Renata Cafardo
22 de março de 2019 | 00h27
A educadora evangélica Iolene Lima, que havia sido anunciada como a nova número 2 do Ministério da Educação (MEC) na semana passada, foi demitida nesta sexta-feira. Ela foi comunicada pelo ministro Ricardo Vélez Rodríguez de que não fazia mais parte da equipe. Iolene, antes de ser chamada para o cargo de secretária executiva, era diretora de formação da pasta. Ela também não voltará para essa função.
O nome dela não teria agradado o governo, que não permitiu sequer que ela fosse nomeada, mesmo depois de anunciada pelo ministro. Segundo fontes, o Planalto estaria buscando um nome forte para número 2 do MEC para tentar manter Vélez no cargo. Há mais de uma semana fala-se numa provável demissão do ministro, muito enfraquecido depois de disputas internas e medidas polêmicas.
Apesar de evangélica, Iolene não tinha o apoio da bancada evangélica no Congresso. Ela foi indicada para o MEC por Luiz Antonio Tozi, ex-secretário executivo, também demitido. Os dois são da mesma cidade. Antes dela, Vélez chegou a anunciar para o cargo Rubens Barreto da Silva, que também não assumiu.
Em mensagem aos amigos nesta sexta-feira de madrugada ela afirmou que depois “de cinco anos à frente da direção do colégio que ajudei a fundar, deixei meu emprego a fim de aceitar um convite para, junto com outros profissionais, servir ao meu país, colaborando para um ideal que acredito: um Brasil melhor por meio da educação.”
Em seguida, Iolene diz que mesmo com “um quadro bastante confuso na pasta”, aceitou a nova função dentro do ministério. “No entanto, hoje, após uma semana de espera, recebi a informação que não faço mais parte do grupo do MEC. Não sei o que dizer, mas confio que Deus me guardará e guiará!”
Ela completa a mensagem desejando “o melhor” para “o governo do nosso Presidente Bolsonaro e ao Ministro Ricardo Vélez” E finaliza: “Que Deus abençoe nossa nação!”
Em um vídeo de 2013, durante entrevista a um canal de TV evangélico, Iolene diz que o “primeiro matématico e geógrafo foi Deus” e que “as crianças começam a ter contato com essas matérias no primeiro livro da Bíblia Sagrada, o Gênesis”. Ela também defendeu organizar o currículo escolar “a partir das escrituras”.
Iolene dirigia o Colégio Inspire, em São José dos Campos, mantido pela Igreja da Cidade. Em seu site diz que “apresenta todos os conteúdos curriculares dentro da cosmovisão bíblica”. É uma escola batista evangélica que tem entre os objetivos a “formação integral do ser humano” para cumprir “os propósitos de Deus no mundo”.
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