sábado, 23 de outubro de 2021

Empresa de nióbio da família Moreira Salles compra startup de baterias para eletrônicos, FSP

 

SÃO PAULO

A CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração), fabricante de produtos de nióbio controlada pela família Moreira Salles, acelerou o investimento para a aplicação do metal nas baterias de eletrônicos, carros elétricos e drones.

A empresa acaba de comprar 20% da Battery Streak, uma startup americana que desenvolve baterias de lítio usando óxido de nióbio.

É a terceira aquisição, nos últimos dois anos, com o objetivo de incluir as baterias em seu portfólio, segundo a CBMM. Outras duas investidas estão previstas para os próximos meses, de acordo com a companhia.

Hoje a CBMM atua principalmente com a aplicação de produtos industrializados de nióbio em aços de alta resistência no setor de infraestrutura.

No novo negócio, a empresa diz que será fornecedora da startup americana e que pretende viabilizar os testes e as vendas das baterias a montadoras e outras companhias. ​

A CBMM afirma que a aplicação do óxido de nióbio nas baterias aumenta a capacidade de carga, a segurança e a rapidez com que o equipamento é recarregado.

[ x ]

Em setembro, a VWCO (Volkswagen Ônibus e Caminhões) anunciou uma parceria com a CBMM para começar a usar o metal nas baterias de seus veículos elétricos.

com Mariana Grazini e Andressa Motter


Cristina Serra - Uma CPI para a história, FSP

 

As descobertas da CPI da Covid no Senado trazem fortes elementos a indicar a duração do bolsonarismo entre nós. Que outro presidente foi acusado de crimes contra a humanidade no exercício do cargo, sem estar em guerra com outros países ou em guerra civil, e, ainda assim, permaneceu no poder e com base social de apoio significativa, como mostram as pesquisas?

A gargalhada de Flávio Bolsonaro ao tomar conhecimento do relatório também é um lembrete sinistro de que o bolsonarismo terá muitos herdeiros, mesmo que Bolsonaro não se reeleja, fique sem mandato, seja processado e preso. Infelizmente, essa corrente política veio para ficar. Por quanto tempo? Difícil saber, mas é certo que não vai se desintegrar como poeira cósmica, porque se ampara em traços fundadores da sociedade brasileira: violência, desapreço à vida, banalização da morte.

O documento nos confronta com o horror que seres humanos são capazes de produzir. E isso é o mais perturbador. O mal em grande escala foi produzido por seres humanos, não por monstros. São pessoas de índole monstruosa, mas são pessoas, de carne e osso, como eu e você.

Que bom seria se o mal fosse produzido apenas por monstros do cinema. Mas, repito, o mal em quantidade industrial foi perpetrado por pessoas. O presidente do país, ministros, autoridades, políticos, servidores públicos, sabujos e capachos em geral, empresários, médicos"¦ Além de terem contribuído para a mortandade, zombam dela.

Zombaram no começo da "gripezinha", zombaram da asfixia em massa, zombaram de um suicídio, zombarão sempre, porque é da sua natureza fazer e propagar o mal.

O relatório da CPI vai estarrecer historiadores e as gerações futuras. Eles irão se perguntar: como o Brasil elegeu Bolsonaro? A pergunta mais difícil e incômoda de responder, porém, será: como os brasileiros o mantiveram no poder mesmo depois de tudo o que fez e/ou deixou de fazer? Carregaremos esse horror para o resto das nossas vidas.