Penin, prevê oito anos para que se chegue à nova capacidade.