O coach Pablo Marçal (PRTB) afirmou que foi à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (5) "colocar pressão" sobre o Conselho de Ética, que analisou a suspeita de rachadinha envolvendo o deputado André Janones (Avante-MG).
O objetivo principal do político, porém, foi gravar imagens e rivalizar com Guilherme Boulos (PSOL-SP), autor do parecer favorável a Janones.
Boulos e Marçal são pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo.
"Esculhambaram com o Bolsonaro por causa de suposta rachadinha e [aqui] tem rachadinha comprovada. E Guilherme Boulos deu parecer para não cassar, com todas as provas. Ou seja, Guilherme quer ser prefeito de São Paulo passando pano em rachadinha comprovada?", disse Marçal.
O Conselho arquivou o caso por 12 votos a 5.
Marçal não é deputado federal, mas recebeu autorização do presidente do Conselho de Ética, Leur Lomanto (União-BA), para entrar na sala e se sentar em espaço reservado a parlamentares.
De acordo com o último Datafolha, Boulos tem 24% das intenções de voto e Marçal, 9%.
Marçal e Boulos chegaram a bater boca durante a sessão após o deputado do PSOL afirmar que a tropa bolsonarista levou para a sessão até um "coach picareta" e que era para ele não vender sua candidatura ao prefeito Ricardo Nunes (MDB) —com até 9% nas pesquisas de intenção de votos, a candidatura de Marçal é vista como um obstáculo ao prefeito paulistano por dividir o eleitorado de direita.
Marçal é formado em direito e se apresenta nas redes sociais como investidor, empresário e escritor —só no Instagram ele tem mais de 10 milhões de seguidores. Conhecido por ser palestrante motivacional e coach, não é a primeira vez que ele tenta entrar na política.
Em maio de 2022, ele se lançou pré-candidato à Presidência da República pelo Pros, bancado pela antiga direção do partido, mas seu pleito não foi adiante após troca do comando na legenda.
Ele acabou se lançando deputado federal e sendo eleito, com 243 mil votos, mas o TSE indeferiu sua candidatura por considerar que os atos praticados pela então direção do Pros eram inválidos.
Com a decisão, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), que foi considerado eleito e depois perdeu a cadeira para Marçal por causa da retotalização dos votos, foi reeleito. Hoje ele é ministro no governo Lula.
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