quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Ex-GSI, coronel pede golpe, ameaça Dino, ofende comandante da Marinha e o desafia: ‘Venha me punir’, OESP

 Homem que exerceu função de confiança no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sob o comando do general Augusto Heleno durante três anos, o coronel do Exército José Placídio Matias dos Santos defendeu no dia 8 de janeiro que coronéis com comando de tropa se rebelassem e “entrassem no jogo, desta vez do lado certo”. Mais ainda. O oficial se dirigiu diretamente ao comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, para que ele se colocasse à frente de um golpe de Estado.

Coronel Placídio pediu golpe, incentivou ação de coronéis e publicou ameaça ao ministro da Justiça no dia 8.
Coronel Placídio pediu golpe, incentivou ação de coronéis e publicou ameaça ao ministro da Justiça no dia 8. Foto: Reprodução

“General Arruda, o Brasil e o Exército esperam que o senhor cumpra o seu dever de não se submeter às ordens do maior ladrão da história da humanidade. O senhor sempre teve e tem o meu respeito. FORÇA!!”, escreveu em postagem em sua conta no Twitter. Placídio e outro oficiais, além de bolsonaristas civis, nos dias que antecederam e na data do ataque às sedes dos três Poderes, viam em coronéis com comando de tropa uma alternativa aos generais que se recusavam a agir para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

Placídio, que foi nomeado em fevereiro de 2019 como assessor chefe militar da Assessoria Especial de Planejamento e Assuntos Estratégicos da Secretaria Executiva do GSI, escreveu no dia 8 em seu perfil no Twitter (19 mil seguidores): “Brasília está agitada com a ação dos patriotas. Excelente oportunidade para as FA (Forças Armadas) entrarem no jogo, desta vez do lado certo. Onde estão os briosos coronéis com tropa na mão?” Ainda no dia 8, o coronel da reserva fez outra postagem em que ameaçou o ministro da Justiça, Flávio Dino: “Sua purpurina vai acabar”. Placídio permaneceu no GSI até março de 2022.

Oficial da Arma de Infantaria, ele tem curso de forças especiais (FE), como outros suspeitos de incentivar a quebra de hierarquia e de disciplina. Dois dias antes, xingou o comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, e o desafiou publicamente. Escreveu o coronel: “Marinha do Brasil!! Sai um herói patriota, entra uma prostituta do ladrão, com o devido respeito a elas. Venha me punir, Almirante, e me distinga em definitivo da sua estirpe.” Placídio se referia ao fato de o almirante Almir Garnier ter se recusado a passar o comando da Marinha em protesto contra Lula. Na posse, Olsen agradeceu ao presidente.

Coronel ofende comandante da Marinha e o desafio a puni-lo.
Coronel ofende comandante da Marinha e o desafio a puni-lo. Foto: Reprodução

Os apelos de Placídio e de outros coronéis não surtiram efeito. Na noite do dia 8, após os ataques às sedes dos três Poderes, o general Arruda se reuniu com Flávio Dino e outros dois ministros (José Múcio, da Defesa, e Rui Costa, da Casa Civil). No encontro se decidiu cumprir na manhã do dia 9 a ordem de prisão contra os cerca de 1,2 mil acampados em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília.

Naquele mesmo dia 9, em meio às prisões dos extremistas, Placídio afirmava que centenas de oficiais da ativa estiveram presentes nos eventos do dia anterior. Nenhum foi preso ou identificado. Até agora o Exército puniu o coronel da reserva Adriano Testoni, que participou dos atos e ofendeu generais e o Exército. Eles se indispô até com colegas de turma, como o general da reserva Ridauto Fernandes, um FE que marchou na Esplanada naquele domingo.

