domingo, 3 de outubro de 2021

Embraer fecha a maior encomenda do ‘carro voador’ para o Brasil, R7

 


Embraer deve entregar até 100 unidades para a Avantto

Embraer deve entregar até 100 unidades para a Avantto

DIVULGAÇÃO EMBRAER

A Embraer recebeu sua maior encomenda de eVTOLs (sigla em inglês para veículo elétrico de pouso e decolagem vertical, como é chamado oficialmente o “carro voador”) para o mercado brasileiro.

A fabricante de aviões deve entregar, a partir de 2026, até 100 unidades para a empresa de compartilhamento de aeronaves Avantto.

Antes desse acordo, a Embraer havia anunciado que a Helisul (de táxi aéreo) fez um pedido inicial de 50 veículos e que a Flapper (plataforma de aviação executiva) fechou contrato para operar até 25 unidades.

O valor dos negócios não foi divulgado.

Ainda longe de ter a tecnologia completamente desenvolvida e certificada pelas autoridades reguladoras, a Embraer - por meio de sua subsidiária Eve - já recebeu pedidos para entregar 735 eVTOLs em todo o mundo, além de ter criado seis parcerias para desenvolver a infraestrutura que será necessária para os “carros voadores” operarem.

Segundo o diretor executivo da Avantto, Rogerio Andrade, os eVTOLs encomendados deverão atender a toda a América Latina, mas é esperada uma demanda maior no Rio de Janeiro e, principalmente em São Paulo.

A própria Embraer estima, de modo “conservador”, que o mercado paulistano terá 500 aeronaves do modelo até 2035.

Apesar de hoje atuar na venda e na operação de aeronaves compartilhadas, a Avantto pretende trabalhar com o eVTOL como táxi aéreo. Ainda de acordo com Andrade, o preço das viagens deve diminuir conforme a empresa ganhar escala até chegar ao patamar próximo de uma corrida realizada por um Uber Black (serviço premium da Uber).

Para alcançar esse nível de preço, no entanto, será preciso que o eVTOL seja autônomo, ou seja, voe sem piloto, o que deve ocorrer em uma fase mais adiante.

O presidente da Eve, Andre Stein, afirma que preços mais acessíveis ao consumidor serão possíveis porque o custo de operação do “carro voador” deverá equivaler a 10% do de um helicóptero. “O eVTOL é um veículo que reduz gasto com combustível e manutenção, além de ser autônomo no longo prazo.”

A Avantto também deve participar do desenvolvimento da infraestrutura que receberá os pousos e decolagens dos “carros voadores”. Um dos investidores da companhia é a Rio Bravo, gestora de recursos que também tem investimentos no setor imobiliário e que poderá ajudar na definição de prédios que servirão como terminais de embarque de passageiros.

A encomenda da Avantto coloca a Eve entra as empresas de eVTOLs com mais pedidos até agora. A companhia brasileira perde apenas para a inglesa Vertical, que já anunciou ter recebido pedidos para entregar 1.350 aeronaves.

No total, os contratos da Vertical somam US$ 5,4 bilhões e foram fechados com empresas como American Airlines e Virgin Atlantic. A Vertical tem mais vantagem: promete entregar suas primeiras unidades em 2024.

A Embraer sempre foi cética em relação a prazos mais apertados por considerar que o processo de certificação não será rápido. Segundo o executivo, a companhia está adiantada em suas pesquisas quando se considera o prazo estabelecido para a entrega de suas primeiras unidades, 2026.

“Estamos avançados no desenvolvimento do software que vai na aeronave e voando em modelos de várias escalas. A expectativa é voar neste ano ainda um modelo 1:1.” Essa aeronave de teste deverá ser pilotada remotamente, explica Stein.

Tecnologia. O “carro voador”, aeronave que vem sendo desenvolvida por dezenas de empresas em todo o mundo, não se assemelha ao usado pelos personagens do desenho Jetsons. O veículo está mais para um helicóptero, e seu uso será compartilhado - você não terá um eVTOL próprio. Mesmo assim, a tecnologia não deixa de ser revolucionária.

Uma das principais diferenças entre o eVTOL e helicópteros ou aviões é que ele será elétrico. Sem usar combustível de aviação, o impacto ambiental e o custo para operá-lo são reduzidos.

As aeronaves também estão sendo criadas para ser menos complexas que os helicópteros e, elétricas, demandarão menos manutenção, o que as torna mais baratas.

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