Filha do ex-governador Mario Covas e mãe do ex-prefeito Bruno Covas, Renata Covas criticou a decisão de Geraldo Alckmin de migrar para o PSB para ser vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Alckmin foi vice de Covas e sempre se apresentou politicamente como herdeiro do ex-governador, morto em 2001.
A declaração de Renata foi feita em comentário a um longo texto publicado numa rede social no domingo (20) por José Henrique Reis Lobo, expoente da ala histórica do tucanato paulista.
No post, Lobo, ex-secretário estadual e ex-presidente do diretório paulistano do PSDB, chama Alckmin de "caricatura de si mesmo" e disse que sua mudança para o PSB não se dá por convicção, mas por oportunismo.
"Análise perfeita. Continuo na mesma crença: decisão com base no rancor (ao Doria) e na vaidade (voltou à ribalta) não pode gerar bom resultado!", escreveu a filha de Covas.
O texto de Lobo teve quase cem comentários, a maioria apoiando suas críticas a Alckmin.
"Sob o pretexto de que ‘a hora é de conciliação nacional’, quando, na verdade, conciliação com bandidos é crime de lesa-pátria, [Alckmin] escolheu juntar-se a celerados", escreveu Lobo.
Ele é ligado ao senador José Serra, de quem foi secretário no governo estadual. Também coordenou sua campanha presidencial em 2010, entre outros cargos que exerceu no partido.
No texto, Lobo diz que Alckmin sempre esteve "acostumado a ser ungido candidato toda vez que disputou um cargo eletivo". E acusa o ex-governador de ter um duplo padrão com relação a prévias dentro do partido.
"Quando não era candidato, [Alckmin] argumentava que as prévias propiciariam a renovação do partido. Quando era, recusava as prévias com o argumento de que não era hora de se fazer experiência", afirma.
O ex-secretário declara ainda que o ex-governador mudou de campo político por um projeto pessoal que acalenta, de um dia ainda ser presidente do Brasil.
"Por trás disso tudo, o que tem mesmo é o projeto político pessoal de Geraldo Alckmin, que está enxergando a possibilidade de vir a ser candidato a presidente da República na sucessão de Lula, se este ganhar a próxima eleição", diz.
Ele finalizou o texto com um desabafo pessoal. "Não foram poucas, nem pequenas as lutas que travei por ele [Alckmin], desde a sua escolha para vice de [Mario] Covas até as muitas eleições que disputou. Daí meu desaponto", afirma.
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