O coronel José Placídio Matias dos Santos, ex-GSI, atuou na equipe do general Augusto Heleno por três anos
O coronel José Placídio Matias dos Santos, ex-GSI, atuou na equipe do general Augusto Heleno por três anos 

Outro oficial que incentivou a ação em Brasília é o coronel Fernando Montenegro. Com 41 mil seguidores no Twitter, ele fazia enquetes defendendo a “intervenção militar”. Dizia que ela era “uma iniciativa de militares da ativa que não se inicia pelo comandante”. Montenegro é mais um FE – assim como a maioria dos oficiais que cercam Jair Bolsonaro. Ele teve a conta bloqueada por decisão judicial, em 29 de dezembro, mas continuou ativo. No dia 8, enviou mensagem aos radicais em Brasília, dizendo que toda manifestação contra o establishment é noticiada como antidemocrática. E concluiu: “Façam o que deve ser feito”.

As manifestações dos coronéis ocorreram após o fracasso do assédio a generais da ativa. Desde novembro, o Comando do Exército foi alvo de pressões bolsonaristas para não reconhecer a eleição de Lula. Logo após a derrota de Bolsonaro no pleito, manifestantes inconformados passaram a acampar em frente aos quartéis. Havia militares pressionando os colegas da ativa. Queriam um golpe. Alguns comandantes de tropa proibiram todo contato entre seu pessoal e os acampados. Outros não.

A coluna apurou que a maioria dos integrantes do Alto Comando do Exército se mostrou contrária à contestação do resultado das urnas. Diante desse fato, os extremistas lançaram uma campanha, em parte difundida nas redes sociais, que tinha por objetivos assediar o maior número de generais. Comandantes receberam mensagens nos seus telefones celulares. Um deles foi Kurt Everton Werberich, comandante da 13.ª Brigada de Infantaria Motorizada, em Cuiabá (MT). “E agora, general? No dia 01/jan/2023, V. Exa. pretende prestar continência a quem? Ao povo brasileiro ou aos Comunistas?”

General Kurt Werberich foi alvo de assédio dos extremistas que tentaram convencê-lo a dar o golpe
General Kurt Werberich foi alvo de assédio dos extremistas que tentaram convencê-lo a dar o golpe Foto: Reprodução

Em outra frente, generais legalistas passaram a ser alvo de outra campanha que os qualificava como traidores e melancias. Ela atingiu, entre outros, os comandantes militares do Sudeste (Tomás Ribeiro de Paiva), do Leste (André Luiz Novaes), do Nordeste (Richard Nunes) e o chefe do Estado-Maior do Exército, Valério Stumpf. Mesmo assim, ainda em sua maioria, o Alto Comando se manteve contrário à virada de mesa, bem como o então comandante da Força, Marco Antônio Freire Gomes.

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Em 16 de novembro, Freire Gomes divulgou nota em defesa dos generais. De acordo com o informe do Exército, “ao tentarem de forma anônima e covarde disseminar desinformação no seio da Força e da sociedade, esses grupos ou indivíduos atestam a sua falta de ética e de profissionalismo”. E conclui: “O Exército Brasileiro permanece coeso e unido, sempre em suas missões constitucionais, tendo a hierarquia e a disciplina de seus integrantes o amálgama que o torna respeitado pelo povo brasileiro, seu fiador”.

Freire Gomes também rebateu acusações feitas pelo jornalista Paulo Figueiredo Filho contra Richard, Tomás e Stumpf. No dia 28 de novembro, Figueiredo Filho afirmara que os três impediam uma “ação mais direta” contra as eleições. Em outra nota, o Exército disse: “Em relação ao divulgado pelo comentarista Paulo Figueiredo Filho, nos dias 28 e 29 de novembro de 2022, o Comando do Exército repele as alegações que ferem a imagem da Instituição e de integrantes do seu Alto Comando”.

Informe do Exército enviado ao público interno em defesa de generais do Alto Comando chamados de comunistas
Informe do Exército enviado ao público interno em defesa de generais do Alto Comando chamados de comunistas Foto: Reprodução/WhatsApp

Por sua atuação na defesa dos colegas e por ter se recusado a dar o golpe pretendido pelos extremistas, o general Freire Gomes também acabaria se tornando alvo das “operações psicológicas”. Elas incluíam uma aposta dos inconformados: buscar a quebra da disciplina e da hierarquia. Ao mesmo tempo, surgiu um manifesto de oficiais endereçado aos comandantes das Forças Armadas.

