terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

03.02.17 | Casa pré-fabricada sustentável gera mais energia do que consome







Fonte: Ciclo Vivo - 03.02.2017

Brasil - O escritório australiano de arquitetura, ArchiBlox, desenvolveu uma casa pré-fabricada capaz de produz mais energia do que consome. Para chegar a este modelo, o projeto conta com soluções simples e sustentáveis, que tornam a residência altamente eficiente.

Com 75 metros quadrados, a residência é considerada pequena para os padrões australianos, mas a área é equivalente a boa parte dos apartamentos padrões comercializados no Brasil. Um dos segredos desta casa é o sistema usado para o isolamento térmico, que permite grande eficiência energética.

De acordo com Bill McCorkell, um dos arquitetos responsáveis pelo projeto, a residência não possui sistema de calefação. Para refrigerar a estrutura, são usados tubos subterrâneos que puxam o ar frio da terra e transferem a refrigeração para o interior da casa.

A energia é produzida a partir de placas fotovoltaicas. “Temos cinco quilowatts de energia solar no telhado”, explica McCorkell, em declaração ao jornal local The Sidney Morning Herald. Além disso, todos os detalhes foram pensados para maximizar o aproveitamento solar de diferentes formas. Por isso, os vidros são muito comuns, para aproveitar o aquecimento e luminosidade naturais. Os moradores também contam com um jardim comestível, instalado dentro da própria casa. Dessa forma, a casa consegue produzir mais energia do que o necessário para o seu abastecimento.

Para garantir a sustentabilidade do projeto, os arquitetos usaram materiais locais e com o menor impacto ambiental possível. Por ser pré-fabricada e pequena, a casa pode ser transportada através de um caminhão, pronta para ser instalada.

O investimento para ter uma casa deste tipo é de US$ 4 mil por metro quadrado. Com os 75 metros quadrados que a residência possui, ela custaria, em média, US$ 300 mil na Austrália, o equivalente a quase R$ 900 mil. Mas, a empresa também disponibiliza um modelo menos sustentável por US$ 2.400 cada metro quadrado.

Concessão da Malha Paulista pode inviabilizar ferrovia que ligará TO a SP, FSP


06/02/2017 - Folha de São Paulo
As regras de renovação da concessão da Malha Paulista de ferrovias podem inviabilizar a Ferrovia Norte-Sul, que já recebeu mais de R$ 10 bilhões do governo para ligar Tocantins e São Paulo.
A previsão é que ela seja concluída neste ano. Mas o novo contrato da Malha Paulista reserva menos de 10% de seu tráfego para trens vindos da Norte-Sul, reduzindo a sua capacidade de escoamento para o Porto de Santos, o principal do país.
Essa falta de espaço é um dos problemas apontados por especialistas que analisam documentos que dão base ao novo contrato da Malha Paulista, cuja concessão foi assumida pela Rumo, do grupo Cosan, há cerca de dois anos.
Se a renovação for feita, a Rumo teria 40 anos de concessão. O governo quer antecipar em 11 anos a renovação do contrato em troca de investimentos, multas e outorgas estimadas em R$ 4,7 bilhões, além de assegurar novas regras que garantam a outras empresas acesso à via.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres propõe garantir a passagem diária de dois trens de uma ferrovia à outra, o que daria à Norte-Sul um volume inicial de carga de quase 2 milhões de toneladas por ano, podendo chegar a 3,6 milhões –e que não atenderia às suas necessidades no longo prazo.
Para ter mais espaço, ela terá que negociar com a Rumo, que reservará cerca de 25 milhões de toneladas/ano de sua própria via para a Malha Norte (SP-MT), cuja operação também é dela.
Segundo a Valec, estatal que constrói a Norte-Sul, o trecho Goiás-São Paulo, que já está custando quase R$ 5 bilhões, foi projetado para até 26 milhões de toneladas/ano.
Ou seja, se a Norte-Sul não conseguir aumentar o seu escoamento pela Malha Paulista, terá dificuldade para escoar cerca de 22 milhões de toneladas/ano. Nessa nova negociação, porém, a Rumo só poderá cobrar da Norte-Sul uma tarifa teto específica.
A Alaf (Associação Latino Americana de Ferrovias) apoiou a renovação do contrato –ato que também teve apoio de clientes da Rumo– e pediu à ANTT, responsável pela concessão, mudanças em três pontos, entre eles a forma de acesso da Norte-Sul à Malha Paulista. O Ministério Público Federal também estuda se solicita mudanças.
A Alaf também critica a regra que permite que, somente após dois anos da renovação, seja dada solução para trechos abandonados pela Rumo. A ideia é que eles sejam refeitos imediatamente.
O problema pode ser ainda maior. As obras previstas para garantir a renovação do contrato preveem expansão para atender até 75 milhões de toneladas/ano. No entanto, em 2020, quando as obras nem estariam prontas, a demanda prevista já é de 76 milhões de toneladas/ano na Malha Paulista.

OUTRO LADO

A ANTT, responsável por determinar quanto tráfego da Norte-Sul seria absorvido pela Malha Paulista, informou que a demanda prevista no trecho GO-SP é menor que 26 milhões de toneladas/ano e que cresce gradativamente.
Informa ainda que só intervenções complexas de engenharia –cujas receitas previstas inviabilizariam a concessão– permitiriam que a Malha Paulista operasse mais de 75 milhões de ton/ano.
Guilherme Penin, diretor regulatório institucional da Rumo, afirma que haverá investimentos contra gargalos, previstos em contrato, quando o uso da Malha Paulista alcançar 90% da capacidade.
Para ele, a previsão de 76 milhões de toneladas/ano na via para 2020 é otimista, já que o Porto de Santos movimenta hoje 40 milhões de toneladas de cargas de ferrovia.
O novo contrato, diz Penin, prevê oito anos para que se chegue à nova capacidade.

MPF pede suspensão de acordo com executivos do grupo J&F e bloqueio de até R$ 3,8 bi em bens, OESP


06/02/2017 - Estadão
BRASÍLIA - O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta segunda-feira que a Justiça reconheça que o presidente da Eldorado Celulose, Joesley Batista, e o diretor da empresa, José Carlos Grubisich Filho, ambos da holding J&F, descumpriram acordo firmado no âmbito da Operação Greenfield e reaplique sanções aos empresários.
Em petição enviada à 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília,  o procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes solicita o bloqueio de bens e ativos dos envolvidos até o limite de R$ 3,8 bilhões, como forma de garantir o eventual ressarcimento de prejuízos causados aos fundos de pensão Petros (Petrobrás) e Funcef (Caixa) - que têm participações minoritárias na Eldorado - ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e à Caixa.  O investigador requer também que os dois sejam proibidos de ocupar cargos ou funções de direção em empresas do grupo J&F, de sair das cidades em que residem e de manter qualquer tipo de comunicação entre si e com outros investigados.
Se os pedidos forem aceitos pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara, toda a diretoria da Eldorado terá de ser afastada até o fim das investigações, que não têm data para acabar. O objetivo é que seja formada uma diretoria provisória, indicada por conselheiros que atualmente representam Funcef e Petros, no Conselho de Administração da empresa.
O acordo com a Greenfield, que apura fraudes em negócios com os fundos, foi firmado em setembro do ano passado, como forma de desbloquear ativos e permitir que a família Batista continuasse no comando da J&F. Cordeiro Lopes, responsável pela Greenfield, sustenta que os dois empresários violaram deveres de boa fé ao, supostamente, tentar ludibriar investigadores. Na petição enviada à Justiça, ele diz que houve prática de atos ilícitos por parte de Joesley e José Carlos para esconder irregularidades cometidas à frente da Eldorado.
Após a deflagração da Operação Sépsis - que tramita em conjunto a Greenfield e a Cui Bono? -, a Eldorado decidiu contratar duas empresas de auditoria independente (Ernst Young e Verano Advogados), com o suposto objetivo  de adotar as medidas cabíveis” em relação aos esquemas investigados.
O MPF sustenta que, em vez de apurar as irregularidades, as firmas agiram na tentativa de legitimar as práticas ilegais encontradas, como o pagamento de R$ 37,4 milhões da Eldorado para as empresas Viscaya e Araguaia, de propriedade do corretor Lúcio Bolonha Funaro, apontado como operador de esquema de corrupção na Caixa e em outras entidades públicas. Funaro está preso em Brasília a responde a outras investigações.
Segundo o MPF, a explicação da auditoria contratada para os pagamentos passa por uma  triangulação envolvendo o Grupo J&F, que teria contratos com as duas empresas de Lúcio Funaro e um crédito junto à Eldorado. No entanto, alega o procurador, a frágil justificativa esconde atos de lavagem de dinheiro.
“A equipe de auditoria contratada pela Eldorado buscou, de todas as formas, trazer uma aparência de transparência e legalidade para as referidas operações financeiras, aduzindo ser impossível inferir uma correlação entre pagamentos realizados pela Eldorado às empresas de Lúcio Funaro e a concessão do financiamento ou quaisquer vantagens (de entidades públicas) em favor da companhia”, afirma um dos trechos do documento.
O procurador destaca que o ex-vice presidente da Caixa Fábio Cleto, que firmou acordo de delação premiada, narrou ter recebido propina para beneficiar a Eldorado numa operação de R$ 940 milhões com o banco. O esquema, segundo ele, teve a participação de Funaro.
O MPF destaca no documento que  o comitê supervisor da apuração independente contava com agentes da própria Eldorado, em situação de conflito de interesse. Entre eles, estavam o próprio José Carlos Grubisich, que é um dos investigados nas operações, e subordinados de Joesley Batista.
A petição diz ainda ainda que a auditoria confirmou a existência de doações eleitorais por parte da Eldorado a políticos em 2014, inclusive para o diretório estadual do PTB na Bahia, partido aliado do ex-ministro e ex-vice presidente da Caixa Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), alvo da Cui Bono? Estamos diante de uma situação grave, tendo em vista que, em última análise, estamos falando em dinheiro público financiando campanhas partidárias no Brasil, argumenta o procurador, lembrando que Petros e Funcef têm cotas na Eldorado.
Outra manobra supostamente de má fé atribuída a Joesley e a José Carlos ocorreu em 23 novembro do ano passado, após a deflagração da Operação Greenfield. Naquele dia, a Eldorado firmou um contrato de R$ 190 milhões com a Eucalipto Brasil, vinculada a dois investigados na operação: Mário Celso Lopes e Mário Celso Lincoln Lopes.
O MPF constatou que Mário Celso Lopes – o beneficiado pelo contrato – foi, junto ao Joesley Batista, um dos fundadores da Eldorado e travou uma disputa judicial com o grupo J&F.
Menos de um mês após a assinatura do contrato, houve a retirada de uma cláusula, o que beneficiou Mário Celso, em detrimento da Eldorado e dos sócios minoritários: Funcef e Petros, alega o MPF, que levanta a suspeita de uma ação coordenada por Joesley e José Carlos para comprar o silêncio de Mário sobre as irregularidades praticadas no momento de criação da Eldorado.
Na mesma manifestação, o MPF deu parecer favorável a um pedido da defesa de Wesley Batista para que sejam revogadas as medidas impostas a ele. Wesley alegou que, à época dos fatos investigados, morava nos Estados Unidos e atuava em outros seguimentos do grupo empresarial J&F. Decisão a respeito também caberá ao juiz da 10ª Vara.
Procurada pelo Estado, a J&F não se pronunciou até a conclusão desta edição. O Estado não localizou representantes da Ernst Young e da Veirano Advogados.