sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Conheça o molnupiravir, remédio anticovid da Merck que pode reduzir mortes e internações, OESP

 A partir dos resultados de testes clínicos, a farmacêutica Merck informou nesta sexta-feira, 1, que o medicamento molnupiravir pode reduzir em cerca de 50% o risco de hospitalizações e mortes pela covid-19. A empresa já solicitou o uso emergencial do medicamento nos Estados Unidos e fará o mesmo com outras agências reguladoras no mundo. Por outro lado, ainda não houve publicações científicas e revisões dos resultados por pares qualificados. No Brasil, o laboratório é representado pela MSD (Merck, Sharp & Dome)

Abaixo, veja perguntas e respostas sobre esta nova estratégia contra a infecção. 

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Farmacêutica Merck está testando medicamento contra o coronavírus Foto: Merck & Co. via AP

O que é o medicamento molnupiravir?

É um remédio antiviral que está sendo testado pela farmacêutica Merck, em parceria com a empresa Ridgeback Biotherapeutics, como uma das alternativas para tratar a infecção pelo coronavírus. 

De que maneira ele vai ser usado para tratar a covid?

O objetivo é realizar o tratamento via oral, por meio de pílulas, no início da infecção. "Caso seja autorizado o uso, o molnupiravir poderia ser o primeiro medicamento antiviral de uso oral contra a covid-19", afirmou a Merck, por meio de comunicado. No corpo, a substância age de maneira a inibir a replicação do vírus no organismo. 

Quais os resultados dos testes?

Foram 775 participantes que tinham sintomas de covid-19, por meio de confirmação em laboratório. Eles não foram vacinados. A empresa informou que 7,3% dos pacientes que fizeram uso do medicamento foram hospitalizados nos 29 dias seguintes. Neste período, 14,1% que receberam placebo foram hospitalizados ou vieram a óbito. Oito pessoas que receberam comprimidos sem qualquer fórmula faleceram. Por outro lado, não houve registro de mortes entre os pacientes que receberam a substância testada. 

O medicamento é eficaz contra variantes? 

As primeiras informações indicam que sim. Isto porque o molnupiravir não tem como objetivo atingir a proteína spike do vírus, ou seja, o que define as diferenças entre variantes, se mostrando eficaz, ainda que ocorra uma evolução do vírus, como o sucessivo aparecimento de variantes no mundo. Para interromper a replicação no organismo, o medicamento foi projetado para produzir erros no código genético do vírus, o que impede a proliferação.

O molnupiravir será vendido em farmácias?

Ainda não. Como continua em testes e será submetido às agências reguladoras no mundo, como informou a empresa, não há previsão de comercialização. As aplicações têm ocorrido em ambiente controlado com suporte de especialistas.

Há outros remédios para tratar a covid?

A Pfizer está testando um medicamento para tratar a doença. O objetivo deste remédio da farmacêutica é prevenir a contaminação pela infecção em indivíduos expostos ao vírus. O estudo leva em consideração uma dose baixa de ritnovir, uma droga já usada no tratamento do HIV. 

O Brasil já tem remédios aprovados?

Sim, os medicamentos remdesivir, banlanivimabe e etesevimabe (usados em conjunto), casirivimabe e imdevimabe (usados em conjunto), regdanvimabe e o sotrovimabe já foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. No entanto, são caros e apresentam dificuldades para serem administrados, já que seu uso está restrito ao ambiente hospitalar.

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