sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Ruy Castro Esqueletos no armário, FSP

 

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Na última terça, o noticiário mostrava a Justiça nos calcanhares de Flávio Bolsonaro —até porque ela não tem mais espaço para extratos bancários, comprovantes de depósitos, escrituras de transações sem lastro e rastros de dinheiro vivo envolvendo assessores, advogados, mulheres, ex-mulheres e demais bolsonaros tão afeitos ao dinheiro público. Tudo já somado, dividido e multiplicado, só faltando chamar o camburão. No mesmo dia, no entanto, uma autoridade parou o processo com um "pedido de vista", leia-se "a perder de vista".

É a norma. Nada se resolve. Carlos Heitor Cony não se conformava com que os ossos de Dana de Teffé, socialite "desaparecida" no Rio em 1961, nunca tivessem sido encontrados. Mas e o caso Bateau Mouche, que naufragou e matou dezenas na baía de Guanabara, em 1988? Seus sócios continuam tão soltos quanto os responsáveis por Brumadinho, Mariana, o Ninho do Urubu e a boate Kiss.

Que fim levaram as Operações Zelotes, Castelo de Areia e Que País É Este, de que tanto se falou? Por que Aécio Neves e Michel Temer não são chamados na chincha para valer? Os recursos de Lula algum dia terão fim? Em que pé estão as histórias de dinheiro achado em apartamentos, malas, cuecas e bundas de políticos? Até quando a deputada federal Flordelis seguirá fora das grades e a honrar os colegas com seu mandato? E quem mandou matar o prefeito de Santo André Celso Daniel, a vereadora Marielle Franco e o miliciano Adriano Nóbrega?

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Jair Bolsonaro será julgado por interferir na Polícia Federal, insuflar golpes de Estado, patrocinar fake news e corroer o sistema eleitoral, entre outros crimes que já lhe renderam 53 pedidos de impeachment sobre os quais o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, depositou o peso de seu cargo?
Etc. etc. etc. Mas tenha fé. Um dia, dois esqueletos serão encontrados no mesmo armário: os de Flávio Bolsonaro e Dana de Teffé.


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