quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Juiz diz que Oswaldo Eustáquio fez acusações ‘sabidamente inverídicas’ contra Boulos e determina exclusão de vídeo, OESP

 Paulo Roberto Netto e Fausto Macedo

11 de novembro de 2020 | 20h25

O juiz Emílio Migliano Neto, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, mandou tirar do ar vídeo publicado pelo blogueiro Oswaldo Eustáquio com acusações ‘sabidamente inverídicas’ contra o candidato à Prefeitura Guilherme Boulos (PSOL). Mais cedo, o blogueiro afirmou que o psolista usa empresas de vídeo para ‘lavar dinheiro’, acusação que foi usada por Celso Russomanno (Republicanos) durante o debate realizado pela Folha/UOL nesta quarta, 11.

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Segundo o magistrado, o caso revela ‘sem sombra de dúvidas’ que houve um ‘estratagema altamente reprovável’ na publicação do vídeo e seu uso pelo candidato durante o debate.

“O cenário delineado pela matéria produzida pelo representado não encontra lastro nem sequer em indícios, como demonstrado de forma contundente na sua inicial pelo ora representante, sendo refutado pontualmente, permitindo-se, sem temor, de ser adjetivado de sabidamente inverídico, extravasando o debate político-eleitoral”, afirmou.

A ação foi protocolada nesta tarde pela defesa de Boulos e da coligação ‘Pra Virar o Jogo (PSOL, PCB E UP)’. Nos autos, o psolista relembra que Oswaldo Eustáquio é investigado no inquérito que mira o financiamento e organização de atos antidemocráticos em Brasília, e que ele foi preso pela Polícia Federal.

Para a defesa de Boulos, a acusação de Oswaldo Eustáquio ‘não foi mera divulgação de mensagens caluniosas e difamatórias’, mas a tentativa de imputação de ‘prática de crime pelo qual nunca foi investigado’. O Ministério Público Eleitoral foi acionado a se manifestar sobre o caso.

O candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos. Foto: Fabio Motta/Estadão

Oswaldo Eustáquio é investigado junto do blogueiro Allan dos Santos e da extremista Sara Winter no inquérito que investiga suposto esquema de organização e financiamento de atos em defesa da ditadura militar e pelo fechamento do Congresso Nacional.

Em julho, ele foi preso pela Polícia Federal após transitar pela fronteira com o Paraguai e foi proibido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de utilizar as redes sociais (sua conta é administrada hoje por aliados).

COM A PALAVRA, OSWALDO EUSTÁQUIO
A reportagem busca contato com a defesa de Oswaldo Eustáquio. O espaço está aberto a manifestações (paulo.netto@estadao.com)


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