Democracia tem aprovação recorde no Brasil
Para 69% dos eleitores no país, o regime democrático é a melhor forma de governo
Paulo Passos
SÃO PAULO
O apreço pela democracia nunca foi tão forte entre os brasileiros, segundo pesquisa Datafolha. Para 69% dos eleitores, o regime democrático é a melhor forma de governo para o país.
O índice é o mais alto registrado desde 1989, no ano da primeira eleição para a Presidência da República após a ditadura militar (1964-1985), quando a questão foi aplicada pela primeira vez.
Houve crescimento em relação à última pesquisa Datafolha sobre o tema, em junho de 2018, quando 57% dos eleitores apontaram a democracia como a melhor forma de governo. Na última pesquisa, realizada nos dias 3 e 4, 12% dos eleitores apontam a ditadura como um regime melhor do que a democracia.
Outros 13% dos entrevistados disseram que “tanto faz” a forma de governo. Além disso, 5% não opinaram.
A pesquisa do Datafolha é um levantamento por amostragem estratificada por sexo e idade com sorteio aleatório dos entrevistados. O universo da pesquisa é composto pelos eleitores com 16 anos ou mais do país. No levantamento, foram realizadas 10.930 entrevistas presenciais em 389 municípios brasileiros.
O índice é o mais alto registrado desde 1989, no ano da primeira eleição para a Presidência da República após a ditadura militar (1964-1985), quando a questão foi aplicada pela primeira vez.
Houve crescimento em relação à última pesquisa Datafolha sobre o tema, em junho de 2018, quando 57% dos eleitores apontaram a democracia como a melhor forma de governo. Na última pesquisa, realizada nos dias 3 e 4, 12% dos eleitores apontam a ditadura como um regime melhor do que a democracia.
Outros 13% dos entrevistados disseram que “tanto faz” a forma de governo. Além disso, 5% não opinaram.
A pesquisa do Datafolha é um levantamento por amostragem estratificada por sexo e idade com sorteio aleatório dos entrevistados. O universo da pesquisa é composto pelos eleitores com 16 anos ou mais do país. No levantamento, foram realizadas 10.930 entrevistas presenciais em 389 municípios brasileiros.
A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Isso significa que, considerando a margem de erro, a chance do resultado retratar a realidade é de 95%.
A democracia brasileira é garantida pela Constituição Federal de 1988, que cita em seu primeiro artigo que a Assembleia Nacional Constituinte se reuniu para para instituir “um Estado Democrático”.
O texto prevê eleições para sete cargos eletivos no Brasil: vereadores, deputados estaduais e federais, senadores, prefeitos, governadores e presidente.
Na campanha eleitoral deste ano, representantes das duas chapas que lideram as pesquisas de intenções de voto—Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT)— citaram a possibilidade de uma nova Constituição caso sejam eleitos.
O vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, defendeu a criação de uma nova Carta, que seria formulada por “grandes juristas e constitucionalistas”.
“Uma Constituição não precisa ser feita por eleitos pelo povo. Já tivemos vários tipos de Constituição que vigoraram sem ter passado pelo Congresso eleitos”, afirmou o general, que no passado já defendeu intervenção militar em caso de instabilidade política.
Entre os eleitores de Bolsonaro, 22% avaliam que, em certas circunstâncias, é melhor uma ditadura, índice mais alto do que o registrado entre os eleitores de todos os presidenciáveis.
A maioria dos que afirmam votar no capitão reformado, 64%, diz que a democracia é a melhor forma de governo.
Na fatia dos eleitores de Haddad, por exemplo, somente 6% opinam que “em certas circunstâncias, é melhor a ditadura”. Outros 77% dos eleitores petistas defendem a forma de governo com eleições.
Fernando Haddad (PT) inclui em seu programa de governo a possibilidade de convocar uma Assembleia Constituinte “democrática, livre, soberana e unicameral”, sob o argumento de esse ser um passo necessário para o restabelecimento do “equilíbrio entre os Poderes”, “assegurar a retomada do desenvolvimento e a “garantia de direitos”.
A ideia de se redigir uma nova Carta foi criticada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro José Antonio Dias Toffoli. Segundo ele, não há razão para criar uma nova Constituição, que acaba de completar 30 anos.
“Não vejo motivo para Constituinte ou Assembleia Constituinte. Isso é querer a cada dez, 20, 30 anos reformatar toda jurisprudência já criada, toda leitura que já existe e querer começar a nação do zero”, declarou o ministro.
Nesta semana, Toffoli chamou de “movimento” o golpe de 1964, que instituiu a ditadura militar por mais de 20 anos no Brasil.
O maior índice de aprovação da democracia foi registrado entre os jovens. São 74% dos eleitores entre 16 e 24 anos que concordam que o regime com eleições diretas é “sempre a melhor forma de governo”. São eleitores que nasceram após a primeira eleição para presidente da República, realizada em 1989.
A opinião de que a democracia é uma forma de governo sempre superior a outras tem menos respaldo entre os menos escolarizados (55%), e mais apoio entre os mais escolarizados (84%).
Entre os mais pobres, 63% apontam a democracia como melhor sistema de governo, índice que vai a 84% entre os entrevistados mais ricos.
A opinião de que a democracia é uma forma de governo sempre superior a outras tem menos respaldo para os eleitores menos escolarizados (55%), e mais apoio entre os mais escolarizados (84%). Entre os mais pobres, 63% apontam a democracia como melhor sistema de governo, índice que vai a 84% no total de mais ricos.
Em setembro de 1989, quando a questão foi aplicada pelo Datafolha pela primeira vez, 43% viam a democracia como um sistema de governo melhor do que os demais, e 22% avaliavam que tanto fazia se o governo era uma democracia ou uma ditadura, além de 18% que consideravam, em certas circunstâncias, ditaduras melhores que democracias.
O menor índice foi registrado em fevereiro de 1992, quando 42% dos eleitores defendiam a democracia ante outras formas de governo.
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