Em 26 de novembro, 221 militares da reserva – entre os quais 46 oficiais generais (33 da FAB, dez da Marinha e 3 do Exército) –, todos do grupo autodenominado Guardiões da Nação, assinaram uma petição aos comandantes das três Forças na qual pediam que agissem contra as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, que afastara a contestação sem provas feita pelo PL contra a vitória de Lula. O primeiro nome da lista era o do general e deputado federal bolsonarista Eliéser Girão (PL-RN).

Dois dias depois, apareceu outra carta, que dizia trazer assinaturas da ativa. Horas antes de seu surgimento, o coronel da reserva Márcio Amaro (49,6 mil seguidores no Twitter) afirmou que o manifesto ganharia outra relevância se subscrito pelos colegas em atividade. “Vocês ficaram sabendo da carta antes. Se houver carta dos oficiais da Ativa, a coisa muda de figura. Quem pode precionar (sic) ? O povo! Não haverá liderança externa. O povo nas ruas é a única força capaz de evitar a vergonha de sermos governados por ladrões”.

Amaro não tem curso de Estado-Maior. Ele gravou lives com o comentarista Paulo Figueiredo Filho, referências do bolsonarismo. O documento acabou assinado por uma dúzia de oficiais da ativa e por centenas de civis bolsonaristas. O coronel tinha um objetivo: depor Lula. Em meio ao ataque do dia 8, ele escreveu: “Não há condições desse governo que ainda não completou uma semana no poder continuar.”

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No mesmo dia, o oficial publicou: “Quando os que comandam perdem a vergonha, os que obdecem perdem o respeito”. Os extremistas buscavam emparedar o Alto Comando. Por fim, como último recurso, extremistas pretenderam “dar um bypass” nos generais, apelando aos coronéis com tropas para impedir a posse de Lula. A intentona falhou. Não se produziu nenhum coronel Mohamed Ali Seineldín ou mesmo um Tejero Molina no Brasil. Até ontem, Placídio, Montenegro e Amaro mantinham suas publicações nas redes sociais.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Hélio Schwartsman - ''Memento mori', fsp

 Que o poder sobe à cabeça não é novidade para ninguém. Os romanos já sabiam disso e, na tentativa de minorar os efeitos da "hýbris", cada vez que um general vitorioso desfilava em triunfo pela cidade eterna, punham um escravo em sua carruagem para cochichar-lhe "memento mori" ao pé do ouvido. "Memento mori" significa "lembra-te de que vais morrer". Não sei se essa prática instilou humildade em algum césar, mas serve para fazer com que os romanos posem de povo sábio.

Um fenômeno tão ou mais intrigante do que a embriaguez do poder é o do desamparo a que ficam sujeitos aqueles que o perdem. Nem sempre foi assim. Em tempos antigos, o soberano derrotado numa guerra não podia esperar algo diferente da execução sumária. Mas, desde que inventamos as democracias, cuja marca é a alternância do poder, vemos periodicamente legiões de governantes se convertendo em ex. Se, em condições normais, já é psicologicamente desgastante constatar que o dom do mando se esvaiu e que supostos amigos desaparecem, esse processo está sendo, para Jair Bolsonaro, muito pior.

A chef Karlota Fonseca, conhecida como chef das estrelas, cozinhou para Jair Bolsonaro (PL) em Orlando, nos EUA - @karlotagoumet no Instagram - @karlotagoumet no Instagram

Em parte, isso se deve aos problemas de personalidade que tornam o ex-presidente incapaz de aceitar a derrota. Um bom pedaço das atribulações, porém, é resultado da herança tóxica que ele deixou. Era meio óbvio que aliados circunstanciais o abandonariam. O presidente da Câmara, Arthur Lira, por exemplo, levou poucas horas para bandear-se para Lula. Mas as encrencas políticas e jurídicas que Bolsonaro plantou fazem com que gente que estava com ele por genuína identificação agora lhe vire as costas. Até o cara da Havan condenou o ataque aos três Poderes e está desejando sorte a Lula. Não será surpresa se os filhos, para evitar a cadeia, se distanciarem do pai.

relato da chef de cozinha sobre a última ceia da família na Flórida é esclarecedor. Se eu fosse um ser humano melhor, teria até pena de Bolsonaro.

'Quartos de depressão' e 'montes de destruição': por que arrumar a desordem pode parecer impossível, NYT FSP

 


Dana G. Smith
THE NEW YORK TIMES

Uma câmera faz uma panorâmica do quarto de Abegael Milot. O chão está praticamente invisível, escondido por montes de roupas. Quatro grandes cestos de plástico estão empilhados uns sobre os outros, alguns cheios de roupas, outros de equipamentos eletrônicos. Há oito xícaras de café abandonadas sobre a escrivaninha e a mesa de cabeceira. No chão estão duas garrafas de água pela metade, uma garrafa de tequila com um cacto de vidro dentro e um comedor para animais de estimação.

"Hoje vamos limpar meu quarto da depressão", diz para a câmera a estrela do YouTube de 24 anos, que publica vídeos como Abbe Lucia. "Temo que a única maneira de conseguir limpar este quarto seja filmando."

Sofá com roupas jogadas
A relação entre bagunça e saúde mental é estudada há muito tempo, e especialistas confirmam que em momentos difíceis, muitos não têm energia para cuidar da casa - Personare

O termo "quarto da depressão" é relativamente novo, popularizado por vídeos no TikTok e no YouTube que acumularam centenas de milhões de visualizações. Mas os especialistas há muito reconhecem a ligação entre bagunça e saúde mental. A desordem que pode surgir quando as pessoas estão passando por uma crise de saúde mental não é uma forma de acúmulo nem o resultado da preguiça. O culpado é a fadiga extrema, disse N. Brad Schmidt, um professor e pesquisador de psicologia na Universidade Estadual da Flórida.

As pessoas estão "muitas vezes tão exaustas física e mentalmente que se sentem sem energia para cuidar de si mesmas ou de seu entorno", disse o doutor Schmidt. "Elas simplesmente não têm a capacidade de encarar a limpeza e a manutenção da casa como provavelmente faziam antes."

Uma casa bagunçada também pode contribuir para sentimentos de esgotamento, estresse e vergonha, fazendo você se sentir pior do que antes. Embora a organização não cure a depressão, ela pode melhorar seu humor. Se você está com dificuldade e parece impossível manter seu lugar organizado, aqui estão algumas dicas sobre como fazer a limpeza estrategicamente para otimizar sua energia e seu espaço.

FOCO NA FUNÇÃO, NÃO NA ESTÉTICA

Para K.C. Davis, uma conselheira profissional licenciada e autora do livro "How to Keep House While Drowning" [Como manter a casa enquanto você se afoga], seu problema de desordem aumentou quando seu segundo filho nasceu, no início de 2020. "Sempre fui uma pessoa bagunceira", disse ela, "mas sempre funcionou." De repente, confrontada com um novo bebê, depressão pós-parto e a pandemia, Davis percebeu que se não adotasse um sistema ela estaria perdida.

Enquanto trabalhava para organizar sua casa, Davis começou a postar vídeos de seu progresso no TikTok, onde agora tem 1,5 milhão de seguidores. Desanimada por grande parte do conteúdo de autoajuda e limpeza que oferece o que chamou de "mensagens de acampamento militar", ela optou por uma abordagem mais suave e pragmática. Seus sistemas são realistas sobre suas capacidades e se concentram em ter um espaço habitável, não impecável.

Uma de suas estratégias mais populares é "arrumar cinco coisas" –a ideia de que há apenas cinco coisas em qualquer cômodo: lixo, pratos, roupas, coisas com lugar e coisas sem lugar. Concentrar-se em uma categoria por vez evita que ela fique sobrecarregada quando parece que há uma centena de itens diferentes que precisam ser guardados.

