segunda-feira, 4 de novembro de 2019

31.10.19 | Muito sol, vento e água na energia da Engie, Época Negócios


Rio de Janeiro – Multinacional francesa amplia atuação no Brasil e sob o guarda-chuva da eficiência energética foca os seus negócios no tripé formado por energias renováveis, transporte de gás e projetos sob medida

Rio de Janeiro – Quem for atrás da árvore genealógica da Engie Brasil vai encontrar as raízes em 1858, data da fundação, na França, da empresa responsável pela histórica construção e administração do Canal de Suez, entre o Mediterrâneo e o Mar Vermelho. Concluido 11 anos depois, o monumental empreendimento desafiou a tecnologia da época e impactou a economia mundial. A empresa à qual coube o feito recebeu o nome do canal, Suez, e continuou seu trabalho nas áreas de eletricidade, água, gás e saneamento. Em 2008, houve a fusão entre a Suez e a Gaz de France, formando a GDF Suez, uma das maiores multinacionais do planeta, e a Suez Environnement. A primeira foi rebatizada de Engie em 2015, com a intenção de, com uma nova marca, reforçar a decisão de orientar os negócios totalmente para uma economia de baixo carbono.

Atualmente, a Engie e um punhado de outras empresas gigantes têm a capacidade de provocar uma transformação na economia global ainda maior que a causada pelo Canal de Suez. Se naqueles tempos estreitar os laços de comércio e estender domínios eram prioridade das potências econômicas, agora a urgência em fazer frente ás mudanças climáticas, no caso da Engie diretamente ligadas às próprias atividades, assume a dianteira das preocupações.

A potência da multinacional francesa para contribuir com essa mudança pode ser medida pela presença em 70 países, pelo faturamento de ?60,6 bilhões em 2018 (valor equivalente a R$ 268,9 bilhões em dezembro) e pela meta global de alcançar 9 GW de potencial de geração de energia com fontes renováveis até 2021. A Engie do Brasil, como segunda maior empresa do grupo e principal produtora de energia elétrica privada do país, alinhou-se ao reposicionamento estratégico da controladora. Fez jus, assim, ao reconhecimento da empresa de pesquisa canadense Corporate Knights, que a incluiu entre as quatro empresas brasileiras da lista das cem mais sustentáveis do mundo em sua classificação de 2018, pelo segundo ano consecutivo e num universo de cerca de 7,5 mil companhias.

Ao completar 20 anos de Brasil em 2018, e respondendo por 15% a 20% dos resultados da multinacional controladora, a Engie deu um passo importante e carregado de simbolismo ao decidir vender seus dois últimos núcleos de geração de energia fóssil no Brasil, as termelétricas a carvão Pampa Sul (em Candiota, Rio Grande do Sul), recém-entrada em operação, e Jorge Lacerda (em Capivari de Baixo, Santa Catarina) - transações ainda em andamento. Quase 90% da energia gerada pela Engie no Brasil atualmente se origina de fontes renováveis, como eólica, solar, biomassa e hidráulica. A empresa reservou R$ 1,6 bilhão em investimentos nessas áreas para os próximos dois anos.

Sob o guarda-chuva da eficiência energética, o tripé de atuação da Engie no Brasil, cuja sede fica em Florianópolis, é agora formado por energias renováveis, transporte de gás e projetos sob medida. O amplo portfólio de realizações atualmente vai de geração de energia e climatização para residências e empresas a projetos de iluminação pública e mobilidade urbana.

Com a diversidade, a empresa cresce mesmo em tempos de economia estagnada. A receita líquida em 2018 foi de R$ 8,8 bilhões, 25,5% superior à do ano anterior, e mostra também a consolidação da marca para o público em geral. "Antes vendíamos energia no atacado e para grandes distribuidoras", diz o presidente da Engie, Maurício Bähr. "Estamos ganhando visibilidade com a nova estratégia de atender o cliente final, sobretudo empresas e administrações públicas locais." De cinco clientes em 1998, a empresa chegou a 2018 com mais de mil compradores de energia elétrica.
Clique no link abaixo e leia a reportagem na íntegra
Revista Época Negócios Outubro 2019.pdf

Nenhum comentário: