domingo, 26 de maio de 2013

Já para o armário - GUILHERME FIUZA


domingo, maio 26, 2013


REVISTA ÉPOCA
A causa gay, como todo mundo sabe, virou um grande mercado comercial e eleitoral. Hoje, qualquer político, empresário ou vendedor de qualquer coisa tem orgulho gay desde criancinha. Se você quer parecer legal perante seu grupo ou seu público, defenda o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Você ganhará imediatamente a aura do libertário, do justiceiro moderno. Você é do bem. Em nome dessa bondade de resultados, o Brasil acaba de assistir a um dos atos mais autoritários dos últimos tempos. Se é que o Brasil notou o fato, em meio aos confetes e serpentinas do proselitismo pansexual.
Conselho Nacional de Justiça decidiu obrigar os cartórios brasileiros a celebrar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Tudo ótimo, viva a liberdade de escolha, que cada um case com quem quiser e se separe de quem não quiser mais. Só que a bondade do CNJ é ilegal. Trata-se de um órgão administrativo, sem poder de legislar e o casamento, como qualquer direito civil, é uma instituição fundada em lei. O CNJ não tem direito de criar leis, mas tem Joaquim Barbosa.

Joaquim Barbosa presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça é o super-herói social. Homem do povo, representante de minoria, que chegou ao topo do Estado para "dizer as verdades que as pessoas comuns querem dizer". O Brasil é assim, uma mistura de novela com jogo de futebol. Se o sujeito está no papel do mocinho, ou vestindo a camisa do time certo, ele pode tudo. No grito.


Justiceiro, Joaquim liberou o casamento gay na marra e correu para o abraço. Viva o herói progressista! Se a decisão de proveta for mantida, o jeito será rezar para que o CNJ seja sempre bonzinho e não acorde um dia mal-humorado, com vontade de inventar uma lei que proíba jornalistas de criticar suas decisões. Se o que o povo quer" pode ser feito no grito, o que o povo não quiser também pode. O Brasil já cansou de apanhar do autoritarismo, mas não aprende.

E lá vai Joaquim, o redentor, fazendo justiça com as próprias cordas vocais. Numa palestra para estudantes de Direito, declarou que os partidos políticos brasileiros são "de mentirinha". Uma declaração absolutamente irresponsável para a autoridade máxima do Poder Judiciário, que a platéia progressista aplaude ruidosamente.
Se os partidos não cumprem programas e ideias claras, raciocinam os bonzinhos, pedrada neles. Por que então não dizer também que o Brasil tem uma Justiça "de mentirinha"? Juízes despreparados, omissos e corruptos é que não faltam. Quantos políticos criminosos militam tranquilamente nos partidos "de mentirinha", porque a justiça não fez seu papel? A democracia representativa é baseada em partidos políticos. Com todas as suas perversões e são muitas -, eles garantem seu funcionamento. E também legitimam a ação de gente séria que cumpre programas e ideias, pois, se fosse tudo de mentira, um chavista mais esperto já teria mandado embrulhar o pacote todo para presente, com Joaquim e tudo.

A resolução do CNJ sobre o casamento entre homossexuais é uma aberração, um atropelo as instituições pelo arrastão politicamente correto. A defesa da causa gay está ultrapassando a importante conquista de direitos civis para virar circo, explorado pelos espertos. Um jogador de basquete americano anuncia que é homossexual, e isso se torna um espetáculo mundial, um frisson planetário. Como assim? A esta altura? A relação estável entre parceiros do mesmo sexo já não é aceita na maior parte do Ocidente? Por que, então, a decisão do jogador é uma bomba? Simples: a panfletagem pró-gay virou um tiro certo.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, dá declaração solene até sobre a opção sexual dos escoteiros. Talvez, um dia, os gays percebam que foram usados demagogicamente, por um presidente com sustentação política precária, que quer se safar como herói canastrão das minorias.

Ser gay não é orgulho nem vergonha, não é ideologia nem espetáculo, não é chique nem brega. Não é revanche.
Não é moderno. Não é moda. É apenas humano.

A luta contra o preconceito precisa ser urgentemente tirada das mãos dos mercadores da bondade. Eles semeiam, sorridentes, a intolerância e o autoritarismo. Já para o armário!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

TV Cultura lança série sobre o setor elétrico


Em formato de roadmovie, cada episódio é parte do itinerário  de uma longa viagem voltada a explicar a equação: energia + meio ambiente + sociedade

Estreia na  TV Cultura no próximo domingo, 26 de maio, às 17 horas, a série Na Trilha da Energia, com cinco programas de 26 minutos que abordam as várias faces do setor elétrico brasileiro, da geração de energia a tomadas e interruptores de luz das casas dos consumidores.

Realizado pelo Instituto Acende Brasil e produzido pela Canal Azul,  Na Trilha da Energia  chama atenção para a importância do setor elétrico brasileiro e as questões que envolvem o meio ambiente e a sociedade.

Para realizar a série, equipes da produtora Canal Azul viajaram de norte a sul do país, registrando de perto o funcionamento de usinas de variadas fontes, os caminhos pelas linhas de transmissãopara a distribuição de energia e a importância do uso racional desse serviço essencial para todo brasileiro.

A trilha
O ator Luciano Gatti é o protagonista de toda a série. Aventureiro, comunicativo e disposto a aprender, ele interage com as pessoas envolvidas, direta ou indiretamente, em todos os processos que envolvem 
a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

Durante sua jornada, descobre lugares, registra avanços para a geração de energia, como uma usina a partir das ondas do mar; curiosidades como o maior linhão de transmissão do mundo em construção no Brasil; e histórias de cidades como Itá, em Santa Catarina, que se transformou em polo turístico com a chegada de uma usina hidrelétrica.

A trilha percorrida, de 15 mil quilômetros, passando por oito estados brasileiros, vai da primeira usina hidrelétrica construída no país às casas inteligentes que devem tornar-se realidade ainda neste século.

Ao longo do caminho, o telespectador tem oportunidade de entender a complexa cadeia que garante a chegada da eletricidade em cada casa, indústria, comércio, hospital, rua.

A série abre espaço, ainda, para uma imersão nas várias formas de se produzir energia e responde questões curiosas, como o formato das torres de transmissão que compõem o cenário das nossas estradas.

Luz para sempre?
De onde vem a energia? Por que apagões acontecem? O que são fontes complementares de energia? O que vamos fazer com o gás do pré-sal?

Durante os cinco programas da série, estas são algumas das questões que serão respondidas por especialistas, representantes de entidades governamentais do setor elétrico, ambientalistas, biólogos e engenheiros.

A série deu voz também à população para esclarecer dúvidas que vão das maneiras alternativas que existem para gerar energia ao seu uso eficiente.

De olho no futuro, Na Trilha da Energia mostra como acontece o planejamento do setor elétrico e o que se pode esperar futuro da eletricidade no Brasil, que ocupa o sétimo lugar no consumo de energia do mundo.

Neste raio-X sobre os caminhos da eletricidade, o telespectador vai conhecer grandes usinas em construção no  Brasil, como as de Jirau e Santo Antônio, e terá contato com projetos ambientais e comunitários que buscam equilibrar a equação "energia + meio ambiente + sociedade".

Na Trilha da Energia tem assinatura de roteiro e direção de Malu Tavares e Larissa Prado e foi realizada com recursos da Lei de Audiovisual.

No site http://www.natrilhadaenergia.com.br/ assista aos trailers, veja as fotos e saiba mais informações sobre a série.

Série: Na Trilha da Energia
Estreia: domingo, 26 de maio
TV Cultura, 17 horas

'Fui demitido da secretaria de SP por questão política', diz Afif


Segundo ministro e vice-governador, projeto que criou para desburocratizar a abertura de empresas no Estado foi 'abandonado' pelo governo Alckmin

24 de maio de 2013 | 2h 06

Eduardo Bresciani - O Estado de S.Paulo
Brasília - O ministro da Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa e vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, afirma que o processo de redução da burocracia na abertura de empresas não decolou no Estado por falta de respaldo do governo comandado por Geraldo Alckmin (PSDB). Ele alega ter sido responsável pela concepção do programa, mas destacou que foi demitido por Alckmin da Secretaria de Desenvolvimento enquanto trabalhava na implementação do sistema.
Segundo Afif, governo de SP não deu prioridade a seu projeto - Ed Ferreira/AE
Ed Ferreira/AE
Segundo Afif, governo de SP não deu prioridade a seu projeto

Afif diz, em entrevista ao Estado, que confia no modelo montado para simplificar os processos burocráticos e no ministério vai trabalhar para levar a ideia a todo o País, tendo como um dos pontos de partida a construção de um convênio para a implantação na capital paulista - administrada por Fernando Haddad (PT). O Estadomostrou ontem que o plano idealizado por Afiftem baixa execução no Estado de São Paulo, atingindo menos de 4% dos municípios e 10% da população.
Porque o programa de redução de burocracia não decolou? Nós fizemos primeiro cinco municípios como piloto, depois estendemos para 25 municípios. O Via Rápida, que o governador Alckmin lançou na quarta-feira passada é uma continuação do SIL (Sistema Integrado de Licenciamento). A parte da inspiração já foi feita. O que faltou foi a transpiração, trabalhar no projeto. O projeto não está fracassado porque nem sequer foi implantado. A estrutura está pronta.
Houve falha na implantação? O projeto foi abandonado, ficou parado, não teve a prioridade que eu estava dando. Comecei isso na secretaria de Trabalho com o governador José Serra (PSDB), em 2007. Fui para a Secretaria de Desenvolvimento e levei o projeto. Fui demitido. A equipe ficou de braço cruzado. Ou seja, não teve apoio. O SIL está lá, o que precisa é acelerar. Eu fui desviado para outra área, fui para área de Parcerias Público-Privada (PPPs). Fui desviado por uma questão política, única e exclusivamente por termos criado um partido novo (o PSD) por ter havido uma dissidência no nosso partido de origem (o DEM). Mesmo sendo demitido, sempre tive postura colaborativa.
O senhor diz que faltou prioridade, mas ainda faz parte do governo de São Paulo, como vice-governador... Vice não tem voz ativa e minha voz, como secretário, foi desativada. Faltou respaldo do governo. Não foi colocado como prioridade máxima. Aqui no ministério, nós teremos condição de dar todo apoio para levar aos 645 municípios do Estado de São Paulo e a todos do Brasil. A presidente Dilma está nos dando todas as condições de desempenhar essa tarefa.
Houve retaliação do governador Geraldo Alckmin ao projeto? Não acredito que retaliaram por uma questão política. Foi falta de sintonia com o tema. Em todas as áreas você tem que ter um líder. Nenhum projeto funciona sem liderança constante e permanente.
Em São José dos Campos, a implantação do SIL não resolveu. Por quê? Houve um problema do sistema da prefeitura. É preciso adaptar a prefeitura a essa questão. O sistema de São Caetano do Sul, por exemplo, foi muito bem sucedido.
Está convencido que o programa terá sucesso? Nunca me preocupei com críticas na entrada, sempre acompanhei o que é dito na saída, para saber o que deixei de fazer. Vice não tem comando. Se o projeto fosse ruim, governador não teria lançado na quarta-feira passada. O que faltou foi prioridade.