Davis também é uma grande defensora do que ela chama de "deveres de fechamento", inspirada por seu tempo de trabalho como garçonete. Muitas vezes ela não tem energia para limpar toda a cozinha todas as noites, então começou a fazer apenas algumas pequenas tarefas, "como uma gentileza para o futuro, para me preparar para o sucesso pela manhã".

"Afastei-me dessa ideia de que tinha que ser tudo ou nada e comecei a pensar em função" quando se trata de limpeza, disse ela. "Quando penso em 'Do que preciso de manhã?', de repente posso ser específica." Ela se certifica de ter pratos limpos e espaço suficiente no balcão para preparar o café da manhã, esvaziar o lixo e varrer as migalhas. "O que parece uma tarefa grande e interminável leva, na verdade, apenas 20 minutos do meu dia", disse ela.

Para as pessoas que estão realmente em dificuldade, Davis enfatizou que as coisas podem ser feias, mas não devem ser anti-higiênicas, porque todos "merecem estar limpos e confortáveis". Se você não tiver energia para lavar todos os pratos, limpe apenas um ou dois para a próxima refeição, ou use pratos de papel. Se a lavanderia envolver muitas etapas, não se preocupe em dobrar; rugas nunca fizeram mal a ninguém.

FAÇA SUA CASA FUNCIONAR MELHOR PARA VOCÊ

As pessoas que são neurodivergentes, com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), autismo ou outros problemas de funcionamento executivo, também costumam lutar contra o excesso de desordem. Assim como "salas de depressão", o termo "pilhas de destruição" tornou-se popular nas redes sociais para descrever as coisas aleatórias que se acumulam e você não sabe o que fazer com elas. Quase todo mundo tem uma ou duas gavetas de lixo em casa, mas essas pilhas de desordem tendem a ser mais onipresentes para pessoas que lutam com o funcionamento executivo.

Lenore Brooks é uma designer de interiores especializada em trabalhar com pessoas neurodivergentes. Quando sua irmã, que tem TDAH, morou com ela por um curto período, Brooks descobriu que havia muitos recursos para ajudar crianças com TDAH ou autismo a se organizarem, mas praticamente nenhum direcionado a adultos.

Grande parte do trabalho de Brooks gira em torno de ajudar seus clientes a lidar com a desordem aparentemente interminável; eles sentem que estão constantemente limpando, mas a bagunça está sempre lá. As pessoas com TDAH lutam especialmente com isso porque, ela disse, "é quase como uma fadiga de decisão o tempo todo. 'Não consigo decidir o que fazer com isso, então simplesmente não vou fazer nada'".

O primeiro passo, segundo Brooks, é realmente prestar atenção aos itens que você costuma limpar. Em seguida, encontre lugares melhores para eles ficarem. "Falo muito com meus clientes sobre sistemas", disse ela. "Descobrir por que as coisas estão onde estão, por que a desordem se acumula em certos lugares e, em seguida, mudar o design ou a organização de como as pessoas realmente usam sua casa."

Essas mudanças podem ser simples. Por exemplo, se você estiver constantemente retirando canetas das almofadas do sofá da sala e da mesa de centro, pense em designar um local para manter as canetas na sala onde você realmente as usa. Para uma cliente cujo escritório em casa estava sempre cheio de pratos sujos, Brooks deu uma bandeja na qual ela podia juntar sua parafernália de chá e lanche e devolver para a cozinha no final do dia.

PARE O PROBLEMA ANTES DE COMEÇAR

Uma vez que seu espaço esteja limpo e relativamente organizado, tente dedicar alguns minutos todos os dias para mantê-lo assim. Davis recomendou marcar um cronômetro para cinco ou dez minutos e cuidar o máximo possível durante esse período. "Eu digo a mim mesma: não preciso terminar esta tarefa, mas vou me levantar durante oito minutos e fazê-la", disse ela. "Normalmente fico surpresa com o quanto consigo fazer."

E lembre-se, é normal ter alguma desordem em casa. O controle remoto da TV, seus óculos, a correspondência que você precisa separar, um projeto de arte no qual está trabalhando: "Eles são os sinais de vida em sua casa", disse Brooks.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves