Amélia Alves e Heloísa Scognamiglio, O Estado de S.Paulo
26 de outubro de 2021 | 10h59
Atualizado 26 de outubro de 2021 | 13h11
A Eve Air Mobility, empresa da Embraer, inicia no dia 8 de novembro o simulado de Mobilidade Aérea Urbana (UAM), conectando a Barra da Tijuca com o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Rio Galeão. A experiência, que se dará ao longo de um mês, com seis voos diários, será realizada com helicópteros convencionais, mas terá um custo mais baixo do que esses serviços costumam cobrar. O valor por trecho varia de R$ 99,90 a R$ 599,99, dependendo do dia e horário do voo.
A simulação considera valores próximos ao que se espera no futuro para uma operação com uma aeronave elétrica de pouso e decolagem vertical (eVTOL), o "carro voador", que ainda está em desenvolvimento pela Eve.
A comercialização das passagens teve início nesta terça-feira, 26, e será realizada pela Flapper, plataforma independente para voos sob demanda, conforme comunicado da Embraer ao mercado. Para comprar o serviço é preciso acessar este site ou fazer download do aplicativo da Flapper.
Segundo Paul Malicki, CEO da Flapper, uma viagem de helicóptero normalmente tem valores muito mais altos, porque, no fretamento, é comum o helicóptero voltar vazio. Tipicamente também é cobrada uma hora cheia de voo. "Os valores variam para essa categoria de aeronave de R$ 3.050 até R$ 8.300 por trajeto completo", diz.
"No projeto da Eve pretendemos contar com passageiros na ida e na volta. Além disso, o projeto tem como objetivo testar a sensibilidade do preço, com inúmeros valores disponíveis, sujeitos à demanda. Podemos dizer que tal conceito é semelhante ao preço dinâmico da Uber. Embora o preço médio seja superior a R$ 99, estamos dispostos a ajustá-lo de acordo com a demanda", acrescenta Malicki.
A operação da aeronave na rota será feita pela Helisul Aviação, um dos maiores operadores de helicóptero da América Latina. A Universal Aviation conduzirá o operacional de solo. A concessionária Rio Galeão e o Centro Empresarial Mario Henrique Simonsen completam a parceria como os pontos de origem e destino e estudos associados à experiência.
"A abordagem de desenvolvimento da Eve centrada no ser humano busca esse tipo de validação prática de conceitos e hipóteses que nos ajudarão a entender e endereçar os principais desafios associados à oferta do serviço", disse André Stein, CEO da Eve. "A simulação no Rio de Janeiro, uma das cidades com mais congestionamento no Brasil e no mundo, nos ajudará a levantaras reais necessidades dos usuários, parceiros e comunidade que irão se beneficiar das nossas soluções de mobilidade."
Custo-benefício
A indústria de UAM pretende democratizar o acesso do público ao novo modal de transporte aéreo, com preços mais acessíveis. A aeronave da Eve, prevista para chegar ao mercado em 2026, será elétrica, com baixo ruído e zero emissões de carbono.
O simulado é parte de um conceito de operação iniciado em agosto deste ano, para integrar a mobilidade aérea urbana ao espaço aéreo brasileiro, tendo início pela cidade do Rio. Colaboram com a iniciativa inovadora mais de 50 especialistas de 12 instituições. A simulação, que será acompanhada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), tem apoio da Skyports, EDP, Beacon e Atech.
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