BRASÍLIA - Ontem, saiu a confirmação do "pibinho" de 2012. No segundo ano do governo da petista Dilma Rousseff a economia cresceu 0,9%. Em 2011, o PIB havia sido de 2,7%. A média dilmista é de 1,8%.
Essa taxa coloca Dilma Rousseff atrás de Lula (4% de crescimento médio) e de FHC (2,3%). A oposição, no seu papel, soltou os cachorros. O país está parado, mal administrado e por aí vai.
Que houve ineficácia nas medidas econômicas ninguém tem dúvida. O difícil é saber como será daqui para a frente. Só olhar o retrovisor muitas vezes não ajuda --ou até atrapalha-- na hora de compor análises sobre o futuro da economia brasileira e de outros países. Há uma crise crônica desde 2008, só que, no ano passado, os EUA, a China e a Rússia se deram melhor do que o Brasil.
A oposição cumpre o seu papel. O crescimento da economia foi pífio. Também é visível a incapacidade gerencial do governo petista em Brasília por causa do excesso de centralismo da presidente. Ainda assim, é temerário afirmar que o país entrará num buraco a partir de hoje.
Aliás, às vezes, parece o oposto. Mesmo com todos os obstáculos para prever o desempenho da economia, não surgiu até o momento nenhum analista (nem do PSDB ou do DEM) vaticinando um PIB de apenas 1% em 2013.
O mercado de trabalho insiste em ficar aquecido. Em alguns setores, preços além do normal indicam uma demanda quase incompatível com o "pibinho". Ontem, em São Paulo, foi lançado um hotel popular que vende os quartos para investidores. Cada unidade, de 19,5 m², custa R$ 358 mil.
Se a corrida presidencial fosse um campeonato de futebol, Dilma Rousseff poderia dizer que sofre agora uma derrota na hora certa. Isso se houver alguma recuperação da economia e a manutenção do nível de emprego. Nesse caso, a petista perderá pouco de sua condição de favorita à reeleição em 2014.
Fernando Rodrigues é repórter em Brasília. Na Folha, foi editor de "Economia" (hoje "Mercado"), correspondente em Nova York, Washington e Tóquio. Recebeu quatro Prêmios Esso (1997, 2002, 2003 e 2006). Escreve quartas e sábados na versão impressa Página A2.
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