A praça Princesa Isabel, que virou o novo endereço da cracolândia nos últimos dias, está localizada na confluência de grandes avenidas no centro de São Paulo, Duque de Caxias e Rio Branco, e é considerada um marco histórico da cidade.
Desde 1960, a praça abriga um monumento que homenageia Luís Alves de Lima e Silva (1803-1880), o Duque de Caxias, patrono do Exército brasileiro.
Assinada pelo escultor italiano Victor Brecheret (1894- 1955), a obra tem quase 40 metros de altura —a estátua em si, do militar a cavalo empunhando uma espada, responde por 16 deles.
O projeto original previa a instalação da estátua no largo do Paissandu, também no centro da capital paulista, mas, devido às grandes dimensões da obra, foi transferida para a praça Princesa Isabel.
Em agosto de 1991, a estátua foi danificada por um atentado a bomba executado por um soldado insatisfeito com o salário dos militares. O ataque mobilizou na cidade uma série de pedidos pela restauração do monumento.
Pela proximidade com a cracolândia, a praça se tornou um ponto de tráfico de drogas em maio de 2017, quando uma operação policial desmantelou a "feira" de drogas que ocorria na região.
Naquele episódio, a ocupação da praça também funcionou como uma espécie de protesto contra a proibição imposta pela Polícia Militar de montar barracas na cracolândia —é sob lonas e pedaços de papelão que as drogas são vendidas e consumidas.
Na época, o então prefeito João Doria (PSDB) chegou a anunciar o fim da cracolândia, mas os usuários e traficantes voltaram para o entorno da praça Júlio Prestes alguns dias depois.
A praça ficou bastante deteriorada e, após a retirada das barracas, foi anunciado um projeto de revitalização com patrocínio de R$ 1 milhão da empresa Porto Seguro, dona de uma série de imóveis na região.
Após a reforma, a praça voltou a ser frequentada pelos moradores do entorno e a quadra esportiva se tornou a atração mais disputada.
Em 2019, cerca de seis meses após o fim da parceria com a iniciativa privada, porém, a praça voltou a ser ocupada por sem-teto e passou por novo processo de deterioração.
Desde então, a situação se agravou. Durante a pandemia, o número de barracas montadas na praça por sem-teto aumentou, e o local se tornou o novo epicentro da miséria em São Paulo.
Recentemente, a prefeitura anunciou novo projeto de revitalização da praça, mas ainda não informou o destino dos sem-teto que vivem lá.
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