A aventura antidemocrática de Donald Trump vai chegando ao fim nos EUA. Decorridas mais de duas semanas da eleição presidencial, vencida de maneira indiscutível por Joe Biden, finalmente teve início formal a transição de governo.
Na segunda-feira (23), a Administração de Serviços Gerais, órgão responsável pelo processo, autorizou a execução dos primeiros protocolos de transferência de poder —movimento que, ao fim e ao cabo, constitui um reconhecimento institucional do triunfo democrata.
Com a decisão, a equipe de Biden ganha o poder de dialogar com as agências federais para coletar informações sobre o governo americano, bem como passa a dispor de um fundo de cerca de US$ 10 milhões destinado ao pagamento de salários e ao apoio administrativo dos novos funcionários.
A demora no início da transição vinha gerando críticas nos EUA, dado o momento delicado vivido pelo país —acossado pelo recrudescimento da Covid-19 e pela crise econômica dela decorrente.
Vozes republicanas e democratas apontavam ainda potenciais prejuízos à segurança nacional, já que o eleito não vinha tendo acesso aos relatórios de inteligência.
Já Trump segue agindo com espírito incendiário. Ainda sem aceitar a derrota, o mandatário persiste numa inglória batalha judicial contra os resultados das urnas. Alega, sem nenhum fiapo de evidência, que o pleito foi fraudado.
A realidade, contudo, vai prevalecendo. Nos últimos dias, uma cascata de eventos tornou ainda mais insustentável sua farsa.
Estados onde os advogados de Trump ainda lutavam por um desfecho favorável confirmaram a vitória de Biden, casos de Michigan e Pensilvânia. Ademais, figuras proeminentes do Partido Republicano têm dado declarações na qual se distanciam da narrativa presidencial e pedem uma transição rápida.
A pressão sobre Trump vai além da esfera política. Mais de cem empresários americanos enviaram uma carta à administração federal exortando-a a facilitar o processo de transferência de poder.
Enquanto isso, a recusa de Jair Bolsonaro em reconhecer a vitória de Biden há muito transcende as habituais estultices presidenciais. Tamanha sabujice só apequena o governo brasileiro e cria desnecessárias tensões diplomáticas com quem Brasília deveria buscar estabelecer pontes de diálogo.
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